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As 10 Melhores Séries de Televisão de 2020

Os lares brasileiros assistiram a muitas séries e seriados em 2020 por causa do isolamento social; sorte nossa que tivemos muitas produções de qualidade!

Series Netflix O Gambito da Rainha
Foto: Netflix

Apesar de ser um recurso para a fuga da tão indesejada pandemia e uma distração para difíceis momentos de isolamento (pelo menos para uma parte dos brasileiros), as séries de TV foram uma boa fonte de entretenimento em 2020.

Tanto nas produções novas quanto nas continuações, o repertório foi grande e a qualidade das obras é inegável.

Para construir esta lista foram consideradas temporadas que começaram e terminaram em 2020 (por isso The Good Place e Bojack Horseman não entraram, por exemplo). Mas valeu de tudo: série, minissérie, série documental…

Confira o nosso Top 10 e conte o que você achou!

10 – The Boys

Um dos maiores fenômenos midiáticos do ano, The Boys consegue manter o grande apelo gerado ainda na primeira temporada, mesmo mudando um pouco o foco.

Se no primeiro ano a série teve que gastar bastante tempo apresentando aquele universo onde os super-heróis também são estrelas midiáticas, agora ela consegue aprofundar nas histórias individuais de personagens como Billy Bruto e o próprio Capitão Pátria.

Alguns personagens acabam subutilizados, é verdade. Mas o que foi mostrado valeu muito a pena, especialmente o arco de apresentação e desenvolvimento da Tempesta.

The Boys está disponível no Amazon Prime Video.

9 – Little Fires Everywhere

Adaptação do livro homônimo escrito por Celeste Ng, Little Fires Everywhere acompanha uma família rica que se vê envolvida em uma trama de preconceito racial, conflito de classes, polêmicas envolvendo maternidade… Se o negócio é treta, aqui vai ter.

Brincadeiras à parte, a série levanta debates realmente muito importantes para a sociedade como um todo e o melhor, de forma natural. Não existe forçada de barra para empurrar nenhuma pauta e, com isso, o entendimento especialmente sobre o que é racismo estrutural e cultura de privilégios se torna mais fácil.

A série é original Hulu e está disponível no Brasil pelo Amazon Prime Video.

8 – Normal People

Apesar de uma ou outra ficção/fantasia, o ano de 2020 consagrou várias produções mais realistas. E como o próprio nome de Normal People sugere, esta também é uma série sobre gente normal. O roteiro apresenta dramas cotidianos, de fácil identificação com o público, o que é ótimo para não dispersar a atenção.

A trama em si acompanha um casal que, quando mais novo, era formado por um rapaz popular que não se sentia à vontade de assumir o relacionamento. No entanto, depois que eles vão para a faculdade, os papeis se invertem e o dilema continua.

Disponível no Starzplay, a série trabalha muito bem a dualidade entre simplicidade e complexidade das relações humanas, a dependência emocional e as ansiedades de um relacionamento.

https://www.youtube.com/watch?v=ywQHLqcpknc

7 – Nada Ortodoxa

A série acompanha Deborah Feldman, jovem que nasceu em uma espécie de seita judaica criada nos Estados Unidos por sobreviventes do Holocausto. A comunidade é extremamente radical, acredita em valores conservadores da religião e oprime os moradores. A protagonista passa por tudo isso até decidir fugir para Berlin, aos 19 anos.

É uma jornada de descoberta muito bonita e não necessariamente romantizada, que mostra como recomeços podem dar certo e, especialmente em um ano difícil como 2020, uma mensagem como esta cai muito bem.

Vale o destaque, claro, para a atuação da israelense Shira Hass no papel principal.

Nada Ortodoxa está disponível na Netflix.

https://www.youtube.com/watch?v=iWMAXxa_Hu8

6 – The Last Dance (Arremesso Final)

O ano de 2020 veio para consolidar o formato das séries documentais e a Netflix se beneficiou muito dessa proposta. Apesar da infinidade de documentários sobre true crime, The Last Dance conseguiu brilhar mesmo com uma temática de nicho, uma vez que nem todo mundo é interessado em esportes, muito menos em basquete.

É aí que está o segredo, porém. Apesar de falar sobre esporte, a série trata também de como o basquete e a figura de Michael Jordan representaram uma revolução cultural nos EUA durante os anos 80 e 90.

The Last Dance consegue ser bem sucedida nas duas propostas: 1) aprofundar nos bastidores de uma equipe supercampeã e seu valor esportivo e 2) mostrar como o esporte tem um valor cultural imensurável.

5 – The Mandalorian

Depois da desastrosa conclusão da nova trilogia de Star Wars, em 2019, a Disney parece ter entendido que o foco da saga agora é nas séries. The Mandalorian já havia indicado que esse era o caminho em sua primeira temporada e, em 2020, não apenas consolidou esse papel como se colocou entre uma das séries mais divertidas entre todos os gêneros.

A história simples e os personagens carismáticos se aproveitam muito bem da vibe de superprodução que a Disney oferece, então Jon Favreau pode continuar injetando o valioso dinheirinho do estúdio ali porque ainda há muitos frutos para colher.

The Mandalorian está disponível no Disney+.

4 – Lovecraft Country

Lovecraft Country consegue transferir lindamente a subversão do livro Território Lovecraft, de Matt Ruff, para a telinha. A ironia de se inspirar no legado de um autor racista como H.P. Lovecraft para contar uma história sobre a luta racial é um dos pontos principais da produção, mas não é só isso.

Vários subgêneros do terror e suspense são explorados ao longo da temporada, apoiando-se na atuação extraordinária da showrunner Misha Green (que também é roteirista de todos os oito episódios) e do elenco inspiradíssimo (Jonathan Majors, Jurnee Smollett, Michael K. Williams, Wunmi Mosaku, Aunjaunue Ellis, Jada Harris, entre outros).

A série está disponível no HBO GO. Fizemos uma crítica da temporada de Lovecraft Countryclique aqui para conferir.

3 – The Midnight Gospel

A animação The Midnight Gospel surpreendeu pela qualidade absurda dos seus roteiros e diálogos. A produção foi idealizada por Pendleton Ward, criador de Hora da Aventura, e inspirada no podcast Duncan Trussell Family Hour, de Duncan Trussell.

Existe uma chance de parte do público se perder no visual non sense, mas não é esse o foco principal da série. São os diálogos sobre espiritualidade, filosofia e outros assuntos existenciais que a preenchem dão o toque de genialidade à obra.

Uma dica para quem tiver dificuldade em pegar o ritmo acelerado das conversas: The Midnight Gospel tem uma dublagem para português maravilhosa. Trazer para o nosso idioma pode fazer com que detalhes não se percam, apesar de ser super natural querer assistir a um ou outro episódio mais de uma vez.

The Midnight Gospel está disponível na Netfilx.

2 – I May Destroy You

A história acompanha Arabella, escritora londrina que é vítima de abuso sexual após ser dopada em uma festa. Mais do que uma investigação sobre o que aconteceu no dia do trauma, I May Destroy You explora também como o próprio corpo parece não querer se lembrar de um momento tão doloroso.

São camadas e mais camadas, estudando gênero, machismo, consentimento, empatia, tudo isso com até um tom de humor. A série acompanha uma personagem que busca por justiça, de certa forma, mas também procura mostrar como o culto à individualidade não é exatamente algo que funciona absolutamente em uma sociedade coletiva.

Há um quê autobiográfico na trama, uma vez que Michaela Coel (produtora, protagonista e codiretora) passou por algo parecido na vida real, aproximando ainda mais as dificuldades da personagem da realidade dos espectadores.

I May Destroy You está disponível no HBO GO.

1 – O Gambito da Rainha

Em O Gambito da Rainha, Anya Taylor-Joy se estabelece de vez como uma das melhores atrizes da sua geração. A protagonista, Beth Harmon, alterna momentos de brilhantismo com o seu talento no xadrez e instabilidade da sua personalidade causada por traumas e perdas ainda jovem. Tudo isso exige muito de Taylor-Joy, que consegue segurar a onda e, inclusive, fazer com que os seus coadjuvantes também brilhem.

Além disso, apesar de ter o xadrez como elemento que faz a história andar, o roteiro vai bem mais longe, explorando facetas da sociedade machista dos anos 1950 e 1960, do contexto da Guerra Fria, e tudo isso com uma pitada de mistério.

O Gambito da Rainha foi um dos maiores fenômenos do ano – até impulsionando o interesse pelo xadrez em sites de busca na internet – e a Netflix agradece.

https://www.youtube.com/watch?v=cnqV3wsZlpo