Ex-Rolling Stones abre o jogo sobre várias lendas do Rock em entrevista

Bill Wyman, baixista do Rolling Stones, contou histórias de Keith Moon, Paul McCartney e seus próprios companheiros de banda em papo sensacional. Veja!

Bill Wyman, ex-Rolling Stones, conta histórias com Keith Moon, Ringo Starr, Keith Richards e mais
Fotos via Wikimedia Commons

Talvez o menos conhecido entre os Rolling Stones, Bill Wyman sempre manteve um perfil tímido mas isso não significa que ele tenha deixado de viver sua vida de rockstar.

Em uma entrevista com a Classic Rock, o baixista falou sobre sua relação com diversos outros astros e relembrou algumas histórias sensacionais (outras nem tanto) com verdadeiras lendas do gênero.

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Você pode ler algumas delas a seguir e ver o papo completo em inglês, no qual ele também menciona outros nomes como George HarrisonPeter Frampton e mais, por aqui.

Bill Wyman falando sobre Jimi Hendrix

Eu o vi pela primeira vez em uma boate no Queens em Nova York em 1966, quando ele era conhecido como Jimmy James. Ele fazia coisas que a pessoa média não fazia, ainda que eu soubesse que elas haviam sido feitas antes — tocar guitarra atrás da cabeça e morder cordas. Jimi era um cara legal e todos os Stones se davam bem com ele.

Quando voltamos dos EUA, eu encontrei com o The Animals [em um pub]. Chas [Chandler, baixista] me disse: ‘Estamos indo para os EUA na semana que vem.’ Eu disse: ‘Se você estiver em Nova York, vá ver esse cara chamado Hendrix. Ele é fantástico.’

Então eles foram, o Chas o conheceu e aí o assinou e o trouxe [para o Reino Unido]. Eu fui uma das primeiras pessoas a vê-lo aqui, quando ele tocou em uma boate em Bromley [The Bromel Club, em 1967]. Deve ter sido o primeiro show que ele fez. Havia praticamente mais ninguém ali. Mas ele ainda jogou fluido de isqueiro na sua guitarra e pôs fogo nela naquela noite.

Bill Wyman falando sobre Keith Moon

Eu costumava ficar bastante na casa do Moonie. Keith era um cara maravilhoso mas, Deus, ele abusava demais. O médico vinha e lhe dava tantas coisas, e aí três dias depois o Keith já havia tomado tudo. Tinha Valium, remédio para dormir, remédio para acordar e remédio para acelerar, e ele só tomava tudo o tempo todo. E havia champanhe nas manhãs, com conhaque. Eu costumava assisti-lo sem acreditar.

Uma vez eu estava fazendo uma xícara de chá pela manhã e sua amável namorada sueca [Annette Walter-Lax] desceu — eu os ouvi brigando no andar de cima — e ela tinha arranhões nos dois lados do rosto, com sangue. Eu disse: ‘Annette, o que aconteceu?’ E ela falou: ‘Ah, nada. O Keith só jogou o gato em mim.’

Ele fazia as coisas mais malucas. Se ele fosse encontrar comigo e com o Ringo no clube, ele chegava em um uniforme de caça completo. Ele teria saído e contratado equipamento de caçar raposas: chapéu, casaco, chicote, calça de equitação. Uma vez ele comprou um cemitério em West Country como presente de aniversário para o John Entwistle [baixista do The Who].

Bill Wyman falando sobre os Beatles

Eu costumava ver o John Lennon bastante nos EUA, quando nós sentávamos e tínhamos um bom papo. Eu me lembro uma vez, quando estávamos dando uma volta em Los Angeles, ele me disse: ‘Eu adoraria sair em turnê com você e o Charlie [Watts] como minha seção rítmica algum dia.’ Mas é claro que nunca aconteceu.

Eu costumava sair bastante com o Paul [McCartney] também. Eu na verdade dei a eles várias coisas dos Beatles que eles nunca tiveram, como filmes deles tocando no Shea Stadium e um deles tocando em Washington [em Fevereiro de 1964], que foi o primeiro show deles nos EUA. E aí eu dei ao Ringo um monte de coisas do Tony Hancock.

De todos eles, eu era mais próximo do Ringo. Eu o vi várias vezes nos Anos 70 quando ele morava em Monte Carlo e eu morava no Sul da França. Nós íamos a boates, ficávamos bêbados, íamos para Monte Carlo, tínhamos jantares. E aí ele vinha para a minha casa e assistia a clipes. Eram bons tempos. Eu ainda o vejo ocasionalmente.

Bill Wyman falando sobre os Rolling Stones

Keith [Richards] ainda me manda velas aromatizadas no Natal. Nós todos mandamos presentes de Natal e aniversário uns para os outros. Ainda é uma coisa de família, social, não de negócios, e funciona muito bem. É como parentes distantes — você tem uma Tia Elsie e um Tio Fred que são muito cativantes mas você não quer vê-los toda hora.

Quando eu saí dos Stones pela primeira vez eu levei alguns meses para reconstruir essa relação com eles. Foi bem estressante e eles não queriam que eu saísse. Então eles ficaram reclamões. Ao invés de serem legais e dizerem: ‘Ótimos 30 anos. Saúde, amigo,’ o Mick [Jagger] dizia as coisas mais absurdas, estúpidas, com aquela atitude mimada que ele tinha. Ele dizia coisas tipo: ‘Bom, se alguém tem que tocar baixo eu toco. Não deve ser tão difícil.’

E o Keith dizia: ‘Ninguém sai dessa banda sem ser em um caixão.’ De toda forma, eles deixaram a porta aberta para mim por uns dois anos. Charlie e Mick me ligavam e diziam: ‘Você não está saindo mesmo, está? Você já reconsiderou?’ E aí quando chegou a hora deles fazerem a turnê de 94/95 eles tiveram de tomar uma decisão final. Mick e Charlie vieram aqui e passaram uma noite comigo, tentando me convencer a ficar. Se eu tive qualquer arrependimento de não ter voltado? Nenhum, jamais.

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