Música

Nirvana: produtor diz que música mais dura de Nevermind "é sobre o Kurt"

Ao falar sobre a gravação do histórico "Nevermind", Butch Vig relembrou o nascimento de "Something In The Way", um das músicas mais sombrias do Nirvana.

Butch Vig
Butch Vig

Butch Vig, icônico produtor e baterista do Garbage, relembrou a gravação de Nevermind, o maior disco do Nirvana.

Vig está por trás do disco de 1991 que catapultou a banda à fama, e falou um pouco sobre qual foi a faixa mais difícil de gravar. Pode ser uma surpresa para alguns fãs mas, segundo o produtor, o título vai para a sombria “Something In The Way”, que encerra o disco.

Ao conversar com a NME, Butch contou um pouco da história:

Essa foi a música mais difícil de fazer em ‘Nevermind’. As outras faixas gravamos bem rápido — uma vez que estávamos organizados, tínhamos tudo certo e à mão, eles acertavam tudo em um ou dois takes, no máximo.

Então voltamos e pedi ao Kurt [Cobain] para dobrar algumas guitarras, duplicar algumas faixas, vocais e algo assim. Tentamos fazer ‘Something In The Way’ no estúdio e simplesmente não funcionou, a bateria estava muito expansiva e alta. Kurt experimentou uma guitarra, ele não conseguia tocar um violão [no Sound City Studios em Van Nuys, Califórnia] porque a sala estava muito barulhenta.

Butch Vig continua:

Então, frustrado, ele entrou na sala de controle e começou a tocar no sofá. Aí eu disse: ‘Espere, vamos gravar aqui mesmo’. Então eu chutei todo mundo para fora da sala, coloquei um microfone, desliguei os ventiladores e desliguei o telefone, e nós a gravamos no violão ali mesmo, e construímos a música a partir disso.

“Dave não consegue se conter”

O produtor ainda contou sobre como Dave Grohl, então baterista do Nirvana, não conseguia tocar a faixa “de leve”.

Nós deixamos o Dave louco, porque ele começava a tocar e imediatamente ficava mais alto, e eu dizia ‘Você tem que tocar baixo!’ [Mas] Dave não consegue se conter. Ele tocou muito bem todas as vezes, mas estava sempre ficando cada vez mais alto. Depois de cinco ou seis tentativas, ele finalmente conseguiu uma que tinha uma dinâmica muito boa.

Vig completa:

Não tem nada mais forte do que essa [música]. Kurt estava escrevendo muito sobre si mesmo. Ele poderia ser o cara debaixo da ponte [na letra]. A banda estava em ótima forma, eles estavam animados por estar lá e eles praticavam muito, estavam prontos para isso.