Sem dúvidas, a MTV Brasil moldou uma geração de fãs de música no nosso país.
Com sucesso especial nas décadas de 1990 e 2000, a emissora encerrou um ciclo em 2013 quando foi passada da Editora Abril para a Viacom e isso, para muitos de nós, foi uma perda gigantesca já que diversos programas deixaram de existir e houve uma completa remodelação do formato de operação.
Infelizmente, nem a popularização de tecnologias permitiu que o catálogo de programas da “época de ouro” fosse disponibilizado para atiçar a nostalgia de quem quisesse.
No momento, ao contrário da MTV dos EUA que constantemente disponibiliza seus programas no YouTube, não há nenhuma fonte oficial para os fãs brasileiros.
O que acontece é que ficamos reféns das pessoas que por algum motivo gravaram esses programas quando eles foram ao ar — e, de fato, há uma quantidade razoável de vídeos na plataforma que permite pelo menos matar um pouquinho da saudade.
Por outro lado, é bem comum que esses registros tenham sido feitos em VHS e tenham qualidade bem ruim. Mas a emissora ainda tem, em seu acervo, mais de 33 mil fitas incluindo “um conteúdo musical gigantesco que conta com acústicos, entrevistas e shows exclusivos de cantores e bandas” importantíssimos para a cultura brasileira.
Foi assim que surgiu a ideia de um abaixo-assinado que pede “a minha MTV de volta”; como conta o Whiplash, a iniciativa partiu de três perfis do Instagram: @amtvquedeucerto, @mtvbrasilmemorias e @diskmtvbr, todos responsáveis por publicações que ajudam a manter a memória desse período viva.
Digitalização do acervo da MTV Brasil
Com mais de 7800 assinaturas quando essa matéria foi publicada, a petição justifica a importância cultural desses programas não apenas de personalidades que se tornariam consagradas na TV brasileira como também do público, que teve contato com assuntos considerados “tabus” de maneira muito mais leve:
O canal foi responsável por apresentar ao Brasil diversos nomes consagrados no universo televisivo como Astrid Fontenelle, Zeca Camargo, Maria Paula, Marcos Mion, Marcelo Adnet, Tata Werneck, dentre outros. Além de discutir temas intitulados como ‘tabus’ pela sociedade em plena TV aberta como a luta contra a AIDS, orientação sexual e política, trazendo assim ao seu telespectador não só conteúdo musical e videoclipes, mas também um olhar crítico e responsável ao que estava acontecendo.
O Whiplash lembra também de uma reportagem do Uol Tab em Setembro de 2020, na qual o jornalista Victor Bianchin comenta que essa possibilidade de digitalização está mais próxima do que nunca, já que todo o material finalmente deixou o prédio antigo da Editora Abril e chegou ao novo.
O presidente Fábio Carvalho garantiu que o grupo está “entusiasmado com a possibilidade de trabalhar esse patrimônio da cultura audiovisual brasileira”, e por aqui só nos resta torcer para que isso aconteça o quanto antes. Além de tudo, há ainda uma questão jurídica a ser resolvida entre a Abril e a Viacom.
Você pode fazer a sua parte para ajudar assinando a petição por aqui.