A banda curitibana de rock alternativo Marrakesh abriu 2021 com seu novo EP, Knots. Com 5 faixas, o trabalho que já se encontra nas plataformas digitais firma os novos caminhos sonoros do quinteto e a parceria com o selo californiano tmwrk records, que já assinava a distribuição dos últimos singles.
Sem precisar deixar de lado o Indie Rock ou Dream Pop, que antes davam forma às experimentações da banda, o grupo conseguiu encontrar formas de reinventar sua sonoridade sem soar disforme. Nesse novo momento, esses elementos surgem condensados por influências de estilos como o Trap, Soundcloud Rap, Rock e Emo. O resultado é Pop e carrega a identidade eletrônica, instrumental e conceitual da Marrakesh.
Os caminhos trilhados pelo grupo em 2020 já acenava para essas mudanças. A etérea “To Comprehend”, seguida pela enérgica “Anymore” e depois a solar e nostálgica “Trippin’” foram os singles de pré-divulgação que desaguaram em Knots. O lançamento ainda conta com duas inéditas, a destemida “Euthanasia” e “Evil Eye”, a mais densa e complexa do registro.
O processo de composição descentralizado e feito a distância ajudou o quinteto, formado por Bruno Tubino (vocal e guitarra), Lucas Cavallin (vocal e guitarra), Daniel Tupy (vocal e baixo), Thomas Berti (vocal, sintetizadores e guitarra) e Matheus Castella (vocal e bateria), a renovar seus laços, comentam.
São as primeiras músicas que a gente não fez passo a passo juntos. E, somado a isso, queríamos ter uma abordagem mais objetiva em relação à estética. Como se prezássemos a espontaneidade acima de qualquer tipo de planejamento prévio.
O EP foi captado de forma simples: em casa, produzido pela própria banda, em parceria com Pedro Soares (RROOMM.CO), que também assina a masterização, e Vinicius Braganholo (Nicos Studio), responsável pela mixagem. Os processos expandiram o universo de possibilidades criativas. A busca pela espontaneidade faz de Knots um registro sensível, pessoalmente sincero e autobiográfico.
Faixa a Faixa – Knots por Marrakesh
01 – To Comprehend
É a faixa que sintetizou e definiu a estética para todas as outras seguintes. Significa bastante pra gente porque foi nela que colocamos em prática todas as ideias que estavam aflorando na época que foi composta.
02 – Anymore
Uma música extremamente divertida e intrigante, existe toda uma clareza em relação aos elementos presentes mas ao mesmo tempo ela é super travessa e sombria, numa conotação humorística quase, apesar de ser praticamente um desabafo sobre relações pessoais.
03 – Trippin’
Sendo a primeira música da Marrakesh que o Dani canta, representa esse conceito do EP de forma dinâmica, onde as três partes se entrelaçam e coabitam o mesmo universo. Visualmente quente e ensolarada, a densidade emocional dela é convertida em leveza e tranquilidade sonoramente.
04 – Euthanasia
A mais objetiva e talvez a mais pessoal de todas, traduz exatamente o sentimento do Bruno ao compor e segue sem hesitar e sem se conter em momento algum.
05 – Evil Eye
A mais densa e complexa do EP, provavelmente. Composta inicialmente pelo Castella, a música coloca em perspectiva a totalidade desse emaranhado emocional e todos os nós que ligam nós 5. Todos da banda cantam nela e por esse motivo é como se fosse a condensação da sonoridade do EP todo.