Música

#TBTMDQA: "The Game Of Love", de Santana, tem um pouco de Michelle Branch, um pouco de New Radicals e mais

Composta por Gregg Alexander, líder do New Radicals, a canção passou pela voz de outros intérpretes antes de desencadear na gravação com a cantora Michelle Branch.

Michelle Branch, Santana e Gregg Alexander

Vivemos em um mundo de dualidades onde raramente se existe um consenso em relação a algo. De posicionamentos políticos a gostos musicais, é muito raro passar um único dia sem ter que discordar da opinião de alguém.

Para amenizar essa vivência conflituosa, trazemos hoje no #TBTMDQA um nome unânime e inquestionavelmente talentoso. Afinal, não tem como discordar que o guitarrista Carlos Santana é um dos maiores e mais influentes representantes da música já há algum tempo.

Poderíamos falar sobre qualquer um de seus incontáveis hits, mas resolvemos ficar com uma música que prega o amor (precisamos, né?). Em 2002, ele lançou “The Game Of Love“, parceria com a então jovem cantora Michelle Branch. Sucesso quase que instantâneo, a faixa se tornou o principal single de seu disco Shaman.

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Separamos algumas curiosidades sobre a canção, incluindo a saga em busca da vocalista ideal e várias conquistas alcançadas. Confira abaixo, logo após o clipe:

 

Gregg Alexander (ou Alex Ander?)

“The Game Of Love” é uma canção composta por dois nomes que estavam em alta no mundo da música na época. Um deles é Gregg Alexander, mais conhecido por seu trabalho como frontman da banda New Radicals. A ideia original, inclusive, era que o próprio Gregg cantasse a música com Santana. No entanto, o produtor Clive Davis achou que fizesse mais sentido que uma mulher assumisse os vocais.

Após encerrar o grupo em 1999, ele passou a se dedicar à carreira de compositor e produtor, trabalhando também com nomes como Enrique Iglesias, Melanie C e Hanson. Uma curiosidade interessante é que, em alguns de seus trabalhos (incluindo “The Game Of Love”), ele adotou o pseudônimo Alex Ander. Já para a trilha do filme “Mesmo se Nada Der Certo“, de 2013, Gregg e o time de compositores usaram o nome coletivo Cessyl Orchestra. Criativo, né?

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Rick Nowels

O outro nome envolvido na composição da faixa é Rick Nowels. Desde meados dos anos 90 até a atualidade, ele assina mais 60 hits internacionais dos mais diversos gêneros. Isso inclui canções como “White Flag” (Dido), “I Follow Rivers” (Lykke Li) e “To Be Human” (Sia), além, é claro, de sua parceria com Lana Del Rey nos discos Lust For Life, Honeymoon e Ultraviolence.

Por sinal, a emblemáticaYou Get What You Give“, do New Radicals, foi composta também como fruto de sua parceria musical com Gregg Alexander.

 

Tina Turner “garoteou”

Continuando a saga da busca pela voz ideal para a música, a lendária Tina Turner foi cogitada e chegou até a gravar uma versão. No entanto, a cantora recusou participar da gravação do clipe, o que levou Clive Davis a recrutar um outro nome.

A cantora Macy Gray (do megahit “I Try”) foi rapidamente acionada, mas não convenceu o produtor. Não demorou muito para encontrar o nome que gravaria os vocais que estamos acostumados a ouvir: a então novata Michelle Branch.

A versão com Tina, no entanto, surgiu para o grande público em 2007. Junto à versão original, lançada 5 anos antes, as faixas integram a coletânea Ultimate Santana, com outros diversos sucessos da carreira do guitarrista.

 

Michelle Branch

A cantora Michelle Branch tinha acabado de completar seus 18 anos de idade quando lançou, em 2001, o disco de estreia The Spirit Room. O seu tímido destaque em paradas de sucesso foi o suficiente para chamar a atenção de Davis.

Foi o primeira canção de Michelle puramente como intérprete, sem assinar a composição. Ela ainda contribuiu com a guitarra base da música, complementando Santana.

Afinal, fazia sentido para o guitarrista tocar com nomes mais jovens do que com nomes já consagrados da indústria. Os mais recentes hits do guitarrista vieram acompanhados por nomes de uma nova geração, como Rob Thomas e Wyclef Jean.

 

O jogo do amor

O tal “jogo” à qual a música se refere é uma forma de se falar sobre os altos e baixos do amor. Isso inclui estados conflitantes que acabam surgindo junto: ciúmes, dependência, dor (não no sentido físico), diversão e mais.

Na visão dos compositores, ganhar o tal jogo implica conciliar todos esses lados, mas a própria letra deixa claro que não é uma tarefa fácil. Afinal, relacionamentos são como uma radical montanha-russa. Saber conciliar os prós e os contras (dando ênfase para os prós) é a base para “sobreviver” a isso.

 

Reconhecimento

“The Game Of Love” foi indiscutivelmente um grande hit. Alcançou a quinta posição no Hot 100 da Billboard, se tornando assim um dos maiores hits comerciais de Santana.

É também a mais recente canção de Santana a alcançar esse patamar de sucesso. Em sua carreira, ele alcançou o Top 10 com outras cinco canções. Além dos hits #1 “Smooth” (em parceria com Rob Thomas, do Matchbox Twenty) e “Maria Maria“, o músico também conquistou esse espaço privilegiado com “Why Don’t You & I“, “Evil Ways” e “Black Magic Woman“.

A canção também rendeu aos envolvidos o Grammy de Melhor Colaboração Pop com Vocais em 2003. O guitarrista havia conquistado a mesma categoria três anos antes, com “Smooth”.

 

“I’m Feeling You”

Para aqueles que experimentaram a parceria Santana-Branch pela primeira vez em 2002, ficou bem claro que aquilo tinha potencial para render mais frutos no futuro. E aconteceu.

Em 2005, Santana lançou seu vigésimo disco All That I Am, e lá tivemos um novo gostinho desse feat. A faixa em questão é o primeiro single do álbum, “I’m Feeling You“.

Dessa vez, no entanto, Michelle não estava sozinha. Junto a ela, está creditado o nome The Wreckers, que foi uma dupla country montada pela cantora em 2004, com sua amiga Jessica Harp. Não à toa, a canção foi o maior sucesso comercial do álbum, atingindo a posição 55 no Hot 100 da Billboard. Enquanto isso, os demais singles, que incluem parcerias com Steven Tyler, Sean Paul e Joss Stone, falharam em entrar na lista.