Elza Soares é uma lenda viva. Não há dúvidas disso.
Na edição nº 47 da revista da União Brasileira de Compositores (UBC), Chico Buarque e Caetano Veloso reafirmam esse status e homenageiam a artista com belíssimos textos inéditos.
Além dos textos inéditos, a edição contará com reportagem e entrevista exclusiva com Elza.
Aos 90 anos de idade, a cantora comenta sua trajetória com inúmeros altos e baixos: seu mais de 80 discos lançados, a vida exilada durante a ditadura, o casamento com um mítico jogador de futebol, perda de filhos, passar fome e sua missão de ser a voz dos excluídos.
Ao longo da minha vida, senti o racismo de todas as maneiras. Fui julgada, tentaram me diminuir, mas não parei para pensar nisso, só fui em frente. Eu não saberia dizer o que seria a Elza Soares se fosse branca. Mas sei o que eu sou: gosto de ir à luta, detesto ficar sentada esperando, eu faço acontecer”, diz a artista, que vem dando um mergulho cada vez mais profundo na denúncia do racismo e do machismo institucionais. Em suas letras, em seus discos, em sua postura pública, o empoderamento do negro e da mulher parecem ter se tornado o grande legado que ela vai construindo. “Se eu não lutar por essas coisas, que são minhas, que falam dos meus sacrifícios, das minhas perdas, quem vai lutar?
Em seu relato inédito, Caetano Veloso escreveu que “Elza Soares é uma das maiores maravilhas que o Brasil já produziu. Quando apareceu cantando no rádio, era um espanto de musicalidade”. Tanto o texto dele quanto o de Chico podem ser lidos gratuitamente através deste link a partir da próxima segunda-feira (1).