Música

Evan Rachel Wood acusa Marilyn Manson de abuso e compartilha depoimentos pesados sobre o músico

Ex-noiva de Marilyn Manson, a atriz Evan Rachel Wood disse que músico "é seu abusador" e compartilhou histórias pesadas de outras mulheres.

Evan Rachel Wood e Marilyn Manson
Fotos Stock via Shutterstock

A atriz Evan Rachel Wood decidiu falar abertamente a respeito do seu relacionamento com Marilyn Manson.

Há alguns minutos, a também modelo e cantora usou a sua conta oficial no Instagram para falar que “o nome de seu abusador é Brian Warner” e também para compartilhar nos Stories diversos relatos de outras mulheres a respeito do músico e seu comportamento abusivo.

No feed, Evan disse:

O nome do meu abusador é Brian Warner, também conhecido pelo mundo como Marilyn Manson.

Ele começou a me aliciar quando eu era adolescente e abusou de mim de forma terrível durante anos.

Eu passei por uma lavagem cerebral e fui manipulada para ser submissa.

Eu cansei de viver com medo de retaliações, calúnias ou chantagens.

Estou aqui para expor esse homem perigoso e alertar as várias indústrias que lhe deram poder, antes que ele destrua mais vidas.

Eu estou ao lado das várias vítimas que não se silenciarão mais.

Após terem namorado e inclusive sido noivos, Evan e Manson se separaram em 2010.

Denúncias contra Marilyn Manson

No Instagram Stories, Evan Rachel Wood compartilhou diversos depoimentos de mulheres que se relacionaram com Manson de alguma forma.

Uma delas, Ashley Walters, fez o seguinte relato:

Brian Warner, também conhecido como Marilyn Manson, me encontrou nas redes sociais em 2010, perguntando se poderíamos colaborar em uma sessão de fotos juntos. Sendo fotógrafa e admiradora do seu trabalho, fiquei empolgada com a oportunidade.

Nos tornamos amigos rapidamente, e após cerca de 6 meses ele me convidou para trabalhar com ele em tempo integral como sua assistente.

No começo, ele me colocava em um pedestal e me dizia que eu estava salvando a sua vida; ele frequentemente dizia coisas como ‘somos nós contra o mundo.’ Ficamos muito próximos, como uma família. Até fizemos tatuagens iguais. Ele apresentava sua casa como um espaço seguro, onde você poderia se expressar livremente e sem julgamentos. Eu não percebi que ele estava guardando informações que depois usaria contra mim.

Logo eu me tornei uma vítima de seus abusos psicológicos – ele era muito talentoso ao fazer gaslighting com seu círculo de pessoas próximas. Eu vi ele praticando abuso psicológico em todo mundo que ele empregava, todo mundo com quem ele namorava. Ele ditava os perímetros da nossa realidade. Comportamentos assustadores, perturbados e situações insanas se tornaram normalizadas. Ele era extremamente interessado no controle da mente, táticas de tortura [por exemplo: diferentes frequências sonoras que mudavam seu humor ou te deixavam enjoada], e dispositivos de espionagem para reunir informações a serem usadas em chantagens e manipulações.

Parecia que eu era sua propriedade porque ele me oferecia para encontros sexuais como uma forma de agradar possíveis colaboradores ou amigos, e ele ainda se gabava disso.

Eu era ameaçada se ele não estivesse contente comigo ou era obrigada a realizar tarefas impossíveis para que ele continuasse me repreendendo. Ele me isolou dos meus amigos e da minha família. Às vezes eu não tinha permissão para sair de lá durante dias, às vezes eu não tinha permissão para dormir. Ele se tornava violento com frequência, arremessando itens incluindo pratos de vidro e objetos pesados. Em várias noites eu temi pela minha segurança ou pela segurança de outras pessoas.

Eu reportava para seus empresários quando estava tendo uma experiência excepcionalmente ruim com ele, mas eles diziam coisas como ‘é o que é’ ou ‘ele já fez pior’ e me mandavam de volta pra lá. Às vezes eu tinha muito medo de contar tudo para eles. Em algumas vezes me disseram que a culpa era minha por não estabelecer limites.

Mais ou menos um ano depois, a nossa relação profissional acabou. Ele continuou me perturbando e detonou a minha reputação durante meses. Ele ameaçou a minha segurança financeira. À época, eu havia ficado próxima de vários colegas de banda de Manson, namoradas e amigos. Eu testemunhei todos eles em seus próprios estágios de terem seus mundos controlados por ele e suas excentricidades abusivas.

Seja por charme ou coerção, não era incomum que qualquer um de nós voltássemos ao meio de tudo. Levei muito tempo até perceber e processar o trauma pelo qual passei e que eu testemunhei. O meu primeiro ataque de pânico aconteceu trabalhando lá. Eu continuo sofrendo com Transtorno de Estresse Pós-Traumático e luto contra a depressão. Eu mantive contato com algumas pessoas que viveram seus próprios traumas sob seu controle. Como todos nós lutamos, do jeito que sobreviventes fazem, para seguir com as nossas vidas eu continuava ouvindo histórias perturbadoramente similares às nossas.

O abuso que ele causou ficou claro; ele continua causando em várias pessoas e eu não posso me calar e deixar que aconteça a outros. Brian Warner precisa ser responsabilizado.

Até a publicação dessa matéria, Marilyn Manson ainda não havia se manifestado a respeito das acusações.