O System of a Down teve um retorno triunfal em 2020 com as ótimas “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz”, primeiras inéditas em 15 anos.
As duas canções cumpriram o objetivo de ajudar a arrecadar fundos para a Armênia, que passava e passa por situação urgente devido a conflitos com Azerbaijão e Turquia, mas também ajudaram a saciar o apetite de muitos fãs por material novo de uma das bandas mais espetaculares do Rock.
Ainda assim, muitas dessas pessoas acabaram sentindo um gosto amargo por saber que isso não significa um retorno pleno às atividades do SOAD, e o baixista Shavo Odadjian contou em participação no programa de entrevistas de Robb Flynn, do Machine Head, que compartilha dessa sensação (via Blabbermouth):
Para mim, tudo isso é amargo, porque eu acho que ainda podemos fazer isso, mas por conta de desentendimentos [entre] os membros da banda, nós não estamos fazendo. Olhem pra nós — nós temos uma causa comum. A gente se junta, a gente faz duas músicas, dois vídeos.
Eu sou aquele membro que ainda tem todo mundo como tipo meu melhor amigo, mas eles não são melhores amigos entre si tanto quanto antes. Eles são, mas eles têm diferenças de opiniões e tudo mais. Eu tenho uma forma de entender cada membro e dizer, ‘Cara, a gente pode passar por isso.’ Não é um problema tão grande assim — ninguém comeu a porra da esposa do outro; ninguém fez alguma dessas coisas que podem realmente destruir um relacionamento. É só uma diferença na opinião das coisas. E eu acho que as pessoas deveriam [ser capazes de] resolver isso. Mas por causa, eu acho, do que nós tínhamos, eu acho que é, tipo, algumas pessoas ficam presas no que a gente tinha e algumas pessoas querem seguir em frente e não fazer o que nós tínhamos e fazer algo totalmente diferente, o que é errado também. Eu não acho que a gente deveria fazer algo totalmente diferente; eu acho que deveríamos fazer algo com o que ambos concordamos. E estamos tendo dificuldade [em concordar em uma direção], é aí que estamos.
Então, pra mim, é amargo, porque eu vejo todo mundo e todo mundo está, tipo, ‘Nós amamos o Shavo.’ E eu estou, tipo, ‘Eu amo vocês,’ mas eles não conseguem trabalhar juntos.
Eu não acho que nada tão horrível tenha acontecido. Estamos todos vivos. Somos todos amigos. Eu juro, quando há conversas acontecendo, é realmente legítimo, bem amável. Ninguém está odiando um ao outro. O Serj [Tankian] e o Daron [Malakian], quando eles se falam, eles estão conectados, eles são legais um com o outro. Ninguém está odiando, ninguém está xingando, ninguém está dizendo ‘vá se foder’, ninguém está dizendo ‘você estragou…’, ‘você fez isso.’ É só essa parte que está fodida.
O Daron trouxe essas músicas [‘Protect the Land’ e ‘Genocidal Humanoidz’]. E nós já trabalhamos assim antes. Uma música como ‘War?’ foi trazida pelo Daron — era uma música do Daron; o Daron a trouxe, e aquilo aconteceu. E aí há uma música como ‘Sugar’, que fui eu quem trouxe. E aí há uma música como ‘Question!’ onde o Serj foi quem trouxe. Então nós temos diferentes formas de escrever músicas, [e] deveria ser assim novamente. Mas por conta do que aconteceu, eu sinto que meio que se transformou nesse grande problema agora.
Eu acho que no fim das contas, quando formos velhos e grisalhos, vamos olhar pra trás e pensar, tipo, ‘Porra, nós fomos idiotas,’ por não aproveitarmos esse tempo e curtir os dias ao máximo. Eu acredito em curtir a vida em tudo que eu faço, e é isso que eu faço — é por isso que estou tão ocupado ultimamente.
Como eu disse, eu estou te falando aqui, não há nada que tenha acontecido que não possa ser resolvido. Então eu sempre tenho esperança. Eu estou fazendo tudo sabendo que o System não está morto, e ele não tem estado morto.
Bom, pelo menos alguém ainda tem esperanças, né?