Música

O dia em que George Harrison regravou uma música só para sacanear Phil Collins

Com seu senso de humor impecável, George Harrison fez um esforço enorme só para sacanear Phil Collins depois de um encontro nos anos 70. Entenda!

George Harrison e Phil Collins
Fotos via Wikimedia Commons

Não é segredo para ninguém que George Harrison era o Beatle com melhor senso de humor, mas uma história sensacional voltou à tona nos últimos dias e envolve o guitarrista com Phil Collins.

Foi lá nos anos 70, logo depois do fim dos Beatles, que George contatou Collins pela primeira vez. Na época, o baterista tocava com o Flaming Youth e foi chamado para fazer um trabalho como músico de sessão na gravação do lendário All Things Must Pass.

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A sua função era tocar congas, mas Phil não era nem um pouco especialista no instrumento. Por isso, a situação acabou se transformando em um mini pesadelo para o baterista que sentiu que tinha jogado fora sua maior chance profissional. Ele explicou isso em uma entrevista à Classic Rock em 2020:

Foi quando eu estava no Flaming Youth. Nosso empresário recebeu uma ligação do chauffeur do Ringo Starr, que disse que eles precisavam de um percussionista e ele me sugeriu. Então eu fui para o Abbey Road e o Harrison estava lá, junto com o Billy Preston e o Klaus Voormann e o Phil Spector, e nós começamos a praticar a música. Ninguém me disse o que tocar, e toda vez que eles começavam a música, o Phil Spector dizia: ‘Vamos ouvir guitarra e bateria,’ ou ‘Vamos ouvir baixo e bateria.’ E eu não costumo tocar conga, então minhas mãos começaram a sangrar. E eu estou mendigando cigarros do Ringo — eu nem fumo, eu só me sentia nervoso.

Enfim, depois de umas duas horas disso, o Phil Spector diz: ‘Ok congas, vocês tocam agora.’ E eu estava com meu microfone desligado, então todo mundo riu, mas minhas mãos estavam destruídas. E logo depois disso todos eles só desapareceram — alguém disse que eles estavam vendo TV ou algo assim — e eu soube que poderia ir embora. Alguns meses depois eu comprei o álbum na minha loja de discos do bairro, olhei para o créditos e eu não estava lá. E eu fiquei pensando: ‘Deve haver algum engano!’ Mas é uma versão diferente da música e eu não estou nela.

Claro que, como todos sabemos, Collins eventualmente veio a se tornar um dos músicos mais bem-sucedidos de sua geração tanto com o Genesis quanto em sua carreira solo. Era natural que ele se reencontrasse com Harrison em algum momento, e isso aconteceu vários anos depois por conta de um amigo em comum.

Foi aí que o senso de humor de George entrou em ação e ele pregou uma peça sensacional no colega:

Corta para anos depois. Eu comprei a casa do Jackie Stewart [ex-piloto de Fórmula 1]. E o Harrison era amigo de Jackie, e o Jackie me disse que o George estava remixando o ‘All Things Must Pass’. E ele disse: ‘Você estava nele, não estava?’ E eu disse: ‘Bom, estar eu estava.’ Dois dias depois eu recebo uma fita de George Harrison com uma nota dizendo: ‘Será que isso é você?’

Eu vou correndo escutá-la, e a reconheço na hora. De repente entram as congas — altas demais e simplesmente terríveis. E no fim da fita você ouve o George Harrison dizendo: ‘Ei, Phil [Spector], podemos tentar outra sem o cara das congas?’ Então agora eu estou sabendo, eles não foram assistir TV, eles foram pra algum lugar e disseram: ‘Livre-se dele’, porque eu estava tocando muito mal.

E aí o Jackie me liga e diz: ‘Eu tenho alguém aqui pra falar com você,’ e coloca o George no telefone. E ele diz: ‘Você recebeu a fita?’ E eu disse: ‘Eu acabei de perceber que eu fui demitido por um Beatle.’ E ele diz: ‘Não se preocupe, era uma zoeira. Eu fiz o Ray Cooper [famoso percussionista britânico] tocar muito mal e a gente dublou por cima. Achei que você iria curtir!’ E eu disse: ‘Seu filho da puta!’

Foi sensacional, não foi? [risos]

Todo esse esforço para uma piadinha? Bom, pelo menos na nossa opinião, valeu a pena — e parece que Phil também caiu direitinho. Sensacional!

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