Perry Farrell é uma daquelas verdadeiras lendas da música.
Vocalista do mega influente Jane’s Addiction e fundador do Lollapalooza, o cara tem um legado irreparável na música e definitivamente exerceu muito bem a sua atividade criativa. Em uma nova entrevista, no entanto, Perry garantiu que algumas coisas sobre a sua vida não devem ser expostas.
Ele estava respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de eventualmente lançar uma autobiografia e garantiu que não irá fazê-lo para não ser mau exemplo aos filhos, apesar de defender o direito dos músicos de usar drogas para que haja uma “expansão da mente”:
Eu fico um pouco reservado de lhe contar tudo sobre a minha vida. Algumas coisas são simplesmente vergonhosas. E eu tenho filhos agora. Mesmo que eu não esteja exatamente envergonhado, mas eu não quero que meus filhos peguem o caminho errado por minha causa, porque eles pensam, ‘Bom, você fez isso…’
Eles não precisam saber de tudo sobre mim. Eles podem sair e viver suas vidas. Meu filho já fugiu de casa duas vezes, ele acabou de voltar. E eu estava um pouco bravo com ele, mas aí eu pensava comigo mesmo, ‘Caramba, eu fugi de casa também.’ Eu entendo por que ele o fez, mas eu só não preciso encorajá-lo falando de algumas das merdas malucas que eu fiz.
É assustador por aí. Eu não quero que meu filho entre na situação errada, que ande com as pessoas erradas, mas ao mesmo tempo… eu não sei como dizer isso. Eu quero, sim, que ele vá e viva uma vida maluca, porque ele é músico. E músicos — eu acho que há limites diferentes. Músicos têm que ter o direito de experimentar coisas loucas como absinto ou LSD ou cogumelos.
Eu acho que para um músico, é mais permissível experimentar essas coisas — coisas que expandem a mente. As melhores canções são escritas sobre os tempos loucos ou sobre sobreviver os tempos loucos. De novo, eu digo, como músico, você tem uma autorização diferente. Na verdade, eu acredito que deveria haver uma habilitação que você recebe se for um músico e fizer um certo curso. E aí isso te permite experimentar coisas.
Digo, pense como seria o mundo da arte sem o absinto. O que seria Salvador Dalí — como seriam as pinturas dele? O que seria da música se o Grateful Dead não tivesse ‘dropado’ ácido?
Ao falar sobre seus filhos, que têm 16 e 18 anos, Farrell voltou a explicar seu ponto de vista e reforçou seus argumentos sobre o uso de drogas:
Eles são garotos muito bons que realmente amam música. E, como eu disse, eu sou a última pessoa na fila para dizer a eles que eles não podem fazer algo. Mas eu vejo que as pessoas mais ferradas não são os caras que estão experimentando; são aqueles que ouvem dos pais que eles não podem experimentar e são impedidos de experimentar a vida. Esses são os jovens que, em geral, acabam sendo os mais ferrados, eu acho.
Você pode ver a entrevista na íntegra pelo vídeo logo abaixo, e essa fala do vocalista aparece bem ao final, perto da marca de 28 minutos.