Muita gente por aí, até mesmo dentro da cena da música pesada, tem declarado a morte do Rock and Roll e do Heavy Metal constantemente.
Enquanto estes perdem tempo tentando “enterrar” algo que nunca vai morrer, ótimas bandas seguem surgindo e renovando o cenário nos últimos anos.
Claro que alguns dos grupos mais estabelecidos, como Deftones, Sepultura e tantos outros, continuam fazendo trabalhos incríveis. Mas ao mesmo tempo novos nomes como Spiritbox e Code Orange têm tido cada vez mais destaque e trazem novos ares a uma cena que, na verdade, não precisa ser renovada — precisa aceitar a renovação.
Logo abaixo você pode conferir uma seleção com 12 dessas bandas que vêm fazendo trabalhos espetaculares no Brasil e lá fora. É claro que essas não são todas, então não esqueça de deixar suas sugestões pra gente no Facebook e no Instagram!
Spiritbox
Liderada pelos vocais incríveis de Courtney LaPlante (ex-iwrestledabearonce), a banda canadense Spiritbox tem todos os olhares dos fãs da música pesada voltados ao seu disco que deve ser lançado no futuro próximo.
Já com um bom material na bagagem, o quarteto ganhou mais notoriedade do que nunca após os lançamentos de seus singles mais recentes — “Constance”, “Blessed Be”, “Rule of Nines” e “Holy Roller” — por ter apresentado uma evolução impressionante de sonoridade, se colocando em um patamar notavelmente alto de expectativas.
A disparidade entre a pegada melódica e Pop quando Courtney canta com sua voz normal e a agressividade dos gritos sempre muito bem colocados transforma o Spiritbox em uma atração realmente digna de toda atenção que vem recebendo, e por aqui estamos bastante ansiosos pelo novo álbum!
Deafheaven
Sem dúvidas uma das bandas mais estabelecidas dessa lista, o Deafheaven dispensa apresentações para quem acompanhou a cena nos últimos anos.
Ainda assim, não podemos deixar de inclui-los por aqui: com uma mistura única que envolve Shoegaze, Black Metal e outros subgêneros que muitas pessoas jamais iriam colocar na mesma frase, o que começou como um duo hoje já conta com cinco membros e uma baita reputação.
Apesar de já ter quatro discos lançados, o Deafheaven tem se reinventado a cada trabalho e o último, Ordinary Corrupt Human Love (2018), nos dá a certeza de que eles ainda têm muito a oferecer.
Black Pantera
Figurinha carimbada aqui no TMDQA!, o Black Pantera é tudo que você pode querer se é fã de música pesada.
Melhor descrita como uma banda de Crossover Thrash, o fato é que os caras têm um som que une desde o Hardcore até o Death Metal, passando por outros gêneros dentro do Metal e do Punk. O resultado é simplesmente espetacular e também é daqueles que trazem pancadas do começo ao fim.
A banda ganhou bastante notoriedade com seu último disco, Agressão, e certamente tem um futuro brilhante pela frente. Vamos ficar ligados!
Code Orange
Se o seu negócio é pancada do começo ao fim, talvez o Code Orange seja a melhor recomendação dessa lista.
Queridinha de nomes estabelecidos da cena, a banda logo encontrou seu lugar tanto na indústria quanto musicalmente. Com forte influência do Punk e do Hardcore, o som do quinteto é um prato cheio para quem curte essa estética quase-Horror que marcou esses gêneros.
Por fim, de forma semelhante ao Spiritbox, o contraste entre vozes também adiciona um elemento bastante interessante. Dessa vez, no entanto, são três vocalistas: Jami Morgan, Eric Balderose e a ótima Reba Meyers.
Bring Me the Horizon
Provavelmente os mais populares da lista, os britânicos do Bring Me the Horizon só entram aqui porque seguem se renovando a cada disco — e, graças ao seu largo alcance, acabam trazendo novos elementos para a cena de forma geral.
Isso aconteceu em todos os últimos lançamentos do BMTH e o mais recente, POST HUMAN: SURVIVAL HORROR, foi um verdadeiro atestado à capacidade dos caras de unir os elementos da música pesada às influências Pop que lhes deram uma maior notoriedade nos últimos anos.
Apesar da carreira já relativamente longa, ainda vem muito mais por aí!
Nervosa
Já com trajetória reconhecida internacionalmente, as brasileiras da Nervosa são símbolo do Thrash no mundo todo.
Ainda assim, o futuro parece promissor quando olhamos para a renovação que está acontecendo dentro do próprio grupo. Recentemente a formação foi totalmente reformulada e apenas Prika Amaral continua na banda, fazendo com que o novo disco Perpetual Chaos tenha uma sonoridade diferente do normal mas com a mesma qualidade de sempre.
Vale a pena também ficar ligado na Crypta, projeto das duas integrantes que deixaram a Nervosa e que deve lançar seus primeiros materiais em breve.
Nova Twins
Já tem algum tempo que as Nova Twins começaram seus trabalhos, mas foi só em 2020 que elas finalmente lançaram o disco de estreia Who Are the Girls?.
O álbum provavelmente é o menos pesado dessa seleção mas, afinal de contas, música pesada também inclui o Punk Rock e isso é algo que elas fazem bem demais. O trabalho das duas britânicas também traz elementos de Rap, Garage Rock e até Dubstep, transformando a sonoridade em algo único e ótimo.
Em meio a tudo isso, elas também participaram de canções com duas bandas dessa lista — o FEVER 333 (um mashup ao vivo) e o Bring Me the Horizon (“1×1”).
Crystal Lake
Diretamente do Japão, o Crystal Lake tem uma carreira já de quase duas décadas, mas os países ocidentais têm começado a recebê-los de braços abertos só mais recentemente.
Isso se deve muito ao excelente Helix, lançado em 2018 e atestando a qualidade dos músicos em criar um Metalcore que consegue (por algum milagre!) fugir das dezenas ou centenas de bandas genéricas que saturaram o gênero. Em diversos momentos, lembra a melhor fase do August Burns Red, outra banda que se encaixa na descrição.
O maior problema dos caras acaba sendo a constante mudança de formação, mas até o momento isso nos os impediu de ter bastante sucesso — e ainda dá tempo de ir muito além.
FEVER 333
Claro que todas as bandas nessa seleção têm sua importância, mas o FEVER 333 é possivelmente aquele com maior relevância social.
Projeto comandado por Jason Aalon Butler (ex-letlive.) que conta com participações até mesmo de nomes como Travis Barker, o FEVER é um coletivo mais do que uma banda; além da música, a mensagem de justiça social é pra lá de importante e, talvez, até uma prioridade para os artistas.
Os caras também possuem um dos shows mais espetaculares que já vimos (eles passaram pelo Brasil recentemente) e, sem dúvida alguma, estão só começando em um caminho extremamente promissor.
Loathe
Voltando a falar de britânicos, o Loathe é sem dúvidas um dos grupos mais promissores do momento.
Com apenas dois discos de estúdio até agora (sem contar um de música ambiente que soa mais como um projeto paralelo), os caras realmente encontraram a fórmula do sucesso no excelente I Let It In and It Took Everything, lançado em 2020 e eleito um dos melhores trabalhos do ano.
Com uma pegada que lembra bastante o Deftones em alguns momentos — tanto em peso quanto em timbre e melodia — mas traz uma perspectiva mais agressiva de forma geral, é definitivamente uma banda para manter (muito) no radar.
Surra
Mais um belíssimo representante da cena brasileira, o Surra vem de Santos (São Paulo) com uma proposta muito simples: unir os riffs pesadíssimos do Thrash Metal com a pegada visceral e sincera do Punk.
Não à toa, os caras acabaram conhecidos como “Surra Thrash Punk” e criaram uma identidade única que agrada desde os metaleiros mais fervorosos até aqueles que não têm tanta simpatia pelo gênero, mas curtem a crueza do Punk e/ou as letras recheadas de conteúdo social e político.
O grande destaque dos caras é o disco Escorrendo Pelo Ralo, de 2019, e definitivamente as expectativas para o futuro são bem grandes.
Architects
Definitivamente já estabelecido na cena há algum tempo e com um catálogo extenso, o Architects está criando uma nova identidade que deve culminar em seu novo disco For Those That Wish to Exist.
Ao se reinventar e encontrar uma sonoridade que parece pronta para lotar estádios, os britânicos abrem novas possibilidades e mostram que são extremamente capazes de evoluir e deixar para trás os elementos que foram se tornando ultrapassados.
Tem tudo para ser um dos melhores discos do gênero em 2021!