John O’Callaghan tem uma carreira extremamente sólida — e cheia de hits — com a sua banda principal, o The Maine.
Isso não significa que ele esteja pronto para parar por aí. Lá em 2016, o vocalista lançou o projeto solo John the Ghost com um EP intitulado Sincerely, John the Ghost, que mostrava um lado mais íntimo de sua sonoridade mas que, no fim das contas, definitivamente soava como uma extensão de sua veia principal.
Agora, no entanto, ele nos apresenta o novo disco I ONLY WANT TO LIVE ONCE e dá novo peso ao John the Ghost.
O álbum chegou no dia 12 de Fevereiro e mostra elementos mais próximos do eletrônico, experimentando com novas sonoridades que definitivamente remetem ao The Maine mas não se limitam a ele — definitivamente, um novo lado de John é exposto ao mundo e promete agradar tanto os fãs das antigas quanto os que nunca ouviram falar de seu trabalho.
Com um título que evoca dualidade (“Eu Só Quero Viver Uma Vez”), o álbum realça em suas letras o verdadeiro significado dessa frase: é uma forma de realçar a luxúria que o vocalista tem pela vida, em oposição à interpretação negativa de não querer viver mais de uma vez.
Logo a seguir, você pode conferir um papo exclusivo que tivemos com O’Callaghan em que ele dá mais detalhes do novo trabalho, conta curiosidades e ainda finaliza com um recado especial aos fãs brasileiros!
Entrevista com John the Ghost
TMDQA!: Ei, John! Que prazer enorme conversar contigo sobre esse projeto tão especial. Primeiramente, pode nos dizer o que te inspirou a criar o John the Ghost alguns anos atrás e o que te fez voltar pra ele agora?
John O’Callaghan: O prazer é todo meu! Olhando pra trás, eu acho que o desejo de experimentar longe do “pseudônimo” que é o The Maine foi a faísca para a criação do John the Ghost. Eu escrevo músicas o tempo todo e depois que nós gravamos o oitavo álbum do The Maine em 2020, eu tinha algumas canções sobrando que eu não gostaria de guardar. Então eu decidi gravá-las e lançá-las como JTG.
TMDQA!: Comparando com o primeiro EP que você lançou sob esse nome, as novas músicas soam bem mais eletrônicas. É algo que me agrada bastante, porque se diferencia um pouco do trabalho com o The Maine. Como você se sente ao se distanciar dessa sonoridade? No último disco do Maine vocês já experimentaram bastante com algumas coisas novas, né?
John: Eu gosto de pensar que com o The Maine a gente tem sido bem bom em evitar a monotonia de um som específico. Eu acho que essa mesma mentalidade é carregada para o JTG. Eu nunca quero me colocar em uma caixa e limitar a minha habilidade de ser criativo e aventureiro. Eu fico muito lisonjeado que você curta as coisas novas!
TMDQA!: Você disse que esse disco começou por conta de uma música. Qual foi essa música e você sente que ela acabou ditando o tom do que você procurava musicalmente ou foi só um sinal de que você precisava explorar sua criatividade?
John: A primeira música que surgiu foi “Rolled Down Window”. Em retrospecto, eu não acho que ela deu o tom em questão de som, mas ela o fez no que diz respeito à ideia de gravar mais música em movimento. Esse disco é um pouco maníaco em questão de som, mas isso é o que mais curto dele.
TMDQA!: Pelo que vi nas redes sociais, os outros membros do The Maine te apoiaram bastante nesse projeto solo. É por aí mesmo? Eles tiveram algum tipo de envolvimento nesse trabalho?
John: Eles foram absolutamente ótimos em me apoiar. O Pat [Kirch, baterista] ajudou bastante com ideias de marketing e formas de espalhar a palavra sobre o disco. Pra falar a verdade, eu acho que esse projeto atrai atenção para o The Maine por consequência, mas o The Maine sempre será meu “numero uno”.
TMDQA!: Eu diria que você tem uma habilidade incrível de escrever refrães, eles sempre ficam grudados na cabeça! Mas pra esse disco eu acho que eles funcionam de uma forma diferente do que o The Maine: ao invés daquela pegada Arena Rock, sinto uma coisa mais Pop. É algo que você faz conscientemente? Você sente que tem uma forma de “virar a chave” quando está escrevendo para cada projeto?
John: A música Pop é dona da maior parte do meu coração. Sempre vai ser. E na minha humilde opinião, as canções do The Maine na verdade são apenas canções Pop em suas essências. Eu acho que com esse projeto eu só não tentei disfarçar isso tanto quanto [com o The Maine]. Eu as deixei em sua forma mais pura, o que significa que elas não evoluíram muito de suas versões demo iniciais. A maioria dessas canções foi escrita com a intenção de serem músicas do The Maine, então vocês poderão ouvi-las antes da banda trabalhá-las, o que eu acho que é legal.
TMDQA!: O título do disco é bem curioso, também. Você disse que seu amigo o interpretou de uma maneira negativa e, pra ser sincero, se você não tivesse explicado eu também teria. Você acabou ficando atraído por essa dualidade de significado?
John: Eu secretamente fiquei um pouco chateado comigo mesmo por ter divulgado essa informação porque sempre foi a minha intenção deixar a maioria das letras e títulos para a interpretação de cada um. A interpretação dele não mexeu comigo de forma alguma. Eu tinha o título pronto há algum tempo e estava totalmente decidido que seria esse.
TMDQA!: Obviamente, você deve saber que o Brasil te ama e ama a sua banda. Sei que você nunca tocou muito com o projeto solo, mas há alguma possibilidade de vermos esse lado da sua música ao vivo por aqui?
John: No ponto em que estamos, nós todos só sentimos falta da estrada. Sentimos falta do Brasil. No mundo perfeito, eu conseguiria fazer uma pequena turnê com o John the Ghost, mas o mundo está longe de ser perfeito então a música vai ter que ser suficiente por agora.
TMDQA!: John, muito obrigado pelo seu tempo! Fique à vontade para deixar um recado para os fãs brasileiros, se quiser.
John: Espero que vocês todos estejam felizes e saudáveis. Sinto falta de vocês pra caralho. Sejam bons com vocês mesmos e eu irei vê-los quando estiver olhando pra vocês.
XOXO
-JOHN