Música

James Hetfield e as razões pelas quais o Metallica não fala de política

Um fã montou uma vídeo com declarações em que James Hetfield explicou por que o Metallica não fala de política em suas músicas. Veja e leia tradução!

James Hetfield, do Metallica, em 2019
Foto de James Hetfield via Shutterstock

Em um momento onde cada vez mais bandas se envolvem diretamente com política, o Metallica continua neutro. O feito é quase histórico, já que os grupos vêm sendo muito cobrados por fãs e pela mídia, mas não é de hoje que as lendas do Metal lidam com essa pressão.

Durante sua carreira, James Hetfield já foi questionado algumas vezes sobre os motivos pelos quais as canções da banda não são politizadas e, de forma geral, por que o Metallica não fala de política.

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Um fã resolveu compilar duas ocasiões em que o vocalista e guitarrista falou sobre o tema, e a primeira delas parece ser mais antiga. Na ocasião, Hetfield afirma que muitas pessoas (em especial fora dos EUA) esperam um viés político da banda e até assumem que eles possuem isso, mas não é o caso:

Basicamente, estamos aqui para falar de música. Digo, políticas e essas porcarias… eu não curto misturar música e política. Certas crenças de uma pessoa não… sabe, estamos aqui para tocar músicas. Quando vamos tocar em certos países, sempre há perguntas políticas tipo, ‘Ah, vocês estão aqui para salvar os jovens?’, sabe? Estamos aqui para tocar músicas, sabe, é um dos nossos sentimentos que estamos tentando externalizar. E eu acho que outras celebridades ou figuras que usam suas popularidades para promover certas causas políticas… eu acho errado. Só porque uma pessoa é popular não significa que ela seja esperta, na maioria das vezes.

James Hetfield explicando por que o Metallica não fala de política

Na outra resposta, mais extensa, James dá mais detalhes sobre o assunto e deixa claro que não há uma concordância política mesmo dentro da banda, o que também colabora para que eles evitem abordar isso.

Ele ainda fala sobre como tem “fé na humanidade” e acredita que o sistema político dos EUA, que consiste em dois únicos partidos principais (Republicanos e Democratas), faz com que ambos “se cancelem” em uma espécie de batalha recheada de “negatividade”, caminho com o qual ele discorda.

Nas palavras do músico:

A nossa música… eu acho que estamos falando de uma emoção humana, espero que um sentimento universal sobre, sabe, os sentimentos de humanos. Não estamos tentando fazer uma afirmação; acho que a afirmação que estamos fazendo é que morte, medo, confusão, maravilhas… [são] emoções humanas, você pode anexá-las politicamente se quiser, mas realmente me incomoda quando músicos populares ou qualquer outra celebridade sejam tão briguentos quando falam de suas crenças políticas.

Eu acho que isso é liberdade de expressão e eu amo isso, eles podem fazer isso o quanto quiserem, mas o que me incomoda é que as pessoas acreditam que suas opiniões são mais importantes porque eles são populares. Eu não acredito nisso. E eu só não quero apoiar alguém porque uma semana depois essa pessoa pode dizer algo que eu não concordo! É colocar a nossa música em uma pessoa, para que ela leve isso a algum lugar. Pra mim, isso faz as coisas perderem o valor.

Eu acho que a nossa música vai além da política; política me entedia. A política, ela separa — especialmente nos EUA, pra mim — ela separa as pessoas, e eu quero que [a nossa música] siga o outro caminho. Então, você sempre vai perder alguns fãs se você disser algo que talvez você acredite politicamente. Eu quero ir além disso e ser humano.

Eu acho que dentro da banda há várias opiniões diferentes; nós todos somos bastante opostos e tudo bem. Essa é provavelmente a maior razão pela qual não falamos de política, porque não fala por todos de nós. A minha teoria é de que, nos EUA, pelo menos, os dois partidos precisam um do outro e [a balança] vai [para um lado] e depois [para o outro] e é a mesma coisa sempre. Eles se equilibram, se cancelam.

Mas eu prefiro que eles se cancelem através de movimentos positivos do que arremessando lama [um no outro] ou [com] negatividade. Eles tentam ganhar popularidade com a negatividade, e eu não gosto disso. Então, sim, na banda, há crenças diferentes. Então não haveria [uma opinião] universal, mas eu acredito… eu tenho fé na humanidade, de que o desejo de sobreviver e o desejo de fazer a coisa certa sempre vai ser vitorioso.

Você pode ver ambas as declarações pelo vídeo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=UXDDkbHKxls

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