E o mistério acabou: a Sony Music Entertainment irá comprar a gravadora Som Livre do Grupo Globo.
A informação foi confirmada há poucos minutos através de um comunicado de imprensa que oficializou a assinatura de um acordo definitivo entre SME e Globo Comunicação e Participações para a aquisição da “empresa independente de música Som Livre”.
No press release, é reforçado o fato de que a Som Livre continuará como uma empresa independente (e às vezes até concorrente) da Sony Music, já que a marca brasileira será um “centro criativo autônomo”.
A ideia é que esse centro criativo independente esteja dentro da Sony, que continuará a contratar, desenvolver e promover seu elenco de artistas, e Marcelo Soares continuará sendo o CEO da Som Livre.
Sony Music e Aquisição da Som Livre
A Sony Music afirmou que investirá no crescimento do novo selo sob seu comando, criando oportunidades para artistas brasileiros em diversas frentes.
Rob Stringer, chairman do Sony Music Group, disse:
Estamos encantados em investir na Som Livre e ampliar nossa relação com essa empresa tão especial. O Brasil é um dos mercados musicais mais dinâmicos e competitivos em crescimento no mundo e nós traremos enormes oportunidades para os talentos através da nossa visão compartilhada.
Quem também falou a respeito foi Marcelo Soares, que afirmou:
Som Livre teve um excepcional período de 50 anos como uma empresa da Globo. O suporte da Globo foi fundamental para o crescimento da Som Livre, sobretudo pela última década, quando construímos o negócio ao que ele é hoje. Olhando para o futuro e enxergando todas as oportunidades pela frente, é muito empolgante saber que teremos a Sony Music conosco. Estamos, mais uma vez, no lugar certo para garantir as melhores possibilidades de desenvolvimento de carreira para nossos artistas e funcionários. Sou muito grato por tudo que conquistamos com a Globo, e estou ansioso por começar essa nova fase com a Sony.
Quem destacou o fato de que a Som Livre tem nomes importantíssimos da música brasileira como Marília Mendonça e Filipe Ret, foi Afo Verde, Chairman e CEO da Sony Music Latin Iberia, dizendo:
Som Livre é a casa de alguns dos talentos mais criativos do Brasil, e tem histórico de uma década de importante desenvolvimento de música local. Ambos acreditamos em estratégias com foco nos artistas e juntos vamos oferecer uma abordagem inovadora para o mercado brasileiro e toda a região latino-americana.
A outra ponta envolvida na história toda era a Globo, até então dona da SL, e o CEO da empresa, Jorge Nóbrega, disse:
Estamos muito felizes em ter encontrado na Sony uma nova casa para a Som Livre, um negócio que foi construído dentro da Globo e que sempre foi muito querido por todos nós. A Som Livre produziu e lançou músicas com a Globo por mais de meio século, foi um importante capítulo na história da Globo. Nós queríamos assegurar que esse acordo preservasse tudo que a Som Livre representa para os brasileiros. Desde o início das conversas percebemos um alto nível de profissionalismo, interesse e respeito vindos da Sony Music, que fizeram dela a combinação perfeita para a Som Livre. Desejo à Som Livre e à Sony muitos mais anos de sucesso.
A compra está sujeita às condições regulatórias e de fechamento usuais, como a aprovação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
História da Gravadora
Em 1969 a Globo fundou a gravadora brasileira Som Livre para divulgar trilhas sonoras de programas de TV, mas o selo acabou evoluindo para outros lados e se tornando uma gravadora “de vanguarda”, que refletia boa parte do gosto musical brasileiro.
A ideia era antecipar e entender tendências para lançar nomes que fizessem sentido no mercado nacional, e hoje em dia a empresa atua principalmente com nomes relacionados ao Sertanejo, Pop e Hip Hop.