Música

#TBTMDQA: De Nina Simone até Muse e Pussycat Dolls, todo mundo ama cantar "Feeling Good"

Rock, soul, eletrônico... Não importa qual a estética usada. "Feeling Good" vai ser sempre uma música marcante e todos nós sempre a cantaremos.

Nina Simone
Foto: Jean Pierre Leloir

A música, talvez de forma mais evidente do que qualquer outra arte, tem o poder de provocar em seu consumidor sentimentos dos mais diversos. Por outro lado, ela também pode servir como uma tela em branco para o artista se expressar da forma mais acessível possível. O barato está justamente em como cada ouvinte vai absorver o que está sendo dito.

Algumas músicas geram identificação instantânea e ganham, com isso, o status de atemporal. Isso é resultado da junção entre letras, timbres e melodias, que potencializa a mensagem passada. Não conseguimos pensar num exemplo melhor para ilustrar isso do que “Feeling Good“. Imortalizada na voz de Nina Simone desde 1965, esta é uma canção que arrepia, emociona e nos prende ao mesmo tempo. Se é a letra, melodia ou instrumentação, não sabemos. Só sabemos que nunca cansaremos de cantá-la.

Publicidade
Publicidade

LEIA TAMBÉM: Há 26 anos, os Mamonas Assassinas deixaram o Brasil doidão com “Pelados em Santos”

Abaixo (depois do vídeo), confira algumas curiosidades sobre o legado dessa música, que acumula diversas versões há mais de 60 anos.

 

A original

Não, a primeira versão não é a de Nina Simone. “Feeling Good” veio ao mundo originalmente em 1964, um ano antes da versão que conhecemos e amamos. Os compositores britânicos Anthony Newley e Leslie Bricusse deram vida ao hit para uma peça musical.

The Roar of the Greasepaint – The Smell of the Crowd fala sobre a manutenção do status quo entre as classes superiores e inferiores na sociedade britânica dos anos 60. Em 1965, a peça foi indicada a seis categorias do Tony Awards, além de ter ganhado o prêmio do Theatre World Award.

A canção sobre a qual falamos aqui faz parte do segundo ato da trama. Também envelheceram também as faixas “The Joker”, “Who Can I Turn To?” e “A Wonderful Day Like Today”, todas compostas pela dupla Newley-Bricusse.

 

Nina Simone

Pronto, chegamos em Nina Simone! Em 1965, a emblemática cantora norte-americana regravou “Feeling Good” para seu disco I Put a Spell On You, o disco mais pop de seu carreira.

Na verdade, a música não teve toda a visibilidade merecida em um primeiro momento, já que não foi trabalhada como single, ao contrário da faixa-título. A versão de Nina, com arranjos dramáticos de Hal Mooney, se difere muito da original. Perde-se a instrumentação típica de trilhas de espetáculos e ganha-se uma estética mais madura, com referências de jazz e blues.

A essa altura, você deve estar se perguntando: quando veio o sucesso? Pois bem…

 

Volkswagen

Em 1994, quase trinta anos após seu lançamento original, “Feeling Good” foi usada, sob a voz de Nina Simone, em um comercial televisivo britânico da empresa automobilística Volkswagen.

A repercussão deu uma nova vida à música, que alcançou a 40ª posição no UK Singles Chart em Julho. Foi “um novo amanhecer, um novo dia, uma nova vida” para este grande sucesso. Não à toa, é a canção de Nina com maior número de reproduções nas plataformas de streaming.

 

Uma música para, de fato, sentir-se bem

Seja na versão original ou nas covers que vieram depois, “Feeling Good” tem uma aura mágica. Na visão do escritor David Cheal, por exemplo, trata-se da “canção perfeita para sentir-se bem”.

Considerando o contexto original da música em The Roar of the Greasepaint – The Smell of the Crowd, a canção exalta um tipo particular de liberdade. É algo que só é possível de ser sentido após um estado de opressão. É uma euforia de livre expressão, de quem, metaforicamente falando, ficou durante certo tempo preso, sem ver a luz do sol. Não à toa, o eu-lírico celebra ao ver pássaros voando, os peixes no mar ou o rio correndo.

Talvez seja por isso que Nina Simone virou a marca registrada da música. Sua interpretação é rebelde, imponente e poderosa, assim como o nosso grande anseio por liberdade.

 

Hall da Fama do Rock N’Roll

Em 2018, foi a vez de Nina Simone entrar no Hall da Fama do Rock N’Roll. No mesmo ano, também entraram as bandas The Moody Blues, Dire Straits, The Cars e Bon Jovi.

Na ocasião, ela foi introduzida por Mary J. Blige, que se referiu à cantora como “rainha”. Na mesma noite, Lauryn Hill cantou uma versão arrebatadora de “Feeling Good”. Queríamos muito que Nina pudesse ter visto esse momento!

 

Muse

Por falar em versões, não poderíamos deixar esta de fora. Não é exagero dizer que o que a banda Muse fez pode ser classificado como uma das melhores covers da história.

A música foi lançada como single junto com “Hyper Music“, na época do disco Origin of Symmetry. A banda usou as guitarras e o baixo para enfatizar ainda mais a cadência da melodia imortalizada por Simone. O resultado é presença constante nos shows da banda até hoje.

A cover veio acompanhada de um videoclipe dirigido por David Slade, que também já fez adaptações audiovisuais para nomes como The Killers, Tori Amos e System of a Down.

 

Outras versões

Quem nunca cantou “Feeling Good”, que atire a primeira pedra!

Além de Ms. Lauryn Hill, George Michael, Michael Bublé e até as Pussycat Dolls gravaram versões para esse clássico. Até a nossa rainha pop Iza já homenageou Nina ao vivo com essa música.

Outras óticas musicais (como o Muse brilhantemente comprova) também combinam bem com a música. Avicii, em 2015, lançou uma versão eletrônica incrível! Enquanto isso, em 2017, a cantora Ginnie se arriscou na estética acústica (e se saiu muito bem).

 

Ao vivasso

Isso tudo sem falar, é claro, nas constantes performances dessa música em reality shows musicais. Além de toda a questão emocional envolvida, é inegável que cantar esse hit é uma comprovação certa de talento!

Você conseguiria se arriscar?

Sair da versão mobile