Conversamos com Noga Erez, a cantora israelense que vem dando nova cara ao Pop

Revelação dos últimos anos no Pop, trazendo diversos novos elementos à música radiofônica, a israelense Noga Erez conversou com o TMDQA!. Confira!

Noga Erez
Foto por Dudi Hasson

Quem acompanha o Pop sabe que às vezes o gênero pode ficar um pouco saturado: cria-se uma tendência, um padrão, e só quem os segue é que chega ao sucesso. Noga Erez está aqui para mostrar que isso não é sempre verdade.

Depois de uma boa estreia com Off the Radar em 2017, a cantora, produtora e multi-instrumentista israelense está de volta com o excelente KIDS. Na obra, ela não apenas se reinventa, mas traz toda uma nova pegada ao Pop de forma geral.

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Depois de vários singles bem sucedidos, o álbum completo chegou em 26 de Março. Na semana seguinte, nos dias 1 e 2 de Abril, ela deu um tratamento pra lá de especial no trabalho com lives que mostraram que a cantora está prontíssima para subir no palco de qualquer festival no mundo.

Já adiantando o potencial que essa artista tem para dominar o cenário Pop Alternativo, o TMDQA! bateu um papo com ela (antes do lançamento do álbum) e você pode conferi-lo na íntegra abaixo.

TMDQA! Entrevista: Noga Erez

TMDQA!: Oi, Noga! Como você está e como está a empolgação para o lançamento de KIDS? Como estão os preparativos?

Noga Erez: Eu estou bem. Eu estou mais do que empolgada. Ontem nós recebemos o vinil e os CDs. Eu literalmente pulei por dez minutos! É um momento realmente feliz pra mim.

TMDQA!: Que maravilha! Queria começar falando sobre o single “Story”, que foi o último antes do disco. Ele definitivamente tem uma sonoridade nova comparada com suas músicas anteriores; é bem dançante mas de um jeito diferente, quase noir. O disco é todo assim, né? Cheio de sons diferentes. Quão divertido foi experimentar com tudo isso? Você pode nos contar um pouco mais sobre todos os tipos de sons que usou no álbum?

Noga: Você está certo nessa. O álbum é bastante diverso em sua sonoridade. Meu disco de estreia Off the Radar também foi assim, e eu meio que tomei uma decisão de fazer o que quer que eu pudesse para transformar esse álbum em um álbum com uma sonoridade consistente. Então por um tempo foi o que eu tentei fazer, e isso não funcionou muito bem. Eu me senti muito presa criativamente, então eu decidi me deixar levar. Uma vez que eu fiz isso, a inspiração voltou pra mim.

Eu acho que o ROUSSO, meu parceiro musical, e eu somos só o tipo dinâmico ou criadores e nós não queremos nos colocar em quaisquer caixas no que diz respeito a estilo e gênero.

TMDQA!: E o KIDS foi construindo isso a partir de cada um dos singles de sucesso. Eu acho que todos eles mantiveram o estilo mais focado no baixo de ‘Off the Radar’ mas, ao mesmo tempo, parece que você incorporou mais elementos do Pop. Você sente que ainda está se encontrando musicalmente ou acha que já achou sua identidade?

Noga: Ainda estou encontrando. A questão é que, para muita gente, mesmo com a diversidade entre as canções, elas acham que eu tenho o meu próprio som. Eu acho que existe uma base ali que eu ainda não sou capaz de definir. Eu acho que eu definitivamente defini minha performance vocal melhor nesse álbum, é mais distinta. Mas eu estou na busca. Eu espero que continue sempre procurando pela minha identidade no que diz respeito à música, eu acho que mantém as coisas interessantes.

TMDQA!: Você falou do ROUSSO há pouco e ele é um parceiro seu em todos os sentidos possíveis. Quanto isso impacta a sua música e quão importante é pra você que essa parceria vá além da música, se estendendo para todo o trabalho artístico e pessoal?

Noga: O projeto musical Noga Erez é, na verdade, um projeto de 2 pessoas. Nós escrevemos, compomos, produzimos todas as músicas mais ou menos igualmente. Cada um de nós traz algo diferente à mesa. Ele é meu melhor amigo e meu parceiro de vida. Nossa parceria na música é similar à nossa parceria na vida e elas andam lado a lado.

TMDQA!: Além do álbum, teremos uma live que promete ser bem especial. Não é a primeira vez que você faz uma, então já dá pra dizer que você se sente confortável se apresentando sem público ou ainda é estranho?

Noga: O que eu fiz antes não é nem um pouco parecido com o que eu [fiz] agora. Eu tentei fazer esses shows em formato de live e, honestamente, me deixou triste. É só tão estranho. Mas eu sabia que eu tinha pessoas por todo lado do mundo esperando por algum tipo de experiência ao vivo ao redor do lançamento do álbum, então eu tinha que tentar e pensar em como torná-la algo único que eu também vou curtir fazer.

Nesse evento nós [tocamos] canções do KIDS e do Off the Radar, com algumas versões novas, pensadas para shows. Nós [tivemos] uma enorme tela de LED mostrando umas merdas bem legais. 30 dançarinos, coreografias insanas. Algo como uma performance ao vivo e um clipe. A plataforma que sediou é extremamente profissional e de alta qualidade.

TMDQA!: Por fim, eu queria falar um pouco sobre o Kids Against the Machine, um projeto espetacular que faz versões mais orgânicas de suas músicas. Quão importante é pra você se apresentar nesse formato? Você pensa em lançar mais vídeos do novo álbum com esse projeto ou de repente fazer uma turnê assim? Seria incrível!

Noga: O que nos levou a essa ideia foi o fato de que nós sentimos que tínhamos músicas realmente boas. Nós queríamos ser capazes de exibi-las com versões que não incluíam uma produção computadorizada. Isso foi tão importante, uma vez que ajudou as pessoas a se conectarem com as músicas em um outro nível e ajudou aqueles que gostam de um som mais acústico a terem acesso às nossas músicas.

Nós esperamos fazer uma versão do KATM para cada uma das músicas no álbum, mas vamos ver. Fazer uma turnê com uma banda grande assim seria um sonho, mas poderia ser muito caro levar todo mundo para o Brasil, não? 😉