A cantora, compositora e multi-instrumentista Giovanna Moraes lançou nas plataformas digitais o EP III.
O compacto apresenta seis faixas e sucede o disco Direto da Gringa, disponibilizado no ano passado. As letras falam sobre angústias, decepções e outros temas negativos que mexem com o sentimento das pessoas ao longo da quarentena.
Exclusivamente para o TMDQA!, a cantora preparou um faixa a faixa que você confere abaixo:
“Tudo bem?”: Nos tempos de hoje o que é estar tudo bem? Sempre achei essa pergunta absurda – tanto que tudo bem quase virou nome do disco. É muito difícil explicar para alguém como você está, mesmo assim segue sendo nosso mais simples cumprimento. Perguntamos e respondemos no automático – mais pelo som do que pelo significado ou consideração/preocupação com o próximo.
Esta música fala sobre a solidão – super presente em momentos de isolamento -, sobre se sentir sozinho e os escapes que procuramos para tentar preencher o vazio interno.
“Baile de Máscaras”: É sobre as renúncias que nós temos que fazer, as máscaras que nós temos que vestir para poder nos relacionar e viver no meio de outros. Eu chorei muito fazendo essa letra, acho ela poderosa. Renunciar pra mim tem um preço, vem com uma carga de tristeza, e uma certa auto violência. Essa música exterioriza isso.
“Rosalía”: É uma música que fiz para uma amiga que conheci na Espanha em 2019 enquanto estava lá fazendo um curso. Ela estava passando por um momento difícil e estava começando a desistir da vida. Trocamos muita conversa, me identifiquei muito, e escrevi essa música para ela, como jeito de dizer: não desista, sua vida não será definida por este momento ruim. Insista! Não é sobre a cantora catalã embora eu goste muito dela.
“Boogarins’ Are You Crazy?”: Nasceu de um desafio dos Boogarins em 2020 para fãs colocarem uma linha de voz numa música instrumental deles: Are You Crazy, Julian? Eu participei da brincadeira com a minha linha de voz e curti muito o resultado. Queria incluir no disco, mas ia demorar para liberar os “stems” do Manchaca Vol.1. Então, para não perder tempo – nem a música – resolvemos regravar e lançar como uma espécie de cover.
“Gente Grande”: A letra surgiu de uma conversa que tive com uma amiga minha sobre as expectativas versus realidades sobre a vida adulta. Trocamos ideia sobre como é fácil achar, quando jovem, que ser adulto é uma linha de chegada do seu desenvolvimento como pessoa. Enxergamos os adultos como figuras de autoridade, em entendimento e controle de cada situação.
Quando crescemos vemos a bobagem por trás disso. Hoje como adulta percebo que na verdade nunca paramos de crescer. Não existe diferença com base na idade, estamos todos vivendo e aprendendo com cada passo. Sofrendo e tendo que se ajustar perante aos desafios da vida.
“Betray”: É uma paródia sobre a relação mestre-discípulo. Se baseia em uma experiência minha na gringa, mas tem tudo a ver com situações onde pessoas em posição de fala não percebem direito o contexto. A velha prática do discurso pronto que não está nem aí com a quem se dirige.
João Bragança
O cantor e compositor carioca João Bragança liberou nas plataformas de streaming a canção “Bons a Dois”.
A letra foi inspirada em uma relação amorosa complicada pela qual o artista passou recentemente.
“É um respiro de alívio para um coração que já se sentia há um bom tempo apertado. É sentir transbordar-se de amor, a ponto de não ser mais possível conter os anseios. Me lembro bem do momento em que a compus, estava super apaixonado por alguém que talvez não correspondesse da mesma forma, apesar dos bons encontros,” comenta João.
“Eu tenho gostado cada vez mais de elaborar os arranjos das músicas de uma maneira inteligente, de trazer complexidade e sabores para os ouvidos alheios mas, na criação dessa música, eu foquei muito mais na letra, no sentimento que cada palavra continha,” completa ele, que no ano passado divulgou seu primeiro EP, Tons de Azul.
O cantor estreou no final de 2019 com o lançamento da canção “Fiz pra Você”, que chegou a ser gravada por Anitta quando ainda era MC. A música contou com a produção dos irmãos Juca e João Aguilera, do selo O//QUARTO Records.
Lia Sophia
A cantora e compositora paraense Lia Sophia lançou nas plataformas digitais o álbum EletroCarimbó.
O disco, composto por oito faixas, segue a linha do carimbó pop e investe em novas sonoridades e beats eletrônicos.
“‘Eletrocarimbó’ nasce do desejo de dar um passo adiante, de promover experimentações com o carimbó. Reafirmo minhas raízes, mas as misturo com beats eletrônicos que ficam ainda mais evidentes na participação do DJ Lucio K, meu parceiro nessa produção. Ele é mestre em misturar música brasileira com música eletrônica, já fez diversos trabalhos com o carimbó e outros ritmos tradicionais brasileiros,” afirma Lia, que incluiu no trabalho duas regravações, “Carimbó Cabloco”, de Sóstenes Rodrigues, e “Sinhá Pureza”, de Pinduca.
“Quis abrir com ‘Sinhá Pureza’, clássico emblemático para o carimbó que inspira muito o meu trabalho, para em seguida apresentar a inédita ‘Vem Me Namorar’, inspirada nesse universo do carimbó,” comenta a artista.
Participaram das gravações do disco Igor Capela (guitarra), Márcio Jardim (percussão), Marcelino Santos (banjo), Adelbert Carneiro (contrabaixo), Daniel Delatuche (trompete), Jó Ribeiro (trombone) e Edvaldo Cavalcante (bateria).
Eletrocarimbó é uma realização da Lei Aldir Blanc Pará junto com a Secretaria de Cultura do Pará, Governo do Pará, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.