A banda britânica Iron Maiden tomou conta do mundo com seu Heavy Metal quando consolidou a formação tendo Bruce Dickinson nos vocais.
Com um nome tão emblemático ao microfone, muita gente acaba nem sabendo que ele não é o vocalista original e que, inclusive, nem fez parte da formação do grupo.
Pois bem: a banda foi fundada em 1975 como um projeto do baixista Steve Harris, único membro original na trupe ainda presente no grupo mesmo após quase 50 anos de carreira.
Antes de Bruce Dickinson, o Iron Maiden teve outros vocalistas, mais precisamente Paul Day, Dennis Wilcock e Paul Di’Anno, sendo que o último gravou os dois primeiros álbuns na discografia dos headbangers.
Paul Di’Anno e Iron Maiden
A saída de Paul da banda sempre foi envolta por diversas discussões, mas agora ele mesmo falou a respeito das circunstâncias que culminaram na separação.
Em uma entrevista para a revista Classic Rock, ele explicou que já não se conectava mais com a sonoridade que o grupo vinha desenvolvendo e disse que “não culpa” o Iron pela sua saída:
Nós sabíamos que o que tínhamos era único comparado a todas as outras bandas da época, e nós passamos os dois anos anteriores tocando em todos os buracos do Reino Unido, e também em algumas casas de shows decentes. A única pessoa que tinha dúvidas era eu. Apesar de eu ser um frontman pretensioso, eu era do tipo ‘muita palavra e pouca ação’.
O que eu sei é que as canções no primeiro disco são boas pra caralho. É uma pena que a produção dele seja uma merda completa.
Na época do [disco] Killers, a banda estava ficando mais técnica e perdendo um pouco daquele lado desafiador na minha opinião. Eu não achava que as músicas tinham o mesmo tipo de ataque, e aí comecei a perder o interesse. Eu achei que poderia estar desapontando as pessoas ao falar sobre as minhas dúvidas então eu não disse nada, mas aí tudo chegou ao ponto em que eu estava enchendo o saco de Steve da maneira errada.
Eu não culpo a banda por se livrar de mim. A banda era como um filho para Steve, mas eu gostaria de ter contribuído mais. Depois de um tempo isso me deixou triste. No final eu não conseguia mais dar 100% ao Iron Maiden, e não era justo com a banda, com os fãs e comigo mesmo.
Os dois álbuns que eu fiz com a banda foram essenciais [para o gênero]. Mais pra frente na minha vida quando eu conheci os caras do Metallica, Pantera e Sepultura e eles me disseram que foram esses álbuns que os colocaram na música, eu fiquei incrivelmente orgulhoso.
Problemas de Saúde
Vale lembrar que aos 62 anos de idade, o ex-vocalista do Iron Maiden vem sofrendo com problemas de saúde bastante sérios nos últimos anos.
Recentemente ele falou sobre como precisaria de cirurgias para, basicamente, poder se locomover, e fãs passaram a organizar ações de apoio.
Há alguns dias, ele inclusive falou sobre “relações difíceis” quando foi questionado por que os seus ex-colegas de banda não ofereciam ajuda para o tratamento.