Midnight Guest usa occult rock como ferramenta para lidar com tempos estranhos no EP de estreia

Projeto Midnight Guest foi feito à distância e une músico une músico brasileiro e cantor canadense. Além do EP, banda chega com clipe.

Midnight Guest usa occult rock como ferramenta para lidar com tempos estranhos no EP de estreia

A influência do occult rock, popularizado por nomes como Black Sabbath e Ghost, mas também uma atitude punk mesclada ao metal de Motörhead e Misfits, são visíveis ao dar play no homônimo EP de estreia da Midnight Guest. O que chama a atenção é o cuidado de trazer essas influências pro presente.

“Com a pandemia rolando e diariamente lidando com as novidades desse governo antidemocrático, irresponsável, burro e retrógrado, posso afirmar que criar esse EP foi o que me impediu de perder a cabeça no último ano”, conta Daniel Stunges.

O guitarrista paulista é uma das cabeças do projeto. Ele se uniu, via internet, com o cantor canadense Kjetil Landsgard, direto do Canadá, e aos músicos Tadeu Correa na bateria e Eduardo Oliveira no baixo. Desde o começo, o estilo musical e as temáticas questionadoras já estavam presentes, mas foi ao encontrar Landsgard que o projeto ganhou forma.

“Eu estava com essas músicas prontas há meses mas encontrar um cantor, ou cantora, adequado para elas, estava muito difícil. Até que passei uma madrugada inteira pesquisando por vocalistas em todos os cantos da Internet, e encontrei o site do Kjetil. Ouvi as músicas solo dele e fiquei muito impressionado com o timbre, a versatilidade e a forma como ele interpreta as músicas. Mandei a demo de ‘Hellfire’, e pra minha surpresa ele adorou a música e se identificou com a letra. Ele me disse que esse é um tipo de som que sempre quis fazer mas que nunca tinha encontrado uma banda pra explorar esse lado. Então acho que demos sorte”, conta Daniel, citando “Hellfire (Do What Thou Wilt)”, faixa inspirada na história dos Hellfire Clubs do século 18 e em “De Olhos Bem Fechados”, filme de Stanley Kubrick.

Mixado por Stunges e masterizado por Arthur Joly, o EP foi feito à distância, via internet, como uma espécie de projeto de quarentena.

“Nós conversamos sobre as músicas, as inspirações e temas das letras. Então enviei as guias gravadas no metrônomo, com uma voz mostrando a melodia. Depois de alguns dias o Kjetil gravava as partes dele e me enviava. Ele acertou em cheio em todas as músicas, desde as escolhas nas formas de interpretá-las até os arranjos vocais que ele criou. Realmente houve uma conexão musical, então o processo foi muito mais fácil do que imaginei que seria”, conclui.

Confira o EP de estreia do projeto: