Por Nathália Pandeló Corrêa
Novo nome do cenário do pop e R&B nacional, Agnes Nunes foi a escolhida como a voz brasileira para a campanha “Disney Princesa – É Hora de Celebrar”. O projeto recém revelado pela gigante do entretenimento agora conta com o single “Começou”, faixa adaptada de “Desde Hoy” (esta voltada para o mercado latino em geral e cantada pela mexicana Karol Sevilla), já disponível nas plataformas de streaming.
Para Agnes Nunes, cantora baiana de apenas 18 anos, é uma plataforma de exposição ainda inédita – mesmo que ela já venha chamando atenção com dois EPs: a estreia, ao lado do rapper Xamã, Elas Por Elas (2019); e Romaria (2020), trazendo quatro faixas inspiradas por cidades do mundo.
Essa é a visão de uma cantora jovem que descobre, aos poucos, o alcance de onde pode chegar. E essa trajetória casa perfeitamente com a campanha da Disney, voltada para meninas, meninos e jovens em geral de todo o mercado latino, com foco em histórias de empoderamento e coragem.
“Quando eu recebi o convite, fiquei muito feliz, porque pensei nas meninas e meninos que vão ouvir essa música, o quanto eles vão se sentir representados e encorajados. Porque essa música passa uma coragem imensa, e fala de cada princesa da forma mais inspiradora possível”, reflete Agnes em uma entrevista coletiva realizada em formato de mesa redonda virtual com jornalistas de diversos veículos.
Se no seu trabalho autoral, ela mostra uma sintonia grande com o hip hop, o pop e o R&B, “Começou” traz um outro tempero para a artista. Com referências diretas a filmes do universo Disney – Pocahontas, Jasmine, Elsa, Rapunzel, Moana e Bela surgem explicitamente ou não na letra -, o single remete às trilhas sonoras mais modernas dessa nova leva de “princesas empoderadas” da Disney.
Não por acaso, Agnes Nunes cresceu numa época em que o estúdio já trazia para seus filmes uma postura muito diferente da passividade das princesas de décadas anteriores. Agora, as histórias honram culturas mais diversas e colocam as heroínas em posição de agentes mudança não só das suas vidas, como de povos inteiros. A própria Agnes cita Tiana, a protagonista de A Princesa e O Sapo, como a sua favorita. Primeira princesa negra da Disney, Tiana não tinha como objetivo final um casamento, e sim abrir o próprio restaurante. A trilha sonora exuberante da história que se passa em New Orleans é, como se poderia esperar, cheia de jazz.
Agnes Nunes e as Princesas da Disney
“Eu me identifico com todas as princesas, porque todas elas têm muita coragem pra correr atrás dos sonhos com determinação e sem perder a bondade e a gentileza no coração. Tem tudo a ver comigo, eu cresci nesse mundo”, relembra.
Além do lançamento do single, está prevista uma série de ações multiplataforma já a partir de junho, incluindo a divulgação de histórias de bravura, aperfeiçoamento e solidariedade de 3 jovens meninas do Brasil, Colômbia e México, uma coleção de conteúdo Princesas no Disney+ e o lançamento de produtos de consumo inspirados nas princesas, entre outros.
Agnes conta que o processo de desenvolvimento da música foi um desafio do ponto de vista vocal, o que exigiu um preparo maior do que o normal. O ambiente do estúdio é cada vez mais familiar para a artista, que revelou estar na fase final da preparação de seu primeiro álbum.
“Quando a gente estava no estúdio, foi uma coisa muito mágica e divertida fazer essa versão brasileira da música. Uma energia bizarra no estúdio, e quando eu escutei a música final, fiquei muito emocionada. Um filme passou pela minha cabeça, eu nunca imaginei ser a voz de uma campanha da Disney. Ainda mais uma campanha tão especial, mais parecida comigo impossível, então faz todo sentido a gente estar junto nessa”.
Carreira Musical
Natural de Feira de Santana e criada no interior da Paraíba, Agnes Nunes começou a experimentar com a música ainda aos 12 anos, ao ganhar um teclado da mãe. Aos 14, já lançava vídeos na internet e em pouco tempo, chamou atenção de nomes como Caetano Veloso, Bruno Gagliasso, Gisele Bündchen, Lázaro Ramos, Selton Mello e outros que compartilharam seus covers. Em 2019, ela já estava dividindo palco com uma das suas principais influências na música popular brasileira: Chico César; participando da gravação do DVD “Elba 40 anos”, de Elba Ramalho; e fazendo o seu primeiro show no exterior, esgotando os ingressos de duas noites em Angola.
Agora, esse lançamento serve como uma oportunidade de olhar para trás nessa carreira ainda tão recente. Isso porque pesam aí a bandeira da representatividade tão destacada pela própria Disney e que coloca uma jovem negra no centro de uma campanha para o gigantesco mercado brasileiro.
“Fiquei honrada, principalmente por ser nordestina e mulher negra. Isso significa muito pra mim, dar força pra essas meninas e meninos, do nordeste ou não. Eu sou uma pessoa criada em Jericó, no sertão da Paraíba, interior do interior, então ser cantora era uma coisa muito distante da minha realidade. Eu ia crescer, estudar, fazer uma faculdade, seguir a vida normal. Dentro de mim, eu queria ser cantora. E eu até me coloco no lugar de quando eu era criança. Se visse alguém que era nordestina e era cantora e se parecia comigo e eu me identificava, tudo ficava mais possível, até sonhar ficava mais próximo. Me deixa honrada estar nessa posição de representatividade. Se tem três palavras que me definem agora são ansiedade, gratidão e felicidade. Espero que seja mágico, não só pra mim, mas pra todas as pessoas que vão me acompanhar nessa fase”, avalia ela.
Confira o clipe de “Começou”