Lenda do Metal brasileiro, Max Cavalera teve palavras duras sobre Jair Bolsonaro em uma nova entrevista.
O músico que já passou pelo Sepultura e hoje comanda o Soulfly, o Cavalera Conspiracy e outros projetos falou recentemente com o Landry.audio e foi questionado sobre o presidente brasileiro. Ele respondeu se mostrando antenado na situação por aqui — apesar de morar nos EUA há anos — e detonou o mandatário (via Blabbermouth):
Eu assisti a muitos — sempre que posso — artistas brasileiros em podcasts e coisas do tipo, e foi realmente chocante ouvi-los dizer que no Brasil há famílias sendo divididas por conta desse cara. Porque metade da família gosta dele, metade não gosta dele, eles [se] dividem, eles não falam uns com os outros.
Eu sou o primeiro a dizer — e isso eu sei que é fato — que qualquer pessoa que ganha poder no Brasil imediatamente vai para a corrupção. É quase como se fosse um vírus; é como uma doença; é tipo a doença do presidente. O Brasil não pode ter um bom presidente, mesmo que ele tente; ele não consegue. Mas parece que esse cara é ainda pior.
Porque ele é meio que como o [Donald] Trump, ele abraça as coisas negativas com orgulho — [ele] tem orgulho de matar pessoas, orgulho de matar os índios. É meio assustador porque ele tem orgulho dessas coisas.
Pra mim, eu não conheço nenhum político. Eu nunca conheci nenhum político. Eu não quero conhecer nenhum político. Eles são todos canalhas, da maneira como eu enxergo as coisas. Nenhum deles quer realmente ajudar. Não é só o cara; é o sistema por trás do cara que vem com o cara.
É horrível que esteja dividindo famílias e causando tantos danos, da mesma forma que o Trump causou muitos danos aqui [nos EUA].
Max Cavalera fala sobre política
Em outro trecho da entrevista, Max ainda falou sobre como o tema político está presente em suas músicas há muito tempo, sempre com fortes críticas ao modelo de carreira dos representantes públicos:
Eu cantei [sobre] isso no ‘Primitive’ [disco do Soulfly] lá em 2002 — ‘Back to the primitive, fuck all the politics’ [‘De volta ao primitivo, foda-se toda a política’]. E eu estava me referindo a todas as políticas — [incluindo] as políticas da música.
Eu realmente acho que essa é uma carreira onde você quase nunca trabalha pelas pessoas. Você ‘contrai’ corrupção — você começa a corromper, e você pode ficar rico com isso, e você só faz [isso] por si mesmo, e é isso, cara. E no meio tempo, todas as pessoas pobres continuam morrendo, os problemas nunca são resolvidos.
Eles dizem que o Brasil vai ser um ótimo país daqui a trezentos anos. Espero que eu consiga renascer e nasça de novo daqui a trezentos anos. Vou estar em um bom lugar. [risos]
Você pode conferir esse papo na íntegra pelo vídeo abaixo.