Rag'n'Bone Man e a arte de transformar influências em obra própria

Fenômeno da música britânica nos últimos anos, Rag'n'Bone Man nos oferece uma mistura única de influências e se destaca em uma cena recheada.

Rag'n'Bone Man
Foto: Divulgação

Há alguns anos, quando estourou com “Human”, Rag’n’Bone Man corria o “risco” de se tornar um daqueles one-hit wonders — os artistas que conseguem muito sucesso com um hit espetacular e depois desaparecem.

Definitivamente não foi o caso do artista, que vinha conseguindo pouco a pouco seu espaço desde 2012 até chegar ao topo em 2016. A maior prova disso é o seu novo disco, o recém-lançado Life by Misadventure, que expande a sua já característica sonoridade na qual encontramos uma mistura única de Indie, Folk, Rap, Soul, Blues e muito mais.

Pois é: com tantos gêneros diferentes, fica difícil definir a carreira de Rory Charles Graham, que já tem 36 anos de idade. Justamente por isso, a denominação mais correta talvez seja a de Pop, afinal, faz referência à sua capacidade de pegar todo esse arsenal de influências e transformá-las em algo único e bastante “comercializável”.

A arte de transformar influências em obra própria

Uma arte dominada por poucos, a transformação de influências é algo que Rag’n’Bone Man faz como ninguém. Isso já ficou bem claro em “Human”, que tanta gente conhece (afinal já são mais de 500 milhões de reproduções), mas volta a ficar em evidência em algumas das novas canções, como a poderosa “Anywhere Away From Here”, parceria com a excelente P!nk.

A balada emociona como poucas dos tempos atuais, mas o outro lado fica evidente em outro forte single do trabalho novo, “All You Ever Wanted”. Com uma pegada mais próxima do Rock, a influência da era Motown é notável e se mescla com a alma do Blues, que também aparece firme em “Time Will Only Tell”.

Rag’n’Bone Man

Desde que surgiu há um bom tempo, Rag’n’Bone Man é um exemplo de como muitas vezes é impossível colocar um artista em uma caixa.

O músico foi MC e participou de grupos de Rap por um bom tempo de sua carreira e desde os 15 anos, estando sempre envolvido em projetos comunitários — tanto se beneficiando deles quanto, desde que ficou famoso, retribuindo as ajudas que recebeu.

Era praticamente inevitável, levando em conta todo o talento de Graham, que ele não se tornasse um artista totalmente fora do padrão. E isso, em um mundo que tenta nos impor um padrão diariamente com força, é um dos maiores elogios possíveis ao músico que segue surpreendendo e conquistando — e promete oferecer muito mais no futuro.

Por enquanto, aproveite para ouvir Life by Misadventure na íntegra logo abaixo!