Por Felipe Ernani e Tony Aiex
O ano vai passando e os discos vão chegando, com novos lançamentos se acumulando cada vez em meio à retomada de eventos. No mês de Maio não foi diferente.
Nesta última sexta-feira do mês, chegou a hora de voltarmos para a nossa lista mensal de lançamentos de discos nacionais e internacionais que já virou tradição aqui no TMDQA!. Dessa vez, são 30 álbuns para embalar seus próximos dias!
A nossa seleção está recheada de ótimos nomes e lançamentos. Tem para todos os gostos, indo desde grandes nomes já estabelecidos do Rock e do Rap, como St. Vincent e J. Cole, até bons novos artistas como o jovem Alfie Templeman e discos póstumos dos lendários DMX e MF DOOM.
Também há bastante espaço para a música brasileira, com a presença de ótimos lançamentos da nova e velha guarda da cena nacional.
Divirta-se e aproveite também para começar a acompanhar o Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos!. Por lá, toda sexta-feira, falamos sobre os assuntos mais comentados da semana e os principais lançamentos do dia!
Ah, e na playlist do TMDQA!, disponível abaixo, você acompanha a inclusão de novos sons diariamente!
E no canal oficial do TMDQA! no Telegram você também é avisado toda sexta-feira a respeito dos lançamentos! Inscreva-se por aqui.
Alfie Templeman – Forever Isn’t Long Enough
O Pop tem várias formas e sem dúvidas assume uma das mais interessantes em Forever Isn’t Long Enough, disco de estreia do britânico de apenas 18 anos de idade. Apesar de ser definido como um “mini álbum” pelo artista, são 8 músicas e pouco mais de 30 minutos de um som que une as melhores qualidades do som radiofônico com uma pegada dançante em meio à poderosa voz do jovem cantor.
Bebe Rexha – Better Mistakes
Sem dúvidas uma das maiores compositoras do Pop no mundo, Bebe Rexha volta a nos agraciar com seus talentos em Better Mistake, seu segundo disco de estúdio e sucessor do aclamado Expectations (2018) que lhe rendeu uma vaguinha no Rock in Rio de 2019.
Apesar da pegada mais próxima do Rap em alguns momentos, trazendo participações de Lil Uzi Vert, Doja Cat e outros bons nomes, o novo álbum ainda repete a fórmula de sucesso do anterior e traz outras colaborações curiosas, como “Break My Heart Myself”, com Travis Barker.
Blackberry Smoke – You Hear Georgia
Se o seu negócio é Country Rock, o mês de Maio foi um prato cheio. Além do próximo disco que está nessa lista, o Blackberry Smoke voltou com tudo em You Hear Georgia e traz aquela mistura perfeita de Blues, Rock and Roll e Country de um jeito que qualquer fã da música de raiz norte-americana vai adorar.
The Black Keys – Delta Kream
Como falamos logo acima, o mês foi realmente um prato cheio. Quem estava com saudades do The Black Keys sorriu bastante em Maio com o excelente Delta Kream, que resgata as raízes do Blues trazendo grandes clássicos do gênero, como a excelente “Poor Boy a Long Way From Home”, ao melhor estilo do duo formado por Dan Auerbach e Patrick Carney.
black midi – Cavalcade
Não dá para julgar um disco pela capa, mas o novo trabalho do black midi entrega uma arte que mostra muito do que está contido: uma completa bagunça de elementos que, de alguma forma, se conecta e faz sentido junta. Cavalcade pode decepcionar aqueles que esperavam que os jovens músicos seguissem o mesmo caminho de Schlagenheim, mas certamente atesta a necessidade dos britânicos de brincar com o experimental.
CHAI – WINK
O quarteto japonês CHAI tem uma vertente bem única de Pop experimental e, não à toa, ganhou bastante espaço no Ocidente com seu som pra lá de especial. Isso tudo volta com força em WINK, terceiro disco de estúdio das mulheres que ainda incorporam elementos bem legais da Disco-Punk em suas canções, adicionando uma pitada fundamental de atitude para se diferenciar ainda mais.
Chrissie Hynde – Standing in the Doorway
Voz do The Pretenders, a excelente Chrissie Hynde nos deu um verdadeiro presente com Standing in the Doorway. O trabalho é uma coletânea de covers de Bob Dylan, gravada durante o lockdown e lançada em homenagem aos 80 anos do lendário cantor e incluindo versões espetaculares de clássicos como “In the Summertime”.
CZARFACE & MF DOOM – Super What?
O falecimento repentino de MF DOOM pegou muitos de surpresa, mas felizmente temos pelo menos alguns materiais sensacionais para relembrar a lenda do Rap. O primeiro trabalho póstumo é uma parceria com CZARFACE, coletivo com o qual DOOM já havia colaborado anteriormente.
Em Super What?, vemos uma sonoridade que puxa bem o saudoso Rap dos anos 90 e definitivamente vai agradar aqueles que curtem o Hip Hop mais tradicional. Pra completar, o disco ainda tem participações de DMC (Run-DMC), Del the Funky Homosapien e muito mais.
Damien Jurado – The Monster Who Hated Pennsylvania
Chegando ao seu 20º disco de estúdio da carreira, Damien Jurado é um especialista em cumprir expectativas e não é diferente com The Monster Who Hated Pennsylvania. Às vezes, fazer o de sempre é mais do que o suficiente e é exatamente isso o que acontece aqui; trata-se de mais uma ótima coletânea de canções de um dos compositores mais talentosos da cena de Seattle.
DMX – Exodus
Desde 2012 sem um disco de estúdio, DMX estava prestes a lançar um novo trabalho quando acabou nos deixando cedo demais. Para honrar o legado do lendário rapper, o produtor Swizz Beatz assumiu a bronca e finalizou o aguardado Exodus, que chega mostrando que X ainda tinha muito a oferecer e também celebrando todo seu talento, com um verdadeiro Hall da Fama de rappers escalado para contribuir.
Participam da obra nomes como Jay-Z, Nas, Lil Wayne, Alicia Keys, Bono, Snoop Dogg, Usher e até, claro, o próprio Swizz Beatz.
Hooverphonic – Hidden Stories
Quem viveu os anos 2000 certamente se lembra do mega hit “Mad About You”, mas o Hooverphonic acabou passando um bom tempo esquecido depois do sucesso de seu maior single.
Acontece que a banda belga voltou com tudo e, talvez por uma surpreendente participação no Eurovision 2021, recuperou os holofotes com seu novo disco Hidden Stories. O trabalho celebra o Trip Hop que consagrou o trio, mas traz elementos muito bem inseridos de Rock Alternativo e Dream Pop para fechar com chave de ouro.
Iceage – Seek Shelter
Sem dúvidas um dos grupos mais legais do Rock alternativo atualmente, o Iceage consegue fugir tranquilamente do estereótipo de ser um “cover de Radiohead” enquanto incorpora elementos que lembram bastante a lendária banda.
Grande parte disso se deve ao fato dos dinamarqueses terem construído uma identidade totalmente única com seu catálogo até o momento, e Seek Shelter consegue trazer essas características mais “Radioheadescas” sem cair no clichê, mostrando que o grupo tem tudo para crescer cada vez mais.
J. Cole – The Off-Season
Palavras não são suficientes para descrever o novo trabalho de J. Cole, que mesmo antes de lançar The Off-Season já era um dos rappers mais aclamados de sua geração. Se reafirmando mais do que nunca, Cole entrega sua obra mais madura e mais confiante — através dos versos do rapper, é possível perceber um músico mais comprometido do que nunca com sua arte.
Para além disso, canções como “a m a r i” exibem uma produção invejável, além de melodias vocais espetaculares, enquanto outras como “p r i d e . i s . t h e . d e v i l” mostram que Jermaine, como um bom jogador de basquete, é capaz de tornar aqueles ao seu redor melhores do que costumam ser.
Lambchop – Showtunes
Se você nunca ouviu falar de “Country alternativo”, prepare-se para se surpreender e muito com o Lambchop. O projeto comandado por Kurt Wagner une elementos da música tradicional dos EUA com cantos de ópera, instrumentais belíssimos que parecem te transportar para o passado e até mesmo um toque eletrônico que adiciona ao já bastante presente experimentalismo.
Maneva – Caleidoscópico
Um dos grupos mais celebrados do Reggae brasileiro, o Maneva voltou com tudo no excelente Caleidoscópico. Em meio ao som tradicional do grupo, houve espaço para brincar com novos sons — como em “Banco de Areia”, que conta com o MC Hariel — e criar um daqueles discos que servem para celebrar a vida e pensar em tempos melhores.
Vale destacar ainda a presença do Natiruts, além de Di Ferrero e Cynthia Luz.
MC Kevin – Passado & Presente
Apenas dias depois de sua trágica e surpreendente morte, pudemos relembrar e celebrar o MC Kevin com a chegada de Passado & Presente. Além de ser uma ótima oportunidade de conhecer mais detalhes sobre a trajetória do jovem em canções como “1 Milhão de Sonhos” — e, por consequência, se emocionar com o fim precoce desta —, a obra serve para mostrar por que Kevin era tão querido e respeitado no cenário nacional.
Certamente uma obra que reforça a incrível perda desse jovem artista.
The Mighty Mighty Bosstones – When God Was Great
Grande nome do Ska, o The Mighty Mighty Bosstones é mais uma daquelas bandas que cumpriu exatamente o que era pedido e nós agradecemos bastante por isso. O novo disco When God Was Great é “mais do mesmo” no melhor sentido possível, adicionando ao legado do lendário grupo dono do sucesso “The Impression That I Get”. Prepare seus passos de dança e dê o play!
Myles Kennedy – The Ides of March
Quem conhece Myles Kennedy como vocalista da banda de Slash ou do Alter Bridge simplesmente precisa ouvir The Ides of March. O novo trabalho do cantor entra tranquilamente como um de seus melhores, em especial por exibir um lado mais íntimo de sua poderosa voz — que está, aliás, mais sensacional do que nunca no trabalho solo e ganha bastante espaço em faixas como “In Stride” e “Get Along”, mais próximas do Rock tradicional.
Olivia Rodrigo – SOUR
Jovem e promissora, Olivia Rodrigo já tinha dado alguns bons cartões de visitas antes de entregar o excelente SOUR, uma das melhores estreias dos últimos anos. Com apenas 18 anos, a cantora e atriz da Disney explora com maestria os conflitos de sua adolescência peculiar em meio a um instrumental que vai do Rock ao Pop chiclete com extrema facilidade.
Rag’n’Bone Man – Life by Misadventure
Rag’n’Bone Man tinha uma missão dificílima para seu segundo trabalho de estúdio: repetir o sucesso de sua estreia, impulsionado pelo single “Human”, sem cair na mesma fórmula repetitiva. Em Life by Misadventure, o britânico conseguiu fazer isso e muito mais ao expor novos lados de sua sonoridade tão única e ainda trazer uma espetacular participação de P!nk no hit “Anywhere Away From Here”.
Rita Lee & Roberto – Classix Remix Vol. II
Dando sequência ao volume 1 de Abril, Classix Remix Vol. II é um trabalho curado por João Lee para celebrar — através de remixes sensacionais — a obra de seus pais, Rita Lee e Roberto de Carvalho. Nessa edição estão presentes canções como “Lança Perfume” e, entre os nomes que assinam as novas versões, estão Vintage Culture, Vivi Seixas, The Reflex e até o próprio João Lee.
SHAED – High Dive
Promessa do Pop Rock, o SHAED teve um sucesso simplesmente estrondoso com o single “Trampoline”. A pressão não afetou o trio, que se uniu e acaba de divulgar o ótimo High Dive, uma pedida fundamental para quem busca uma sonoridade radiofônica com uma pegada mais alternativa.
Além do destaque óbvio para “Trampoline”, outras faixas como “Part Time Psycho” e “Dizzy” ajudam a perceber o potencial do grupo de se estabelecer de vez.
St. Vincent – Daddy’s Home
O aguardado sucessor de MASSEDUCTION (2017) coloca St. Vincent em outro patamar mais uma vez em sua carreira. Daddy’s Home celebra o talento de Annie Clark de transformar tudo em arte, trazendo temas polêmicos de sua vida e os ressignificando de forma musical — tudo, claro, amarrado em um profundo conceito estético que permeia o álbum do começo ao fim. Para ouvir e apreciar!
Sufjan Stevens – Convocations
É até injusto chamar Convocations de “disco”. O novo trabalho de Sufjan Stevens é uma verdadeira experiência, tendo sido dividido em cinco partes — “Meditation”, “Lamentation”, “Revelation”, “Celebration” e “Incantation” — e totalizando 49 músicas em 2 horas e meia de duração, que levam o ouvinte por uma verdadeira viagem de sentimentos.
Tuyo – Chegamos Sozinhos em Casa Vol. 1
A Tuyo surpreendeu ao lançar com pouco aviso prévio o novo Chegamos Sozinhos em Casa, mas não surpreende ao se manter como uma das bandas mais interessantes e consistentes da cena nacional. Além de se recusar a repetir a fórmula de sucesso de Pra Doer, o trio deixa claro que vai continuar experimentando e encantando em faixas como “Sem Mentir” e “Vitória Vila Velha”.
Pra melhorar tudo isso, esse é apenas o primeiro volume. Vem mais por aí!
Twenty One Pilots – Scaled and Icy
Já estabelecida como possivelmente uma das bandas mais bem-sucedidas do Rock mundial, o twenty one pilots encontrou uma zona de conforto não para eles, mas para seus fãs em Scaled and Icy. O disco traz um ambiente acolhedor e faz sua parte para receber de braços abertos aqueles que ainda encaram as consequências do lockdown — afinal de contas, foi nessa situação que o trabalho foi escrito.
Mais ainda, no entanto, mostra que o duo vem encontrando novas formas de utilizar seus elementos característicos e segue pronto para dominar os palcos ao redor do mundo assim que for possível.
Urias – FÚRIA PT1
Se a primeira parte de FÚRIA já se destaca, imagina quando tivermos a obra inteira! Por enquanto, já temos material mais do que suficiente para destacar a importância de Urias para a cena brasileira, tanto musicalmente — com seu som eletrônico e pesado — quanto com seu conteúdo lírico e suas mensagens sempre fortes e, dessa vez, mais furiosas do que nunca.
Waterparks – Greatest Hits
Não se engane com o nome — Greatest Hits não é uma coletânea. O novo disco do Waterparks exibe bastante confiança e com razão! Apesar de não ter atingido o patamar de sucesso de trabalhos passados, o álbum traz algumas das melhores canções da banda que une sem medo o Pop Punk com Pop Rock, Rap e muito mais.
São 17 faixas no total (!) mas apenas 47 minutos de duração, e por aí já dá para imaginar a pegada do
Weezer – Van Weezer
Se existe uma banda completamente distante do Hard Rock que é capaz de fazer um disco de Hard Rock, essa banda é o Weezer. E isso ficou provado em Van Weezer, trabalho no qual Rivers Cuomo se inspirou nos maiores sucessos dos anos 80 para criar uma série de hinos que parecem prontos para serem cantados a plenos pulmões em estádios por aí.
Zélia Duncan – Pelespírito
Comemorando 40 anos de carreira, Zélia Duncan exibe a mesma maestria de sempre no sensacional Pelespírito. Questionadora da situação atual do país — como deveria ser, obviamente —, a cantora usa sua poderosa voz para nos levar por uma viagem intimista em um disco que faz perfeito uso de cada detalhe instrumental para criar uma atmosfera incrível.