Música

"Infantil": em 2016, Max Cavalera criticava líder do KoRn por acusações de plágio em "Roots"

Em 2016, após ser acusado de plágio em "Roots" pelo líder do KoRn, Max Cavalera soltou o verbo em críticas e chamou Jonathan Davis de "infantil". Relembre!

Max Cavalera e Jonathan Davis
Fotos via Wikimedia Commons

O Metal dos anos 90 ficou muito conhecido por ter aberto as portas para a explosão do Nu Metal, um dos gêneros mais polêmicos e divididos da música moderna. Nessa época, duas bandas despontaram como algumas das mais influentes: KoRn e Sepultura.

Os brasileiros, claro, atingiram um patamar espetacular graças ao disco Roots, que uniu elementos da nossa música com o Heavy Metal e criou um som único influente para inúmeras bandas como Slipknot e muito mais.

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Já o KoRn foi pioneiro em fazer o som que passou a ser conhecido como a base do Nu Metal, inclusive com a pegada vocal de Jonathan Davis sendo uma característica importante.

Só que muitos anos depois, mais especificamente em 2016, o vocalista da banda norte-americana pareceu incomodado em “dividir” os créditos com os brasileiros. Em uma entrevista com a Metal Hammer na época, Davis comentou que Roots era um “plágio descarado do KoRn”:

Eu enxerguei como um grande elogio, mas também achei que foi fodido. Era um plágio descarado do KoRn, e eu discuti com o produtor Ross Robinson sobre isso, porque ele só pegou o nosso som e o deu ao Sepultura. Meu cérebro jovem não conseguia lidar com isso.

Mas eles foram uma das nossas maiores influências, então eu acho que eu posso deixar essa passar. E esse é um álbum clássico, então tudo bem.

Max Cavalera, Jonathan Davis e a treta pelo som do Sepultura

Acontece que o líder do Sepultura à época, Max Cavalera, não levou essa acusação na boa. Naquele mesmo ano — no qual já se completavam 20 anos de sua saída da banda — ele falou com uma rádio canadense sobre o tema (via Blabbermouth) e não poupou críticas ao KoRn, dizendo que eles tinham um som “horrível”:

Eu não vejo dessa forma. Eu acho que especificamente o som do KoRn, na minha opinião, com o baixo, é horrível. A gente não tinha isso; nós tínhamos muito grave e coisas que o álbum do KoRn não tinha. Então eu não vejo por que ele estaria puto, porque eu não vejo muita [semelhança] entre os dois.

Mais ainda, o KoRn não foi o único motivo para trabalharmos com o Ross [Robinson]. Ele tinha feito uma demo do Fear Factory que eu realmente curti e que tinha um som bem cru. E ele tinha feito uma canção do Deftones no álbum ‘Adrenaline’ que eu realmente curti.

Dizer [o que Jonathan disse] é como dizer que o Sepultura deveria estar puto com o Cannibal Corpse porque eles usaram [o produtor] Scott Burns. Eu não estou puto com o Cannibal Corpse; eu acho que eles são ótimos. Só porque nós fomos um dos primeiros a usar o Scott Burns, nós temos que ficar bravos com todas as bandas que usarem o Scott Burns?

Isso é infantil. Então ele realmente só está sendo infantil. E eu realmente não estou nem aí para o KoRn ou qualquer outra pessoa. Nós [éramos] muito diferentes deles; nós temos nossa própria forma de tocar e as músicas são diferentes. Tudo é diferente. É só o mesmo cara que gravou [os dois álbuns]; é a única semelhança.

Vale lembrar que o disco de 1996 chegou a ter uma participação de Davis, que esteve em “Lookaway” ao lado de Mike Patton (Faith No More) e DJ Lethal (House of Pain, Limp Bizkit). Outro membro do KoRn na época, o baterista David Silveria, ainda colaborou com os brasileiros em “Ratamahatta”.

Aliás, falando sobre essa colaboração em uma entrevista com o podcast Studio RatHQ (via Whiplash) em 2014, Max admitiu que se inspirou na afinação do KoRn e disse que os “riffs diferentes” fizeram com que a banda conseguisse “colocar em seu contexto” essas influências. Ele também detalhou a presença de Davis no estúdio:

O Jon estava pirado porque o Mike era seu herói. Me lembro dele bem nervoso, tímido e ficava comendo o cabelo. O Mike veio de terno para o estúdio e eu perguntei: o que você tem escondido aí? Ele abriu o terno e tinha um pedal de eco para a voz e uma garrafa de vinho tinto que ele dizia que eram as duas coisas que ele precisava para a gravação. Achei essa gravação com eles demais, no fim da música nós três deitamos no chão cada um com um microfone e fizemos os barulhos mais absurdos, o Mike soando como um macaco violentado, o Jon eu nem sei descrever e eu fazendo ainda pior. Foi muito legal, nós três rolando no chão e gritando, foi um momento mágico!

Aproveite para relembrar “Lookaway” dando o play logo abaixo e deixe seu veredito: foi plágio de KoRn ou nada a ver?!

 

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