3 Lançamentos para ficar de olho: Bruna Mendez, Mineiros da Lua e Mulungu

Separamos três novidades do cenários nacional para você conhecer e acompanhar. Bruna Mendez, Mineiros da Lua e Mulungu são os nomes da vez!

Bruna-Mendez
Foto por Junior Ribeiro

A artista goiana Bruna Mendez lançou em 2019 o seu excelente segundo álbum, Corpo Possível, e agora prepara uma versão deluxe do trabalho contendo 3 músicas inéditas. Uma dessas canções é o single “A Vida Segue, Né?“, que foi divulgado recentemente.

Com produção de Janluska, a música adianta uma literalidade dentro dessa nova faceta, ainda mais pop e contemporânea do que o proposto pela artista na primeira parte do disco. “A Vida Segue, Né?” conta uma história fluida, com vários momentos de uma relação apresentada tanto no arranjo como na divisão de vozes entre Bruna Mendez e June, que, de forma delicada, dialogam sobre processos cotidianos de relacionamentos afetivos.

O convite à catarinense June vem pela admiração e pela identificação vocal. As duas artistas se conheceram em Curitiba, durante as gravações de Corpo Possível, conta Bruna.

[…] Achei incrível como a voz dela soava tão suave e tão certeira, e mesmo habitando universos tão diferentes, nossas vozes poderiam fazer sentido juntas.

Além de June, as músicas inéditas ainda trazem participação de Davi Sabbag (em “Mapa“) e Tiê (em “Me Chama“). As faixas apontam para novos caminhos estéticos e demonstram a versatilidade de Bruna Mendez como compositora, arranjadora e produtora.

O deluxe explora novas possibilidades de linguagem; a literalidade, a entrega, a preocupação com refrão e a fala direta agora reforçada com a atmosfera trazida pelos feats; à medida que as músicas perpassam pelos artistas, elas se desdobram e passam a compor uma nova identidade mais rica e potente.

A nova versão de Corpo Possível chegará em Julho, simultaneamente ao lançamento internacional do álbum com distribuição digital e em vinil nos Estados Unidos, Europa e Japão.

Mineiros da Lua

Mineiros-da-Lua
Foto por Manuela Ventura e Gabriel Almeida

Formada na capital mineira Belo Horizonte, a banda Mineiros da Lua acabou de lançar o seu novo single, “Nas Suas Mãos“, onde reflete sobre autodescoberta e identidade nos tempos de pandemia.

A música, que conta com participação especial de Nena (La Leuca), chega acompanhada por um lindo videoclipe inspirado no poema “Tabacaria” de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa). A novidade abre os caminhos para a nova fase do grupo e é a primeira amostra do do seu novo álbum de estúdio.

Dirigido pelo baixista da banda, Diego Dutra, o vídeo traz como protagonista um homem-pássaro, interpretado pelo ator Rogério Tavares, isolado em meio à natureza numa jornada de autodescoberta e memórias de quem ele já foi (ou pensa ter sido) algum dia. Sobre a produção audiovisual, Dutra comenta:

O clipe tenta dialogar com o isolamento digital que vivemos hoje, mascarado pela brutalidade primitiva da natureza. Percorremos todas as emoções vividas, mesmo não vendo o rosto direito. Essa sensação tenta metaforizar a estranheza de viver o dia a dia com uma máscara de proteção e de conversar com outras pessoas assim. Todo esse sentimento de não conseguir esboçar um sorriso ou de não entender muito bem o que a outra pessoa está falando.

Além de Diego (baixista, teclas/samples e vocal), a Mineiros da Lua conta com Elias Sadala (guitarrista), Jovi Depiné (baterista, teclas/samples) e Haroldo Bontempo (teclas e vocal). Em meio ao isolamento social, o grupo compôs, gravou e produziu seu novo álbum através da plataforma coletiva SoundTrap, que permite criar projetos musicais e compartilhá-los para que várias pessoas possam trabalhar nas faixas ao mesmo tempo, de maneira remota.

A experiência permitiu uma expansão considerável da estética sonora da banda com a inserção de elementos eletrônicos, sintetizadores e samples, o que tornou ainda mais peculiar o já autêntico som apresentado em seus trabalhos anteriores. O álbum novo será revelado no dia 17 de Junho, pelo selo Seloki Records.

Assista abaixo ao clipe de “Nas Suas Mãos”.

Mulungu

Mulungu
Foto por Hannah Carvalho

Ainda em Maio de 2019, Jader, Guilherme Assis e Ian Medeiros se reuniram em estúdio para compor o álbum de estreia da banda pernambucana Mulungu. Os músicos não poderiam imaginar o que estava por vir e, ao mesmo tempo, não poderiam ter em mãos um disco mais coerente com o momento pandêmico pelo qual estamos passando desde o ano passado.

Lançado em Maio de 2021, dois anos após o início dos trabalhos, O Que Há Lá leva os ouvintes a um portal sensorial, composto por sentimentos tão comuns a nós durante o isolamento social. São letras e arranjos que trazem questionamentos sobre quem somos, o que queremos, qual o propósito do que procuramos, qual o tempo certo…

Não há respostas, mas as músicas despertam os sentidos e nos fazem buscar um autoconhecimento, nos redescobrir em meio ao caos e à calmaria. “Existencial” seria a palavra e a tônica para o disco, explica o vocalista Jader.

É um disco existencial. É sobre aceitar – e a ordem que as músicas foram organizadas gira em torno disso, de aceitar os movimentos. Seja da vida, da música ou do disco, claro.

Com apenas três músicos e a vontade de compor sons mais complexos e sem amarras, o grupo abusou de equipamentos eletrônicos, samples e bases eletrônicas pré-gravadas, criadas pelo multi-instrumentista Guilherme Assis. Já o baterista Ian Medeiros contribuiu com as percussões e também com a sonoridade setentista do disco, proporcionada pelo seu estúdio, o Cantilena. Além disso, ainda há a presença de Gabriel Furmiga: o diretor de arte é um elemento-chave da banda, guiando toda a estética do disco.

As faixas que compõem o registro contam com preciosas participações de novos, porém já consagrados, nomes da cena musical recifense – como Una e Luna Vitrolira. Una, Sofia Freire e Felipe Castro fazem parte do coro presente em algumas faixas e Henrique Albino aparece nos sopros (flauta e saxofone).

Além do disco, o projeto ainda inclui um mini-documentário disponibilizado no YouTube da banda. Trata-se de um show-entrevista gravado na Passadisco, uma das poucas lojas de discos remanescentes no Recife e também local afetivo para o vocalista Jader, uma vez que foi fundada pelo seu pai. Você pode assistir à produção clicando aqui.

Confira o álbum O Que Há Lá na íntegra logo abaixo.