Com o ano chegando à metade, o mês de Junho tem sido de um crescimento espetacular para a indústria musical — ao menos no que diz respeito à retomada de shows em diversos locais do mundo e a consequente empolgação de artistas em lançar novos trabalhos por conta disso.
Um pouco atrasado, já que costumeiramente divulgamos essa matéria sempre na última sexta-feira do mês, chegou a hora de voltarmos para a nossa lista mensal de lançamentos de discos nacionais e internacionais que já virou tradição aqui no TMDQA!. Dessa vez, são 35 álbuns para embalar seus próximos dias!
O Rap chega forte com lançamentos como a parceria entre Lil Baby e Lil Durk e também com o aguardado Culture III, do Migos. Mas tem espaço pra todo mundo, desde o Metal do Helloween até o Eletrônico de Gaspard Augé.
Também há bastante espaço para a música brasileira, com a presença de ótimos lançamentos da cena nacional incluindo nomes como Pabllo Vittar e Melim.
Divirta-se e aproveite também para começar a acompanhar o Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos!. Por lá, toda sexta-feira, falamos sobre os assuntos mais comentados da semana e os principais lançamentos do dia!
Ah, e na playlist TMDQA! Hits, disponível abaixo, você acompanha a inclusão de novos sons diariamente! Aproveite para conhecer também nossas outras playlists, que vão do Alternativo ao Acústico, clicando aqui.
AFI – Bodies
Com 30 anos de carreira nas costas, o AFI continua tão afiado quanto sempre foi e vai da sua sonoridade clássica até novas direções no ótimo Bodies, que conta até com a ajuda de Billy Corgan (Smashing Pumpkins) na composição de “Dulcería”, um dos singles que precederam o trabalho. Vale a pena para os fãs de longa data, mas também é um ótimo cartão de visitas para quem quer conhecer.
Angelique Kidjo – Mother Nature
Um dos nomes mais espetaculares da música africana, Angelique Kidjo vai te emocionar e te fazer dançar com o excelente Mother Nature, que faz jus ao nome e faz você se sentir definitivamente próximo à natureza com letras espetaculares que tratam do tema e te enchem de positivismo.
Atreyu – Baptize
O Atreyu está de volta com o primeiro disco após a saída do vocalista de longa data Alex Varkatzas, e Baptize vê a banda se aproximar mais do que nunca do Metal Alternativo, deixando um pouco de lado as raízes no Metalcore/Post-Hardcore. Um ótimo exemplo é o single “Warrior”, que conta ainda com a participação de Travis Barker, do blink-182.
Billy F Gibbons – Hardware
Mais conhecido por seu trabalho com o ZZ Top, o icônico Billy F Gibbons está apostando novamente em sua carreira solo no ótimo Hardware. O trabalho abraça as influências de Stoner Rock presentes há tempos no catálogo do músico e também busca transmitir aquela sonoridade de deserto que aparece ocasionalmente em sua banda principal. Essencial para os fãs do ZZ Top, mas também para quem curte Queens of the Stone Age e afins.
Buckcherry – Hellbound
Quem disse que o Glam Rock morreu? Sem vergonha nenhuma de abraçar a estética do Rock and Roll dos anos 80 e 90, o Buckcherry continua fazendo o que faz de melhor em Hellbound, seu nono disco de estúdio que vem cheio de riffs, solos de guitarra e tudo que faz o Rock ser o que é.
Danny Elfman – Big Mess
O genial Danny Elfman, mais conhecido por suas composições para trilhas sonoras de cinema, mostrou que também sabe muito bem o que está fazendo quando o assunto é um disco “normal”. Big Mess é uma experiência curiosa, que soa como uma das trilhas de Elfman com uma pitada de Rock Industrial, experimentalismo e até um quê de Nick Cave em alguns momentos. É longo, mas vale a pena!
Doja Cat – Planet Her
Ótima revelação do Pop e do Rap nos últimos anos, Doja Cat está de volta com o sucessor do aclamado Hot Pink (2019). Em Planet Her, a cantora explora novos lados de sua música e aposta em vários feats sensacionais com artistas como SZA, The Weeknd, Ariana Grande e Young Thug.
Fear Factory – Aggression Continuum
Teoricamente sem vocalista após a saída de Burton C. Bell, o Fear Factory ainda contou com a voz do membro de longa data em Aggression Continuum, primeiro trabalho desde Genexus (2015). Aqui, a banda entrega o que se espera: o bom e velho Metal Industrial que os consagrou, com guitarras pesadas e rápidas atravessando os ouvidos em meio a uma pegada mais tecnológica.
Garbage – No Gods No Masters
Sucessor de Strange Little Birds (2016), o novo disco do Garbage mostra a banda mais experimental e aventureira do que nunca. Mas mais importante do que isso é o quanto No Gods No Masters é necessário, com a genialidade instrumental de Butch Vig e companhia se unindo à genialidade lírica de Shirley Manson, que usa sua voz para passar mensagens importantíssimas sobre feminismo, privilégios e lutas sociais que não cansamos de ouvir.
Gaspard Augé – Escapades
Membro do Justice, o ótimo Gaspard Augé resolveu arriscar a mão em carreira solo e acertou em cheio com Escapades. A obra tem uma sonoridade bem parecida com a do duo eletrônico francês, mas aposta mais em elementos orgânicos como fica bem claro em “Force majeure”, sem dúvidas o grande destaque do álbum que ainda tem bons momentos em faixas como “Belladone” e “Vox”.
H.E.R. – Back of My Mind
Sem dúvidas uma das artistas mais importantes dos tempos atuais, H.E.R. tem a capacidade de usar perfeitamente seu talento incrível na guitarra para criar alguns dos maiores hinos do R&B atual. Em Back of My Mind, não é diferente: o sucessor de I Used to Know Her (2019) é incrível do começo ao fim e reforça o poder da artista, que também se mostra confortável em trabalhar com outros artistas como YG e Chris Brown em canções que já se tornaram icônicas.
Helloween – Helloween
Com o retorno de Michael Kiske aos vocais e de Kai Hansen nas guitarras, o Helloween voltou com tudo em seu novo disco homônimo. O trabalho tem tudo que fez a banda ser o que é hoje, com seus refrães que soam como grandes hinos e suas guitarras que te transportam para uma história além da realidade, e mostra que, ao menos aparentemente, essas lendas ainda têm muita lenha pra queimar.
Hiatus Kaiyote – Mood Valiant
Contando até com a participação do brasileiro Arthur Verocai, o Hiatus Kaiyote caprichou no aguardado Mood Valiant, sucessor de Choose Your Weapon (2015). A espetacular mistura de Jazz e Funk do grupo australiano está bastante afiada, mesmo depois da longa batalha da vocalista Nai Palm contra o câncer — algo que torna Mood Valiant muito mais do que apenas um álbum, mas a celebração de que um grande talento está de volta para ficar.
Hypnotic Brass Ensemble – This Is a Mindfulness Drill
O Hypnotic Brass Ensemble é um grupo peculiar, e This Is a Mindfulness Drill é um disco bastante peculiar. Com apenas 3 músicas e 32 minutos de duração, o trabalho é uma reimaginação de Sapphie, obra de Richard Youngs, contando com participações de três artistas incríveis em cada uma das faixas — Moses Sumney, Perfume Genius e Sharon Van Etten, respectivamente. É pra fechar o olho e deixar rolar.
Japanese Breakfast – Jubilee
Depois de estourar com o ótimo Soft Sounds from Another Planet em 2017, a coreana-americana Michelle Zauner, mais conhecida como Japanese Breakfast, investiu bastante para chegar em Jubilee, um dos melhore discos de Indie Pop do ano sem qualquer dúvida. Melódica e ao mesmo tempo ousada em seus arranjos, Michelle acerta em cheio ao navegar entre o experimental e o Pop.
Kings of Convenience – Peace or Love
Foram 12 anos de espera, mas o Kings of Convenience finalmente lançou um novo disco! Peace or Love chegou para acalmar os fãs da ótima banda de Indie Pop e aposta mais do que nunca nas influências Folk da dupla norueguesa, que te leva por uma verdadeira viagem através de sua sonoridade acústica, dançante e emocionante ao mesmo tempo.
Lila – Puérpera
A cantora e compositora amapaense Lila narra as transformações do corpo e da alma, o esgotamento físico, as tempestades emocionais e os tabus vividos durante a jornada de uma maternidade em seu novo disco Puérpera, cujo título já expressa a intenção por trás. Com uma sonoridade forte e especial ao unir elementos brasileiros ao eletrônico experimental, vale muito a pena conhecer.
Lil Baby & Lil Durk – The Voice of the Heroes
Dois belos nomes do Rap atual, Lil Baby e Lil Durk uniram forças em The Voice of the Heroes, que traz uma pegada bem dançante e ao mesmo tempo bastante épica, como conferimos no hit “Hats Off”, que conta com a participação de Travis Scott. O álbum ainda conta com feats de Meek Mill e Young Thug e é o grande destaque de Rap no mês!
Liz Phair – Soberish
Mais conhecida pelo hit “Why Can’t I?”, de 2003, Liz Phair quebrou um hiato de 11 anos para lançar Soberish, que traz a característica sonoridade Pop Rock com uma pegada mais acústica que a consagrou em um novo formato, mais maduro e dialogando com sua audiência que certamente já tem problemas diferentes do que décadas atrás.
Mammoth WVH – Mammoth WVH
A pressão de ser filho de uma lenda do Rock é grande, mas Wolfgang Van Halen tira de letra o fato de ser filho do saudoso Eddie Van Halen em sua estreia solo. O disco que leva o nome de seu projeto Mammoth WVH se assemelha muito pouco com a banda do pai, apostando em um som bem mais pesado que lembra grupos como Alter Bridge e afins, mas sem deixar de lado o bom e velho Rock clássico que consagrou sua família.
MARINA – Ancient Dreams in a Modern Land
Em seu segundo trabalho sem os “Diamonds” e sob o nome MARINA, a cantora Marina Diamandis aposta em uma união do Pop Rock com a Disco Music para conquistar ainda mais ouvintes. O Pop chiclete ainda é um elemento presente, mas a artista definitivamente mostra que tem buscado novas influências e quer seguir evoluindo!
Maroon 5 – JORDI
O Maroon 5 já vem indo para todas as direções possíveis há algum tempo, mas resolveu finalmente abraçar de vez essa estética diversificada no recém-chegado JORDI. O trabalho já vem impulsionado pelo single “Memories”, que tem mais de 1,2 bilhão de reproduções, mas adiciona ótimas faixas em parcerias que vão de Megan Thee Stallion a Stevie Nicks e até Juice WRLD, de forma póstuma.
Melim – Deixa Vir do Coração
Grande revelação do Pop brasileiro nos últimos anos, o Melim resolveu homenagear uma de suas maiores influências e fez um disco inteiro em tributo a Djavan, tocando alguns dos maiores clássicos da lenda da MPB em versões reimaginadas e belíssimas. O trabalho também teve o envolvimento de Max Viana, filho do homenageado, o que certamente colabora para validar a ótima obra.
Migos – Culture III
A trilogia Culture finalmente está completa! Grande nome do Rap moderno, o trio Migos mantém sua pegada pesadona na terceira edição da série de discos que os consagrou, entregando novos singles como “Having Our Way” (com participação de Drake) e “Straightenin” que já se tornam favoritas instantâneas de um catálogo recheadíssimo.
Modest Mouse – The Golden Casket
Um dos nomes preferidos dos fãs de Rock Alternativo, o Modest Mouse entregou um de seus melhores trabalhos até hoje no recém-lançado The Golden Casket. Seis anos depois de Strangers to Ourselves, o grupo volta com seus belíssimos arranjos e suas composições que transitam entre o psicodélico e o tradicional com maestria, e canções como “We Are Between” entram na lista das melhores da banda até hoje.
Pabllo Vittar – Batidão Tropical
Quem está acostumado com a carreira de Pabllo Vittar sabe que a influência do Brega brasileiro sempre esteve ali, mas a cantora resolveu abraçar isso de uma vez por todas no ótimo Batidão Tropical. Unindo composições originais com versões de clássicos do gênero, Pabllo consegue dar uma roupagem moderna e mais acessível para a nova geração a uma sonoridade que, até hoje, por vezes se vê menosprezada e marginalizada.
Polo G – Hall of Fame
Bela revelação do Rap nos últimos anos, Polo G se viu envolvido com diversas polêmicas e chegou até a ser preso dias depois do lançamento de Hall of Fame, seu terceiro disco de estúdio. Nada disso tira os méritos do trabalho, que entrega um Rap radiofônico e pronto para ser ouvido em festas ao redor do mundo em hits como “RAPSTAR”, “No Return” e “GANG GANG”.
Red Fang – Arrows
Lenda do Stoner Metal, o Red Fang apresentou neste último mês o aguardado sucessor de Only Ghosts (2016). Com uma estética diferente, apostando com mais força na sujeira que por vezes está presente em grandes clássicos do gênero e abrindo mão de uma clareza sonora, a banda mostra que entende bem o que o seu nicho quer: fuzz e peso!
Rise Against – Nowhere Generation
Não é exagero dizer que o Rise Against já é um clássico do Punk da nova geração, e o grupo continua bastante ativo. Prova disso é a chegada de Nowhere Generation, disco que parece tirar um pouco o pé do acelerador no Hardcore e aposta em um som mais tradicional, mas segue trazendo as letras poderosas e questionadoras que fizeram a banda ganhar notoriedade.
SAULT – Nine
Usando cantigas infantis para trazer um tom sombrio ao problematizar questões de racismo e problemas sociais de forma geral, o misterioso SAULT — cujos integrantes não são conhecidos — está de volta com um disco que adiciona ainda mais mistério. O ótimo Nine estará disponível online por apenas 99 dias e foi lançado em 25 de Junho… portanto, corra!
Slayyyter – Troubled Paradise
O estilo conhecido como Hyperpop, que tem forte influência do Electropop, ainda é muito novo. Ainda assim, Slayyyter já se estabeleceu como um dos grandes nomes do gênero e nos presenteia com seu primeiro disco Troubled Paradise para expandir ainda mais sua influência, fazendo uso dos elementos dançantes com maestria e entendendo melhor do que nunca como usar essa estética.
Sleater-Kinney – Path of Wellness
Pela primeira vez sem qualquer envolvimento da baterista de longa data Janet Weiss, o Sleater-Kinney segue em uma direção mais próxima do Indie Rock que se distancia um pouco do Punk/Riot grrrl que consagrou as mulheres. Isso não é ruim, de modo algum: a habilidade de escrever boas músicas continua a mesma de sempre, e pode ser um refresco para quem busca algo novo com essa sonoridade.
Speed Dealer Moms – SDM-LA8-441-114-211
Talvez você esteja estranhando o nome, mas o Speed Dealer Moms é mais um dos projetos experimentais de John Frusciante. Neste, ele está acompanhado de Aaron Funk (Venetian Snares) e Chris McDonald, e explora bastante os instrumentos eletrônicos da mesma forma que foi feito no álbum de estreia do projeto em 2010. Não é para todo mundo, mas certamente é interessante!
Tyler, the Creator – CALL ME IF YOU GET LOST
Abraçando a persona “ostentação” chamada Tyler Baudelaire, o incrível Tyler, the Creator vai te surpreender (mais uma vez) em CALL ME IF YOU GET LOST. O trabalho sucede o aclamado IGOR (2019) e não perde em nada para seu anterior, já conquistando status de hits para canções como “WUSYANAME” e “JUGGERNAUT”. Uma novidade legal é a presença de muito mais feats, incluindo lendas como Lil Wayne e Pharrell Williams.
Wolf Alice – Blue Weekend
Deixando um pouco de lado — mas não abandonando — a estética mais suja de seus trabalhos anteriores, o Wolf Alice encontra um novo lugar de conforto em Blue Weekend que comprova a longevidade da banda britânica. O peso ainda está presente em canções como “Smile”, mas a atmosfera etérea abre uma série de novas possibilidades que o grupo não tem medo de explorar, como vemos em “Lipstick On the Glass” e tantas outras faixas.