Como chegamos a sugerir em Fevereiro, não demorou muito para acontecer outro caso de policiais se apoiando em questões de direitos autorais para não serem filmados durante suas ações.
Na última quinta-feira (1º), ativistas da associação APTP (Anti Police-Terror Project, ou Projeto Anti-Terror Policial), que lutam contra a violência policial nos Estados Unidos, protestavam nas escadarias do Tribunal de Alameda em Oakland, na Califórnia, durante a audiência de pré-julgamento de Jason Fletcher, policial acusado de homicídio culposo por matar Steven Taylor, um homem negro, dentro de um supermercado em Abril de 2020.
De acordo com o portal Gizmodo (via CoS), um vídeo que viralizou nas redes sociais nos últimos dias mostra um assistente de xerife, chamado David Shelby, abordando um dos líderes do movimento, James Burch, para que ele retirasse seu banner do local, já que alguém poderia correr o “risco de tropeçar”.
No momento em que o policial percebe que sua discussão está sendo filmada por outra manifestante, Shelby pega seu celular do bolso e coloca para tocar “Blank Space”, da Taylor Swift.
Extremamente surpreso com a ação do profissional, Burch pergunta ao policial — antes de deixar escapar uma risada irônica — se ele estava começando uma festa. Shelby respondeu:
Você pode gravar o quanto quiser, eu só sei que isso não pode ser publicado no YouTube.
Policiais e direitos autorais de músicas
O policial tomou essa atitude acreditando que o sistema de direitos autorais do YouTube iria reconhecer a música no vídeo e impedir que ele permanecesse disponível na plataforma.
No entanto, a eficácia dos recursos do YouTube ainda não está totalmente clara, já que até o momento o vídeo postado pela APTP continua ativo na plataforma. Para alcançar um público ainda maior, a associação também publicou a gravação em suas redes sociais, como você pode conferir logo abaixo.
Esta não é a primeira vez que policiais usam a tática de colocar músicas de grandes artistas para tocar enquanto estão sendo filmados em alguma ação.
Em Fevereiro, essa tática também foi utilizada por policiais de Beverly Hills. Um deles tocou “Santeria”, do Sublime, enquanto o ativista Sennett Devermont tentava fazer uma transmissão ao vivo de sua conversa; outro colocou a faixa “Yesterday”, dos Beatles, com a mesma finalidade. Você pode ver por aqui.
Cop Plays Taylor Swift to Prevent Video Sharing of Him Harassing Protesters ‼️
A cop demanded we move #Justice4StevenTaylor banners. We asked him why. He pulled out his phone & played a Taylor Swift song.
“You can record all you want, I just know it can’t be posted to YouTube.” pic.twitter.com/avpf1LUvCd
— Anti Police-Terror Project (@APTPaction) July 1, 2021