O Festival de Jazz do Capão, na Chapada Diamantina, Bahia, foi barrado pela secretaria da Cultura do Governo Bolsonaro. A justificativa envolve Deus e uma oposição ao viés antifascista do evento, como podemos perceber com as falas da secretaria.
O festival foi impedido de captar recursos via Lei Rouanet, através da gestão Mario Frias. De acordo com a Folha, o processo foi analisado dentro do âmbito da Fundação Nacional das Artes, a Funarte, há cerca de duas semanas.
A negativa oferecida ao evento começa com a seguinte frase:
O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma.
O documento ainda indica que o festival estaria “manchando” o nome do “Criador”, explicando que o projeto traria “desvio de objeto, risco à malversação do recurso público incentivado com propositura de indevido uso do mesmo”.
Festival antifascista e o Governo Bolsonaro
Em junho deste ano, o Jazz do Capão se declarou abertamente “antifascista e pela democracia”. A publicação foi citada no documento como uma das motivações para o evento ter sido barrado:
Localizamos uma postagem do dia 1º de junho de 2020, com uma imagem, contendo um ‘slogan’ para ‘divulgação’, com a denominação de Festival Jazz do Capão, na plataforma Facebook, a qual complementou os fundamentos para emissão deste parecer técnico.
Ainda de acordo com a Folha, Tiago Tao, produtor-executivo do Jazz no Capão, revelou que o festival já havia sido aprovado na Rouanet outras vezes, entre 2017 e 2019. Tao declarou que, geralmente, o parecer final tem um teor “técnico” ao invés de religioso.
Complicado…