Paulo Coelho quer cobrir gastos de festival baiano recusado pela Funarte

Paulo Coelho e a esposa oferecem ajuda financeira ao Festival de Jazz do Capão que teve patrocínio recusado pelo governo federal, que citou Deus.

Paulo Coelho se oferece para cobrir gastos de festival baiano censurado pela Funarte
Reprodução / Twitter

Após o Festival de Jazz do Capão ter sido reprovado pela Fundação Nacional das Artes (Funarte) para captar recursos via Lei Rouanet, o escritor Paulo Coelho e sua esposa, Christina Oiticica, se ofereceram para arcar com os gastos do evento.

Através de sua conta do Twitter, Coelho compartilhou nesta quarta-feira (14) uma foto ao lado de Christina, e disse que a fundação do casal estaria disposta a patrocinar o festival baiano.

Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet (R$ 145,000). Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita.

Ao final de sua mensagem, que você pode conferir logo abaixo, o escritor brasileiro incluiu uma condição para apoiar o evento: “que seja antifascista e pela democracia”.

No texto, Paulo estava se referindo justamente a uma declaração do evento publicada nas redes sociais em 2020, que foi usada como um dos embasamentos da Funarte em seu parecer técnico que reprovou o pedido de apoio do Festival de Jazz do Capão via Lei Rouanet.

Festival censurado pelo governo federal

Além disso, como te explicamos melhor aqui, a Funarte ainda indicou no documento que o festival estaria “manchando” o nome do “Criador”, ao explicar que o evento traria “desvio de objeto, risco à malversação do recurso público incentivado com propositura de indevido uso do mesmo”.

Na última segunda-feira (12), o secretário especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, se manifestou sobre o assunto em sua conta do Twitter, dizendo:

A matéria do Jornal Nacional é uma tentativa de criar um factoide em cima de uma decisão técnica. Os organizadores do evento disseram publicamente que iriam realizar um festival político e, para isso, queriam dinheiro da Cultura.

Não aceitarei que a cultura nacional seja rebaixada a condição de panfletagem partidária. A lei é bastante clara, apenas eventos culturais serão financiados com a verba federal da Rouanet. Vocês não irão me intimidar com assassinato de reputação.

Mesmo com o pedido de apoio negado, e antes de Paulo Coelho oferecer o patrocínio, o produtor-executivo do Jazz no Capão, Tiago Tao, confirmou ao programa Bahia Notícias no Ar nesta terça-feira (13) que o evento seria realizado este ano em formato virtual, com o valor que fosse arrecadado em uma campanha de financiamento coletivo que seria criada pela equipe do festival ainda nesta semana.