Cultura

"É revoltante": Andreas Kisser detona o "cara na presidência" e critica "retrocesso absurdo" do Brasil

Em entrevista, Andreas Kisser e Derrick Green, do Sepultura, refletem sobre problemas do Brasil durante gestão do governo de Jair Bolsonaro. Saiba mais.

Andreas Kisser - entrevista
Foto: Reprodução/YouTube

Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, recentemente abordou alguns temas delicados relacionados ao Brasil e voltou a criticar o atual governo liderado por Jair Bolsonaro, destacando que o país está vivendo um “retrocesso absurdo”.

Em uma entrevista ao Uol Ecoa (via Whiplash), o músico e seu companheiro de banda, o vocalista Derrick Green, foram relembrados do primeiro show que o cantor realizou com o Sepultura no Brasil, quando ocupou a função de Max Cavalera.

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A banda tocou em um evento beneficente, chamado “Barulho contra Fome”, que aconteceu em Agosto de 1988 na cidade de São Paulo e teve sua arrecadação destinada a 10 entidades filantrópicas brasileiras que atuavam no combate à fome.

Após Green descrever sua experiência como “inesquecível e assustadora”, Andreas foi questionado se depois de 23 anos da realização do evento “não é desanimador saber que a fome está de volta ao Brasil”. O músico, nem um pouco satisfeito com a atual situação do país, respondeu:

Desânimo é o mínimo… É revoltante. Com esse cara que está na presidência (Jair Bolsonaro), a galera acha que pode sair do armário, é uma coisa completamente sem educação, sem respeito, sem união. Em uma época em que o Brasil precisa de união, tudo está completamente ao contrário, completamente perdido. Imagina o Brasil em uma guerra? E olha que está cheio de militar no governo.

Andreas Kisser, Brasil e Governo Bolsonaro

Outra importante questão levantada na entrevista foi o papel das bandas e artistas em gerarem conscientização através de seus trabalhos.

O repórter Fred Di Giácomo citou como exemplo o clipe lançado pelo Gojira, inspirado no Sepultura, para a música “Amazonia”, que teve como intuito arrecadar fundos para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Sobre isso, Derrick comentou:

Acho incrível quando uma banda gera conscientização sobre uma situação importante. É importante que os indígenas estejam sendo ouvidos, ou pelo menos ganhando atenção. Eles precisavam ser ouvidos há tantos anos… No Brasil, na América do Sul e nos EUA, também, porque massacraram os indígenas nos EUA muito rápido, foi um genocídio.

E seria uma vergonha que isso acontecesse ‘completamente’ no Brasil, porque já aconteceu [em parte]. Mas é algo que pode ser evitado. É realmente importante as pessoas desenvolverem a consciência de que existe uma conexão entre a Amazônia, nós e o ecossistema. As pessoas estão começando a perceber o quanto isso nos afeta.

Em seguida, Andreas Kisser falou sobre o clipe de “Guardians of Earth”, que o Sepultura produziu em parceria com a Amazon Frontlines, organização sem fins lucrativos em prol da causa indígena.

Ele disse que o vídeo gerou uma repercussão importante já que a banda recebeu mensagens de todos os lugares do mundo falando sobre questões envolvendo os povos indígenas. Acrescentando mais uma crítica ao governo, o guitarrista apontou:

A gente vê nos EUA as ‘indian reservations’ (reservas indígenas); é um problema que muita gente vê como sendo do passado, algo que ‘aconteceu nos livros de história’, mas está acontecendo mais do que nunca. Especialmente no Brasil com esse tipo de governo que a gente tem, esse retrocesso absurdo, essa falta de inteligência.

Pro Sepultura isso não é uma novidade, a gente sempre falou [da causa indígena]. Sempre foi influenciado musicalmente por isso: aquelas coisas tribais, os ritmos de percussão, a viola sertaneja, as letras….

Você pode conferir a entrevista de Derrick Green e Andreas Kisser na íntegra aqui.

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