Música

Kurt Cobain, Axl Rose e a histórica treta entre Nirvana e Guns N’ Roses

Ícones dos anos 90, Nirvana e Guns N' Roses tiveram uma treta histórica em seus auges, em especial por conta dos vocalistas Kurt Cobain e Axl Rose. Entenda!

Axl Rose e Kurt Cobain
Foto de Axl Rose via Shutterstock

Se você acompanhava o cenário musical nos anos 90, provavelmente se lembra o quanto era frequente vermos bandas tretando publicamente entre si e criando controvérsias que a mídia, claro, amava e transformava em verdadeiros circos. Uma das mais emblemáticas dessas confusões foi entre Kurt Cobain Axl Rose, respectivamente líderes do Nirvana e do Guns N’ Roses.

Pra entender essa briga, precisamos primeiro contextualizar: o início dos anos 90 marcou uma nova era do Rock, com o Grunge — liderado em grande parte pelo Nirvana — assumindo um lugar que até então estava com as bandas de Glam/Hair Metal, mais próximas do Hard Rock e da atitude Sexo, Drogas e Rock and Roll, como era o caso do Guns de Axl.

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Mas isso não significa que Rose não era fã dos novatos da cena. Em 1991, o vocalista até usou um boné dos jovens mesmo antes do lançamento do icônico Nevermind, mostrando sua admiração pelo grupo — algo que não caiu bem com Cobain, que enxergava Axl e o Guns como “uma banda que não tem nada a dizer”, falando em entrevistas que o Nirvana teria um papel oposto a esse.

Pouco depois, Kurt soltou o verbo e expôs todos os problemas que tinha com o vocalista em si e que lhe fizeram recusar um convite de Axl para tocar em seu aniversário de 1992:

Quando você é uma figura popular, você deve uma certa responsabilidade aos seus fãs. Eu acho que o Guns N’ Roses está promovendo os valores errados como sexismo e a forma como eles usam drogas. Digo, contra o que eles estão se rebelando? Eu não vejo isso como rebelião. Se rebelar é enfrentar pessoas como o Guns N’ Roses.

Kurt Cobain, Axl Rose e a treta entre Nirvana e Guns N’ Roses

Eventualmente, Rose cansou das investidas e retrucou, depois de ter um segundo convite recusado — dessa vez, para a turnê lendária dividida com o Metallica. Em uma entrevista, o cantor afirmou que o Nirvana “prefere ficar em casa usando heroína com suas esposas vagabundas do que sair em turnê” e, dali pra frente, xingou o líder do Nirvana repetidas vezes, inclusive durante shows do GN’R.

A treta culminou em uma premiação da MTV em 1992, quando os dois grupos finalmente ficaram próximos. Provocado por Courtney Love, Axl quase chegou às vias de fato — enquanto estava acompanhado por cinco seguranças — e a confusão se estendeu até outros membros, já que Duff McKagan sentiu que sua banda foi “desrespeitada” e resolveu ter uma conversa de baixista para baixista com Krist Novoselic, empurrando o músico do Nirvana enquanto, novamente, estava cercado por seguranças.

Felizmente, tudo foi acalmado pela segurança do evento mas, no fim das contas, quem se deu mal foi Elton John. Sim, você leu certo: o último “ato” dessa batalha foi uma tentativa de Kurt de estragar o piano que seria usado pelo Guns N’ Roses; mas, sem querer, ele acabou fazendo suas peripécias no instrumento do britânico. Pobre Elton!

O fim da confusão

Vale ressaltar que, mesmo com todo esse histórico, a paz foi atingida rapidamente quando a vida de Cobain começou a degringolar. Aliás, McKagan foi um dos últimos a ver o lendário músico vivo, já que o encontrou em um vôo e o viu cabisbaixo, deixando-o em paz e até considerando oferecer sua residência para o vocalista e guitarrista.

Ele não o fez — provavelmente por acreditar que o convite não seria bem recebido — e, três dias depois, Kurt foi encontrado sem vida. Depois disso, o baterista Matt Sorum foi um dos primeiros a oferecer seus sentimentos e o próprio Duff escreveu em uma coluna, muitos anos depois, que o Nirvana “deveria ter continuado estabelecendo novos padrões do Rock”.

E o Slash? Bom, ele explicou eventualmente que nunca esteve envolvido em nada disso: “Eu não tenho tempo para esta merda”, teria dito o guitarrista. Melhor pessoa!

Você pode ver essa história em mais detalhes no vídeo abaixo, em inglês.

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