Rap

Prefeito de Criciúma demite professor que exibiu clipe de Criolo em aula: "viadagem"

Questionado sobre sua fala e atitude, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) reafirmou que não vai se retratar. Clipe de Criolo tem repercussão internacional.

Criolo
Foto: Stephanie Hahne

O prefeito de Criciúma (SC), Clésio Salvaro (PSDB), usou uma fala homofóbica para demitir um professor que exibiu um clipe de Criolo durante uma aula.

Segundo o prefeito, o vídeo de “Etérea” é “erotizado e inapropriado” e, por isso, encerrou o contrato do profissional, que não teve seu nome revelado. O fato chegou ao político após algumas denúncias de pais de alunos da Escola Municipal Pascoal Meller, na última terça-feira (24).

Ao tomar conhecimento do que aconteceu, Clésio publicou um vídeo onde fala:

Nós não permitimos, nós não toleramos. Está demitido este profissional. […] Essa viadagem na sala de aula, nós não concordamos. E se os pais souberem de algo parecido, que foi exposto para os seus filhos, por favor, entrem em contato com o Município de Criciúma, que o professor que apresentou esse tipo de vídeo ou comportamento inapropriado, será exonerado, sem chance de continuar sendo funcionário da prefeitura.

Procurado pelo UOL para se pronunciar, Clésio reforçou seu posicionamento e discurso, e ainda disse que quem precisa se retratar “é o professor, que de forma inadequada está apresentando aquele material aos alunos”.

Em nota, a Prefeitura e a Secretaria de Educação também reforçaram a decisão, dizendo que o professor não seguiu as orientações dadas para cumprir o trabalho.

Reações

Na manhã desta quinta-feira (26), protestos foram feitos na cidade, além de pichações em igrejas com frases contra a homofobia, contra o prefeito e contra Jair Bolsonaro. Uma edição extraordinária da parada LGBTQIA+ também foi convocada para este sábado (28).

Criolo responde

Nas redes sociais, Criolo republicou o clipe e lamentou:

Mais uma vez, desde seu lançamento, o clipe e o documentário da música ‘Etérea’ [com a participação de representantes de coletivos LGBTQIA+ nacionais] abrem espaço para o debate na sociedade brasileira, após a lamentável demissão de um professor depois de exibir o projeto em sala. Tanto o clipe como o doc, ambos sem nenhum tipo de restrição pelas diretrizes do YouTube, já foram exibidos em diversos festivais de cinema e instituições de arte, música e dança, ao longo dos quase dois anos de suas trajetórias internacionais.

Assista abaixo.