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[RESENHA] Orgânico e intimista, "Solar Power" de Lorde recorre ao Folk Pop para exaltar a natureza

Divisor de opiniões, "Solar Power" vê Lorde mostrando um lado Folk Pop que exalta a natureza e se distancia de "Melodrama". Leia nossa resenha.

Lorde - "Solar Power"

Já poderíamos imaginar que, após a aclamação do épico Melodrama (2017), Lorde teria um desafio para erguer um próximo trabalho que fosse diferente, mas ainda tão ótimo e autêntico quanto o anterior. E assim muitas expectativas foram criadas, mas nem todas foram atendidas, como já comentamos por aqui.

Nesse caso, o hiato de quase 4 anos da artista resultou na transição entre uma intensidade violenta e melancólica para uma tranquilidade e otimismo nas praias da Nova Zelândia, mas ainda bastante intimista.

O conceito de Solar Power

Inspirado no verão neozelandês, Solar Power  abraça a natureza em seu conceito e realça essa energia por meio de sonoridades mais acústicas envelopadas no Folk Pop, tanto nas composições quanto nas fotografias.

Logo na abertura “The Path“,é possível sentir a vibe praiana com sons e vocais suaves. Seguindo para a faixa título, vemos Lorde exaltando o poder do sol e do verão. Em “Dominoes”, 8ª faixa do disco, a melodia recebe a guitarra feita por Jack Antonoff e pode realmente te levar à praia por alguns segundos.

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O que poderia ser um trabalho de consciência às mudanças climáticas é, na verdade, mais um álbum bastante pessoal de Lorde, pois ela compartilha reflexões sobre suas próprias vivências em grande parte das músicas.

Isso fica claro com “Stoned At The Nail Salon”, quando narra seus próprios pensamentos inseguros, em “Big Star”, música dedicada ao seu falecido cachorrinho Pearl, ou “Secrets From a Girl (Who’s Seen It All)”, que é uma carta dela mesma para seu eu do passado.

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Apenas em duas das doze faixas Lorde menciona a questão climática de forma mais expressiva: a linda “Fallen Fruit” e “Leader of a New Regime”.

O disco

Como sempre, as composições de Lorde surpreendem, as melodias transmitem leveza e são bem arranjadas, mas variam muito pouco ao longo do álbum. Isso acaba deixando de lado os picos de energia e transições imprevisíveis, característicos dos primeiros dois discos da cantora.

Por outro lado, as participações inéditas de vozes como Phoebe Bridgers e Clairo enriqueceram a harmonia vocal da obra. Mas, por fim, Solar Power é um trabalho que vale conferir para formar uma opinião.

A obra pode ou não te agradar, mas certamente vai te inspirar a ter mais contato com a natureza, além de mostrar um pouco mais do lado pessoal de Ella Marija, nome verdadeiro da artista.

Ouça Solar Power na íntegra a seguir!