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Nicki Minaj vira ícone de movimento anti-vacina nos EUA

Teóricos da conspiração de extrema direita enaltecem as falas equivocadas de Nicki Minaj sobre as vacinas contra a COVID-19. Saiba mais.

Nicki Minaj
Reprodução/YouTube

Os comentários feitos por Nicki Minaj que incluíam desinformações sobre a vacinação contra a COVID-19 estão repercutindo cada vez mais.

Apesar de ter recebido muitas críticas por suas falas, a Rolling Stones aponta que a rapper ganhou novos fãs e muitos deles são teóricos da conspiração de extrema direita.

A polêmica teve início na última segunda-feira (13) após Minaj compartilhar com seus mais de 22 milhões de seguidores no Twitter que não iria participar do MET GALA pois ainda não tinha se vacinado. Ela aproveitou para afirmar que estava fazendo sua “própria pesquisa” sobre as vacinas.

Além disso, a cantora alegou que um amigo de seu primo, de Trinidad e Tobago, teria ficado impotente e com os “testículos inchados” após se vacinar contra o coronavírus. O próprio ministro da saúde do país contestou a colocação de Nicki e em uma entrevista coletiva realizada na última quarta-feira (15).

Nicki Minaj, Casa Branca e Covid-19

Não satisfeita com sua série de informações equivocadas, Minaj continuou seu ataque à saúde pública.

Na noite da última quarta-feira (15), a cantora realizou uma live em sua conta do Instagram para dizer que sua conta do Twitter tinha sido suspensa — seu perfil ainda está ativo — e para criticar a Casa Branca, uma vez que ela acreditava ter sido convidada para discutir a segurança e eficácia das vacinas.

Porém, parece que o convite não foi exatamente esse. A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse à imprensa que o local “ofereceu um telefonema com Nicki Minaj e um de nossos médicos para responder às perguntas que ela tinha sobre a segurança e eficácia da vacina”, ou seja, “simplesmente uma oferta para ter uma conversa”.

Em seu vídeo ao vivo, a rapper aproveitou para rebater aqueles que estão a criticando por seu posicionamento com relação as vacinas, e acusou as pessoas de suprimirem seu direito de falar o que pensa. Ela disse:

Você não pode simplesmente fazer uma pergunta inocente sobre algo acontecendo em seu corpo?

Essa colocação de Nicki acabou gerando uma identificação do movimento anti-vacina, que usa tal retórica para evitar as críticas feitas por defensores da saúde pública. Justamente por isso, ela acabou se tornando assunto em um fórum de extrema direita.

Os participantes passaram a defender a rapper como um exemplo de alguém da “elite liberal de Hollywood” que teria tomado a “pílula vermelha” — uma referência ao filme Matrix, no qual a tal pílula permite que você veja o mundo como ele realmente é.

Indo contra esses posicionamentos, o chefe do combate à COVID nos EUA se manifestou nesta semana sobre os comentários de Minaj e declarou que ela “deveria estar pensando duas vezes sobre a propagação de informações que realmente não têm base”.