O Grammy 2022 divulgou sua lista de indicados na última terça-feira (23) e a presença de Marilyn Manson na categoria de Álbum do Ano gerou mais uma polêmica para a famosa premiação.
Apesar de não ter lançado nenhum disco recentemente, o músico que ao longo do ano foi acusado de abuso sexual por várias mulheres participou como artista e compositor do álbum mais recente de Kanye West, DONDA, que foi nomeado na categoria citada acima.
Diferente de muitos, quem defendeu a indicação de Manson ao Grammy foi o CEO da Academia responsável pela premiação. Em uma nova entrevista ao The Wrap (via Blabbermouth), Harvey Mason Jr. afirmou:
[A Academia] não restringirá as pessoas que podem enviar seu material para consideração. Não vamos olhar para a história das pessoas, não vamos olhar para seus antecedentes criminais, não vamos olhar para nada além da legalidade dentro de nossas regras de, esta gravação para este trabalho é elegível com base na data e outros critérios. Se for, eles podem enviar para consideração.
Em seguida, Mason Jr. apontou o que será “controlado” pela equipe da premiação e reforçou que a Academia não pretende mudar a sua política de restrição aos artistas que querem enviar seus materiais. Ele declarou:
O que vamos controlar são nossos palcos, nossos shows, nossos eventos, nossos tapetes vermelhos. Vamos dar uma olhada em quem está pedindo para fazer parte disso, pedindo para estar presente, e vamos tomar nossas decisões nesse ponto. Mas não estaremos no negócio de restringir as pessoas de enviarem seus trabalhos para que nosso corpo de votação decida.
O próprio Kanye West, inclusive, também defendeu sua parceria com o artista mesmo depois de ter sido duramente criticado por dar visibilidade a Manson tanto em seu novo disco como também em seu culto Sunday Service. Ele comparou a situação do roqueiro e a do rapper DaBaby com o movimento Me Too, como te falamos aqui.
Acusações contra Marilyn Manson
As alegações contra o músico tiveram início em Fevereiro após Evan Rachel Wood, atriz e ex-noiva de Manson, compartilhar fortes relatos sobre seu relacionamento abusivo com o cantor e declarar que passou por uma “lavagem cerebral” e foi “manipulada para ser submissa”.
Em seguida, Marilyn negou as acusações e citou em um comunicado que seus relacionamentos íntimos sempre foram “inteiramente consensuais”. Porém, não demorou para que outras acusações surgissem e o músico é atualmente processado por Esmé Bianco, Ashley Morgan Smithline e também por sua ex-assistente pessoal, Ashley Walters.
Na última semana, surgiu a notícia de que o advogado do astro do Rock, Stephen D. Rothschild, indicou que ele estaria aberto a fazer um acordo financeiro para encerrar os casos de abuso.
Você pode saber mais sobre esse caso, que inclui até supostas práticas racistas e nazistas do músico, por aqui.