Policial que encerrou último show dos Beatles diz que não se arrepende

Ray Shayler tinha apenas 25 anos quando liderou o grupo de policiais que acabou com o último show da maior banda do mundo, os Beatles.

Beatle último show policial
Reprodução/YouTube

O policial responsável por acabar com o último show dos Beatles, em 30 de janeiro de 1969, não se arrepende de nada.

Ray Shayler, que liderou a ação para retirar a banda do telhado da Apple Corps em Londres, deu uma recente entrevista ao Daily Mail (via Ultimate Classic Rock) para falar sobre o dia. Na época, ele tinha apenas 25 anos mas já era o líder do grupo que encerrou a festa.

Para a surpresa de Ray e de seus colegas, o diretor Michael Lindsay-Hogg, que transformou o show em documentário no ano seguinte, já estava preparado para a aparição. Ele até instalou um espelho no saguão do prédio só para acompanhar a entrada da polícia, além de instruir seus operadores de câmera para focar na ação no momento certo.

Shayler conta:

Eu não diria que sou um fã. Eu não gostava muito dos Beatles quando eles entraram na fase Hare Krishna, mas tínhamos alguns discos e LPs [deles] em casa. Eu gostava da música deles. Mas quando cheguei ao telhado, tinha um trabalho a fazer e pensei: ‘Bem, temos que tentar parar com isso’.

Ray ainda relembra que, ao perceberem a presença da polícia, os membros da banda não pararam de tocar. “Por mais que apreciássemos o que eles estavam fazendo, aquilo não poderia continuar, pois era um distúrbio da paz”, conta o policial aposentado.

Beatles e a polícia

Ainda revelando que a discussão nunca subiu de tom, ele conta que George Harrison e John Lennon preferiram não falar com a polícia. Isso porque, anos antes, eles foram pegos com maconha e ainda tinham pendências criminais. Já Paul McCartney se desculpou pelo trabalho, enquanto Ringo Starr “tirou um sarro”.

Aos 77 anos de idade, Shayler relembra o quão discreto o incidente foi, e conta sua própria reação:

Não acho que me decepcionei com a maneira como lidei com a situação, mas pareço meio severo… eu culpo o capacete. […] Alguém me perguntou como eu me sentia sendo o homem que interrompeu o show dos Beatles — mas eu não diria que isso foi verdade. Eu não parei os Beatles. Eu apenas sugeri que seria uma boa ideia se eles não continuassem. Se eles tivessem ficado irritados ou estivessem determinados a continuar, as coisas poderiam ter sido diferentes. Mas não era assim que trabalhávamos naquela época, e sempre tentei resolver os problemas sem prender as pessoas.

Confira o momento abaixo!