25. Djonga – NU
O aclamado rapper mineiro Djonga não deixa seus fãs sem novos trabalhos por muito tempo e 2021 veio com mais um disco, NU.
Explícito como sempre, o músico passa as suas visões sem deixar qualquer tipo de dúvida, tanto em questões sociais como o racismo e a violência policial até as mais pessoais, como relacionamentos e família.
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24. Tuyo – Chegamos Sozinhos em Casa Vol.1
A banda paranaense Tuyo é celebrada aqui no TMDQA! desde que lançou seus primeiros EPs.
Agora, com experiências globais como o Grammy Latino, mergulhos no mainstream e ares que cada vez mais colocam o trio entre os grandes, o grupo tem misturado som e vídeo com narrativas onde chama seu ouvinte para conversar em momentos que nos lembram sessões de cura e terapia.
Com uma estratégia não muito convencional, lançou dois discos em 2021 sob o “guarda-chuva” de Chegamos Sozinhos em Casa e o primeiro volume é belíssimo.
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23. Sugar Kane – Novidade Média
Gigante do hardcore nacional, a banda Sugar Kane voltou em grande estilo com seu mais novo disco de estúdio, Novidade Média.
Abrindo com a espetacular “A Casa”, o grupo apresenta suas mensagens em um álbum compacto de 25 minutos e passeia por elementos que marcaram toda sua carreira, desde o disco de estreia em 2000 até os lançamentos mais recentes.
Questões pessoais e sociais dão o tom em verdadeiras aulas e palestras de Punk Rock.
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22. Linn da Quebrada – Trava Línguas
Quando lançou o disco Trava Línguas, a sempre ótima Linn da Quebrada se propôs a subverter a indústria da música — e conseguiu.
Sem abandonar o lado mais experimental que marcou sua carreira até então, Linn encontrou no novo álbum uma persona mais melódica, que nos leva por questionamentos importantes de maneira mais suave, como é o caso de “I míssil” e “amor amor”.
As questões, aliás, não são só direcionadas ao público. O trabalho passa por um redescobrimento da própria artista, que traz tons de desabafo a canções como “pense & dance” e “tudo”.
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21. Putz – Putz
Ouvir o disco de estreia da banda paulistana Putz é se comprometer profundamente com pessoas que estão passando pelas nossas dores, experiências, alegrias, medos e toda sorte de sentimentos aflorados em tempos pandêmicos como o que vivemos atualmente.
Misturando canções soturnas com uma estética pesada e belíssimos vocais de Gi Ferreira, o grupo se senta à mesa com o ouvinte para compartilhar questões das mais íntimas em uma sessão onde cada um de nós sai de alma lavada para seguir em frente.
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20. Marisa Monte – Portas
Em Portas, nono álbum de sua carreira, Marisa Monte quebra um hiato de dez anos para trazer um disco que olha para o passado, presente e futuro na mesma medida.
Em certo ponto, o álbum não difere muito dos trabalhos anteriores da artista: coeso, bem desenvolvido e produzido com esmero sob a tutela de Marisa — o conteúdo extra, aliás, nos mostra como ela está envolvida em todas as etapas da produção e conduz tudo aquilo com maestria.
Porém, o registro também traz um frescor ao se conectar com os tempos difíceis em que vivemos. A cantora olha com leveza e esperança para os passos titubeantes que estamos dando e nos entrega uma obra focada no otimismo.
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19. Cesar MC – Dai a Cesar o que é de Cesar
Cesar MC é um novo nome do Rap Nacional que ficou conhecido nas batalhas de Hip Hop e passou a participar de alguns dos projetos mais bombados do gênero no país.
Em seu disco completo de estreia, colocou o dedo na ferida para falar de racismo, sociedade e mais, contando com duas participações de gigantes: Djonga e Emicida.
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18. Luísa Sonza – DOCE 22
Uma das maiores artistas do Pop nacional, Luísa Sonza também adotou a tática de ir revelando o seu disco aos poucos e DOCE 22 acabou se tornando não apenas um sucesso imenso de público como uma obra celebrada pela crítica.
Tudo isso é pra lá de merecido: Sonza não tem medo de arriscar e, mesmo ainda faltando uma das 14 faixas a aparecerem no álbum, é possível cravar que DOCE 22 quebrou barreiras, deu novo gás ao gênero e elevou o nível das produções musicais brasileiras no audiovisual.
Como cereja do bolo, ainda temos gigantes como Lulu Santos, Pabllo Vittar, Anitta e mais em diferentes faixas.
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17. Francisco, el Hombre – Casa Francisco
“Esse é o disco mais Francisco da Francisco.”
Após passar por momentos repletos de significado nos últimos anos, a banda paulistana Francisco, el Hombre quase acabou, mas ressignificou sua existência, sonoridade e origens para lançar um álbum que, como eles mesmos dizem, é o que melhor traduz o que o grupo significa.
Não à toa, aqui estão elementos da música latina, brasileira, folk e traços do rock, tudo carregado de letras deliciosas sobre a celebração da vida, a natureza e questões pessoais das mais profundas.
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16. Coruja BC1 – Brasil Futurista
Em seu novo disco, o rapper Coruja BC1 não se prendeu a apenas um estilo e navegou por diversos gêneros musicais para pintar o retrato do que é o nosso país em 2021.
Rap, Pop, Rock e até um “Hardcore Tupiniquim” aparecem em um álbum que é tão diverso e incrível quanto as suas participações especiais, que vão de Jonathan Ferr, Lúcio Maia e Larissa Luz até Margareth Menezes e Salgadinho (ele mesmo!).
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15. Duda Beat – Te Amo Lá Fora
Duda Beat cruzou a linha da música alternativa com o mainstream e há alguns anos já vem sendo celebrada por audiências enormes.
Tudo isso muito justo, já que além de shows enérgicos, Duda também nos brinda com grandes canções como as que apresentou em Te Amo Lá Fora.
Outra Artista do Mês do TMDQA! durante o ano, a cantora foi do Piseiro (ou, no seu caso, o “Pisêro”) ao indie pop, passando por traços do R&B e da Música Alternativa para criar um conjunto de canções que mostra diversos dos seus lados e experiências de uma vez só.
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14. Rafa Martins – Paisagens
Rafa Martins é conhecido como guitarrista/vocalista da sempre ótima Selvagens à Procura de Lei e resolveu apresentar sua carreira solo em 2021.
O resultado veio no excelente Paisagens, disco intimista que se baseia em elementos do folk mas vai muito além, incorporando traços do indie, do rock e mais em 11 canções.
Nas letras, Rafa não apenas desenha nuances da sua vida pessoal, que expõe ao ouvinte, como também fala sobre a sociedade atual e a relação do homem com o mundo e a tecnologia.
Discão!
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13. Sebastianismos – Tóxico
Baterista da banda Francisco, el Hombre, Sebastianismos resolveu celebrar o Pop Punk com a autoridade de alguém que ouve, respira e vive o estilo há décadas.
Aqui, Sebastian não apenas celebrou abordagens contemporâneas para o gênero e para o Emo, mas também às misturou com clássicos do Punk Rock como Green Day, NOFX, Rancid, blink-182 e mais.
Tóxico é um resumo pra lá de bem feito sobre o mundo em que vivemos — onde até pra elogiar as pessoas tendem a ser grosseiras na Internet, onde uma selfie vale mais que um momento bem vivido e onde as guitarras se aliam a outros gêneros para contar histórias de uma nova geração.
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12. Jennifer Souza – Pacífica Pedra Branca
A incrível Jennifer Souza fez uma brincadeira com o seu próprio nome ao lançar o disco Pacífica Pedra Branca.
Ao descobrir que “Jennifer” tem dois significados com “suave” e “branca” e que Souza significa “pedra”, ela encontrou o nome perfeito para o álbum ao usar de uma licença poética para trocar a primeira palavra por “pacífica” e dar toda sua identidade ao álbum.
Musicalmente falando, o álbum é uma deliciosa viagem pelo indie, pelo folk e pelo jazz, com canções que nos levam para lugares tão lindos quanto as paisagens mostradas em seu material de divulgação e sua capa.
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11. Zander – Em Carne Viva
Lenda do underground nacional, a banda Zander acertou em cheio na estratégia de lançamento do seu mais recente disco, Em Carne Viva, e mostrou que, musicalmente, o céu é o limite.
Lançando um single por mês e conectando cada um desses singles a uma cor específica, o grupo chegou ao final do ano com uma capa incrível e colorida para mostrar as 8 faixas que vão do Post-Hardcore ao Rock Alternativo passando até por traços do Pop Rock, como na incrível “Decolagem, Pouso”.
Nessa canção, inclusive, ficam evidentes novos traços trazidos pelas participações especiais do álbum, aqui exemplificadas pelas palavras e vocais de Léo Ramos (Supercombo) e Isa Salles, que formam a dupla Scatolove.
Outros grandes momentos do disco se dão com Lucas Silveira (Fresno) em “Desalento”, Popoto (Raça) em “Não Morri de Saudades” e João Lemos (Molho Negro) em “Pela Janela”, que ainda conta com percussões de Sebastianismos.
Em Carne Viva é pulsante e diverso como a sua arte de capa e um grande exemplo de como o Rock pode seguir daqui pra frente, celebrando diferenças, compartilhando experiências e criando canções incríveis no processo.
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10. Fresno – Vou Ter Que Me Virar
Cada novo disco da Fresno é um verdadeiro acontecimento.
Com uma base de fãs pra lá de dedicada e seguidores que vão desde aqueles que celebraram o Emo em seu auge até as pessoas que estão descobrindo o grupo, o agora trio liderado por Lucas Silveira faz muito barulho sempre que surge com novas fases.
Dessa vez não foi diferente e o azul de Vou Ter Que Me Virar falou alto na Internet e fora dela, inclusive em ativações como os posters colados ao redor do Brasil que atraíram fãs para fotos e posts nas redes sociais.
Como tem sido já há algum tempo, o lançamento da Fresno vai dos elementos eletrônicos até o Emo que consagrou o grupo nos Anos 2000. A diferença, porém, é que em tempos pandêmicos e de caos político-social, o grupo não mediu palavras para falar tanto de questões pessoais como de temas políticos, algo raro em sua discografia.
“Vou Ter Que Me Virar”, “FUDEU!!!”, “Casa Assombrada”, “ELES ODEIAM GENTE COMO NÓS” e outras faixas dão o tom de ansiedade e desabafo que tanto fez parte das nossas vidas em 2021.
Outros pontos marcantes são “Já Faz Tanto Tempo”, com participação de Lulu Santos, e “Essa Coisa (Acorda – Trabalha – Repete – Mantém)”, um verdadeiro soco no estômago a respeito das rotinas que vivemos.
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09. Pabllo Vittar – Batidão Tropical
Referência da música nacional Brasil afora, Pabllo Vittar decidiu apostar em um retorno às suas raízes para fazer Batidão Tropical.
Ao regravar clássicos das regiões Norte e Nordeste do país, a drag queen conseguiu não apenas homenagear as suas influências mas também encontrar inspirações para músicas inéditas ligadas ao gênero. Mais importante do que tudo isso, no entanto, é o fato de Pabllo ter dado uma cara extremamente única às canções.
Em “Ultra Som”, por exemplo, temos a incorporação de elementos eletrônicos que transformam o som tipicamente brasileiro em uma espécie de Hyperpop — o que, naturalmente, facilita a exportação do som e leva uma cultura tão nossa para o mundo inteiro.
Além de tudo isso, é claro que não faltaram hits. Desde “Ama Sofre Chora” até “Zap Zum”, que se tornou um hino durante as Olimpíadas, as faixas de Batidão Tropical mostraram que Vittar pode seguir qualquer caminho com maestria e deixam os fãs cada vez mais curiosos com o futuro de sua carreira.
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08. Liniker – Indigo Borboleta Anil
Indigo Borboleta Anil é o primeiro álbum solo de Liniker e foi fortemente afetado pelo período de isolamento causado pela pandemia – a artista definiu essa etapa como uma reconexão consigo mesma.
Nesse movimento, ela foi além dos já característicos soul e R&B para trazer toques de samba-rock, pagode, MPB, jazz e até samba-enredo. A mistura é incrível e ficou ainda melhor por causa da sintonia com convidados de peso, como Milton Nascimento, Tássia Reis, Mahmundi, Vitor Hugo, DJ Nyack, Tulipa Ruiz, Orquestra Jazz Sinfônica, Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz.
O disco veio após o fim da banda Liniker e os Caramelows e cumpre muito bem os papéis de consolidar a carreira da artista ao mesmo tempo em que abre alas para um futuro enorme pela frente.
O trabalho mostra versatilidade de um jeito que não se transforma em bagunça, explorando a sua capacidade artística enquanto fortalece a imagem que ela já constrói há anos.
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07. Marina Sena – De Primeira
Marina Sena é, sem dúvidas, uma das artistas mais importantes do ano de 2021 e alcançou patamares milionários nas plataformas de forma muito merecida.
É claro que o hit “Por Supuesto”, que viralizou em redes sociais de vídeos curtos como o TikTok, deu uma visibilidade enorme para a cantora mineira, mas De Primeira é um disco incrível do início ao fim.
No álbum, Marina mistura suas origens no indie com música Pop, MPB e Rock, compartilhando suas visões de mundo através de relatos sobre relacionamentos onde parece que cada faixa conversa com situações pelas quais todos já passamos eventualmente.
“Me Toca”, “Voltei Pra Mim” e “Pelejei” são apenas alguns dos momentos grandiosos em um álbum imprescindível.
Dona de uma voz única e que dá toda identidade do seu projeto, Marina Sena é uma artista de mão cheia que, temos certeza, vai muito além da telinha do celular.
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06. João Donato e Jards Macalé – Síntese do Lance
Que delícia é passar alguns minutos se desligando do mundo ao apertar o play em Síntese do Lance.
Gigantes da música brasileira, os amigos recentes João Donato e Jards Marcalé se uniram para mergulhar nas influências que os trouxeram até aqui após longas décadas de serviços prestados à cena nacional.
Com um músico nascido em 1934 e outro em 1943, sermos brindados com uma “nova dupla da MPB” é extasiante e a gente pode ver nitidamente pela capa que a felicidade não é só nossa.
Com dois lados e 10 faixas, o disco da dupla ainda alcançou a proeza de misturar formatos clássicos como o vinil com o famigerado “álbum de 30 minutos”, o formato mais consumido hoje em dia na era do streaming.
Um golaço de dois nomes que vão do Jazz à música caribenha, passando por clássicos brasileiros como o Samba, com uma facilidade imensa.
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05. Juçara Marçal – Delta Estácio Blues
Voz do sempre ótimo Metá Metá, a talentosa Juçara Marçal recrutou outro terço da banda ao se juntar com Kiko Dinucci para lançar o disco solo Delta Estácio Blues.
É claro que, sendo assim, a mistura de experimentalismo com música brasileira tão presente na carreira do trio dá as caras de maneira bem forte, mas aqui Juçara vai além.
Em suas composições, Juçara contou com parcerias e autorias de artistas como Negro Leo, Tulipa Ruiz e Rodrigo Ogi.
Esse último, inclusive, é responsável por expandir o leque sonoro e trazer traços do Hip Hop ao caldeirão final, um belo e trabalhado mergulho por águas complexas que nos revela novidades a cada passagem.
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04. Don L – Roteiro Pra Aïnouz (Vol. 2)
Don L é um rapper diferenciado e mostra isso a cada um de seus lançamentos.
Quatro anos após o aclamado Volume 3 de Roteiro Pra Aïnouz, ele volta à cena com a segunda parte e verdadeiros petardos líricos como poucos conseguem fazer de forma tão natural.
Não se limitando aos traços característicos do Rap e do Hip Hop, Don L abre a cabeça e explode a mente dos ouvintes ao gravar com nomes como Giovani Cidreira, Fabriccio, Tasha & Tracie e mais.
Ao final das contas, ouvir esse álbum é como ir a uma roda gigante em um parque de diversões e querer voltar um milhão de vezes, tanto para repetir a experiência quanto para perceber novas paisagens que você ainda não tinha visto lá de cima.
Repleto de detalhes, Don L entrega rimas, versos e referências com ímpeto e talento de sobra.
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03. Caetano Veloso – Meu Coco
Após a pandemia mudar a vida de toda população global, Caetano Veloso decidiu que gravaria um novo projeto e que iria colocar suas ideias no mundo através de um disco.
Logo em seu nome, Meu Coco deixa claro que reflete as coisas que estão na inventiva e produzida cabeça de um dos maiores gênios da música brasileira em todos os tempos, e as faixas deixam isso bem claro.
No seu disco, a lenda que também foi Artista do Mês no TMDQA! celebrou artistas lendários da nossa música ao mesmo tempo em que citou nominalmente ícones contemporâneos como a saudosa Marília Mendonça.
Caê disse que “sem samba não dá” e fez referência aos algoritmos das redes sociais, falando ainda sobre Billie Eilish gravando discos icônicos em seu quarto.
Em Meu Coco, Caetano registra formas, marcas e tons que deixam a sua cabeça e vão direto para as caixas de som e fones de ouvido de nós, brasileiros, que tanto ganhamos quando analisamos as suas reflexões sobre o mundo. É um verdadeiro presente.
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02. Juliana Linhares – Nordeste Ficção
Diretora, atriz e cantora, Juliana Linhares também aparece aqui com seu disco de estreia, mas a artista já tem um passado bastante importante na música.
Vocalista da banda Pietá e do projeto Iara Ira, já lançou três discos e colaborou com nomes como Chico César e Larissa Luz, impressionando todo mundo com seu vozeirão.
A estreia solo veio com o pé direito e Nordeste Ficção é um álbum guiado pela conexão da artista com a região do país estampada em seu título e pelas relações da sociedade com questões como pertencimento, tradições, rupturas de paradigmas e mais.
No álbum, Juliana mostra parcerias com Letrux e Chico César, canta uma inédita de Tom Zé e ainda recebe Zeca Baleiro em “Meu Amor Afinal de Contas”, uma das melhores canções do ano.
Outro momento impecável é a abertura com “Bombinha”, que já deixa bem claro o que vem na sequência com palavras fortes, uma voz poderosa e um punhado de coisas a dizer.
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01. FBC e VHOOR – BAILE
E o disco do ano é, definitivamente, a parceria entre o rapper FBC e o beatmaker VHOOR.
Quando os dois mineiros se juntaram para gravar um novo projeto, havia alguns caminhos possíveis para que ele se concretizasse. Como a própria dupla falou em entrevista exclusiva ao Podcast Papo Reto, do TMDQA!, o disco seguiria o caminho do Drill, mas logo de cara algo apareceu no horizonte.
Esse “algo” era o amor dos dois pelo funk, pelo Miami Bass e pelas ideias que começavam a aparecer à medida que um escrevia e o outro criava batidas.
Quando perceberam que estavam fazendo músicas inspiradas nos gêneros que tanto amavam, não pensaram duas vezes em seguir com esse conceito e passaram a trabalhar no que viria a ser um disco coeso, pesado e amplamente conectado com o ano de 2021.
Nos levando a memórias afetivas de tempos mais fáceis, BAILE é um álbum conceitual que mostra diversas facetas da realidade não apenas de Belo Horizonte, origem da dupla, mas também de várias outras cidades do país.
Contando uma história com início, meio e fim, consegue ser um disco de protesto ao mesmo tempo em que traz um hit do TikTok. Chega pesado com “Polícia Covarde”, que poderia muito bem ser uma música punk do Ratos de Porão, por exemplo, ao mesmo tempo que viraliza com “Se Tá Solteira”, feito dos mais raros no momento atual.
O disco todo é baseado no Miami Bass, sem dúvidas, mas há Rap, Funk e Punk em 10 faixas que hipnotizam, fazem pensar e ainda rendem expressões que já viraram comuns entre os seguidores da dupla e aqueles que a conheceram agora.
BAILE é foda.
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