Vocalista do Operation Ivy diz que "não descarta" reunião da lendária banda punk

Em entrevista para um podcast, Jesse Michaels falou sobre possível reunião do Operation Ivy, compromissos do Rancid e mais.

Operation Ivy em show na 924 Gilman
Foto por Murray Bowles

Talvez você não conheça o Operation Ivy, mas tenha certeza de que o grupo foi um dos mais influentes dos Anos 80 e 90.

Mesmo tendo durado apenas dois anos e lançado apenas um disco cheio, o quarteto californiano foi pioneiro na mistura de elementos do Ska com o Punk Rock, e suas canções repletas de energia acabaram influenciando uma geração inteira que viria a conquistar o mundo com lançamentos como Dookie, do Green Day, e tantos outros títulos do Pop Punk.

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(Consegue reconhecer um certo Billie Joe Armstrong na foto acima, tirada durante show na lendária casa de shows 924 Gilman, em Berkeley?)

Há algum tempo, a gente até fez uma matéria por aqui para contar a história do Op Ivy após Hayley Williams, vocalista do Paramore, fazer várias aparições com camisetas da banda.

Reunião do Operation Ivy

Como bem diz a letra de “Journey To The End Of The East Bay”, do Rancid, o Operation Ivy começou em 1987 e acabou em 1989.

Após seu fim, aliás, o guitarrista Tim Armstrong e o baixista Matt Freeman formaram o Rancid, e essa música fala sobre a história do quarteto no aclamado disco …And Out Come The Wolves, de 1995.

Voltando à reunião, recentemente o vocalista Jesse Michaels esteve no Podcast do site satírico The Hard Times e por lá abriu o jogo a respeito da sua opinião sobre uma possível reunião.

Deixando bem claro que enxerga o retorno com bons olhos, ele também salientou que não sabe se isso aconteceria por causa dos compromissos dos outros integrantes, e afirmou:

Bem, durante um longo período a gente não se falou de verdade. E não é porque havia qualquer tipo de desavença — sabe, nós tivemos algumas questões quando terminamos a banda, mas somos todos adultos, só que estamos em mundos diferentes, sabe?

O Rancid tem seu lance acontecendo e eu tenho a minha própria vida estranha. Então, durante um longo período, a gente quase nem se falava. E agora a gente conversa. Eu vejo Tim frequentemente por aí, e a gente se dá bem, ele é um amigo.

Como isso envolve diferentes pessoas e diferentes fatores, eu não posso falar muito a respeito. A única coisa que irei dizer é que não sou contra a ideia. Eu não sei se irá acontecer por causa de várias razões práticas, mas eu não descartaria.

Eu só não posso falar mais nada a respeito porque… é a internet, sabe? E quero deixar claro que fazendo isso não estou ‘dando uma dica’ de que estamos nos organizando nos bastidores ou algo assim. Qualquer coisa que eu disser irá se transformar em uma coisa grande pra cacete.

Repercussão

Realmente, Michaels estava certo.

As suas declarações foram parar em diversos sites especializados e foram amplamente compartilhadas, inclusive por Laura Jane Grace.

A vocalista do Against Me! tem feito campanha para a reunião do Op Ivy há algum tempo e, inclusive, usou a sua conta no Twitter para marcar o Riot Fest perguntando “onde está o talão de cheques?”

O icônico festival de Chicago é conhecido por realizar reuniões de lendas do Punk, como fez com o Jawbreaker, e já teria feito ofertas à banda de Jesse no passado:

Nós recebemos ofertas, outras pessoas tentaram fazer a reunião acontecer. Quem sabe? Eu só não posso falar nada além disso. Tudo envolve outras pessoas que têm suas próprias carreiras, e isso envolve questões legais. Eu não gosto de ser misterioso mas não é algo sobre o qual eu posso falar.

Aproveitando, eu aprecio profundamente o interesse. Sou muito muito grato pela nossa música ter afetado tanta gente e as pessoas ainda gostarem dela até hoje.

Ao falar sobre o “fenômeno” que fez a banda explodir após o seu fim, ele ainda disse:

Todo o fenômeno (ou seja lá como você quiser chamar) é estranho para mim.

Isso porque o nosso show de despedida foi, de longe, o maior que fizemos, e foi para tipo 600 pessoas. E eu não quero soar muito desconectado com o que aconteceu, porque eu fico maravilhado. Quem não ficaria? Nós ganhamos na loteria do Punk!

A maioria das bandas da época, sabe, a maioria não é conhecida e quando elas são, acontece apenas por nerds colecionadores de discos (risos). Então eu acho que somos realmente sortudos, e eu também acho que há um certo tipo de química que aconteceu quando escrevemos juntos, e é difícil reproduzi-la.

Eu meio que achei que depois dessa banda – e eu já disse isso outras vezes – eu meio que achava que todas as bandas seriam assim. Tipo, você começa uma banda, todo mundo te ama, você compõe ótimas canções, e eu descobri que não é assim que acontece.

A sorte conta muito, e eu sou muito grato por isso.

Como fã e alguém que usava o nick Operation_Ivy no saudoso mIRC (jovens, procurem saber!), desejo que essa reunião aconteça de fato e que ela possa ser levada aos palcos em um mundo mais protegido contra a COVID-19.

Em tempo, recomendo a audição de Last Wave Rockers, disco lançado por Jesse Michaels com o projeto Common Rider em 1999.

E ah, vale lembrar que o disco de estreia do Green Day, 1,039/Smoothed Out Slappy Hours (1991), tem uma cover de “Knowledge” que a banda toca nos shows até hoje em dia. É durante ela, inclusive, que Billie Joe costuma chamar um guitarrista da plateia para tocar com o grupo e o presenteia com o instrumento.

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