Viegas é um nome conhecido do entretenimento brasileiro muito em função dos reality shows onde se fez presente.
Além da décima oitava edição do aclamado Big Brother Brasil, também foi vice-campeão do recente No Limite, programa onde entrou para, segundo ele, “dar uma vida melhor a sua mãe e sua filha”.
Acontece que Viegas também tem uma carreira na música, principalmente voltada a estilos como Reggae e Pop Rock, e recentemente o cara lançou um single chamado “Posso Ser” em parceria com Maneva.
O TMDQA! conversou rapidamente com Viegas a respeito de tudo isso e você pode ver o papo logo abaixo.
Entrevista com Viegas
TMDQA!: Muitas pessoas conhecem você por causa dos reality shows, e normalmente vem até um preconceito por causa disso. Mas a tua história na música não é de agora, e é bastante interessante. Pode contar para gente sobre ela?
Viegas: Muita gente me conhece realmente pelos programas que participei. Dois programas transmitidos na maior emissora de televisão do país, isso explica muita coisa. Mas não sinto esse preconceito, mesmo sabendo que ele existe. Existem pessoas que não gostam desse tipo de programa, assim como existem pessoas que não gostam de qualquer outro tipo. Não existe uma pessoa, um programa ou um produto que consiga agradar 100% das pessoas, imagina eu [risos]. Justamente por isso, falei que não sinto esse preconceito, pois, no meu trabalho, foi muito bom ter participado desses programas. Eu, há mais de 10 anos, fazendo música de forma independente, não consegui chegar em tanta gente como nos meses em que eu participei desses programas. A minha personalidade é muito reflexo da minha música, então quando uma pessoa se identificava comigo no programa, normalmente, chegava nas minhas músicas.
TMDQA!: Quais são as suas motivações ao focar seus esforços na música?
Viegas: Música é mais do que um trabalho para mim, é minha vida em versos e melodias. Tudo que está ali tem a ver com o que acredito, sinto ou busco. Por isso se torna tão prazeroso e necessário, tendo em vista que também é minha fonte de sobrevivência financeira. E, como artista independente, toda a atenção ainda é pouco.
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TMDQA!: Dentro de tantos gêneros musicais, você mergulhou de cabeça no reggae. Qual é a sua relação com o gênero e como foi trabalhar com o Maneva?
Viegas: Música brasileira sempre foi minha paixão. O reggae sempre esteve presente desde o início, quando comecei a ouvir minhas primeiras bandas favoritas como Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, entre outros. Na adolescência, comecei a ouvir Tribo de Jah, Planta e Raiz e Edson Gomes. Tudo isso foi fazendo da minha formação muito rica na cultura reggae. Passaram anos e já há algum tempo com meu trabalho autoral, conheci a galera do Maneva, que sempre foi muito gentil, tanto comigo quanto com a cena do reggae nacional. A admiração só cresceu percebendo toda essa sensibilidade que a banda tem com o gênero musical e a construção de algo maior. Um dia, junto com o Deko (cantor e compositor) e o Tales (cantor e compositor do Maneva), eu mostrei algumas músicas. Em uma delas, o Tales se identificou, e a gente decidiu gravar juntos. Foi tudo muito natural. No meio de uma resenha, com violão na mão, surgiu tudo isso. Fico muito feliz, porque não veio de gravadora, empresário e afins, surgiu da forma mais pura: música e amizade juntas no mesmo local.
TMDQA!: Ainda sobre essa parceria, vocês fizeram uma mistura interessante do urbano com a natureza, explorando sentimentos que aparecem quando nos conectamos com cidades como São Paulo, por exemplo. Que influência os locais por onde você passou e viveu têm na sua música?
Viegas: Eu sou muito urbano. São Paulo me deixou assim. Gosto dessa cidade cinza e corrida, dessa loucura… amo demais e nem sei bem o porquê [risos]. Porém, com o passar dos anos, e me conhecendo mais, fui percebendo o quanto a natureza e as coisas simples que contém nela se tornaram muito importantes na minha vida, como o contato com cachoeira, mar, o campo e etc. Sabe aquela conexão? Falo disso. Poder me ouvir, me sentir, perceber coisas que em meio a tantas buzinas e barulhos de construção talvez eu tenha mais dificuldade. Partindo dessa ideia, acredito que isso se reflete nos meus trabalhos, tanto nesse como em outros já lançados e, principalmente, nos que virão.
TMDQA!: Nos tempos de hoje é cada vez mais latente a conexão, e muitas vezes até a sobreposição, de mídias como áudio e vídeo na Internet. São muitas plataformas, muitos públicos, muitos conteúdos. Como você aproveita para conciliar tudo isso e passar a mensagem musical que gostaria de passar?
Viegas: Tenho muita dificuldade em me fazer presente em todas essas plataformas. Justamente por isso, assumo sem problemas que não estou. Uso algumas que tenho mais facilidade e identificação. Sei da importância do momento que vivemos e as oportunidades com esses meios de comunicação, mas tento demais me manter saudável mentalmente, sem me cobrar tanto com esse universo para não pirar. Meu álbum novo se chama “CONEXÃO”, justamente porque eu busquei isso. Em algum momento, precisei ficar “offline” nas redes, para ficar “online” na vida real, para saber que existe esse mundo que precisa ser cuidado. Se ele não estiver bem, nada mais estará.
TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Viegas: Comecei na fita K7, passei para o CD e já tive alguns discos. Hoje em dia, tudo que tenho usado são plataformas digitais. Tenho muitas playlists, boa parte restritas que fazem parte de estudos e momentos relaxantes. Sou um amante da música! Amo isso e fico feliz demais em dizer que tenho muitos amigos comigo, mas música tenho mais ainda [risos].