O CEO do Spotify, Daniel Ek, se pronunciou sobre um vídeo que reúne diversos momentos do podcaster Joe Rogan utilizando a palavra “nigger”, termo pejorativo que é considerado amplamente ofensivo por pessoas negras quando é dito por pessoas brancas nos Estados Unidos.
De acordo com o The Hollywood Reporter (via CoS), Ek enviou uma carta à equipe do Spotify no último domingo (6) chamando o uso de insultos raciais por Rogan de “incrivelmente doloroso” e apontando que alguns dos comentários do apresentador “não representam os valores desta empresa”. Porém, ele segue defendendo a permanência de Rogan na plataforma, dizendo:
Embora eu condene fortemente o que Joe disse e concorde com sua decisão de remover episódios anteriores de nossa plataforma, percebo que alguns vão querer mais. E quero deixar um ponto bem claro – não acredito que silenciar Joe seja a resposta. Devemos ter limites claros em torno do conteúdo e agir quando eles são cruzados, mas cancelar vozes é uma ladeira escorregadia. Olhando para a questão de forma mais ampla, é o pensamento crítico e o debate aberto que impulsionam o progresso real e necessário.
Daniel Ek também alertou no comunicado que, como resposta, o Spotify está fazendo um investimento incremental de US$100 milhões “para licenciamento, desenvolvimento e marketing de música (artistas e compositores) e conteúdo de áudio de grupos historicamente marginalizados”.
Anteriormente, o Spotify respondeu aos boicotes de Neil Young e outros artistas informando que avisos de conteúdo seriam incluídos em todos os podcasts que discutem a COVID-19.
Joe Rogan, Racismo e Spotify
Como te contamos aqui no último sábado (5), o podcaster, que está nos holofotes desde que Neil Young decidiu remover suas músicas do Spotify por conta dele, publicou um vídeo pedindo desculpas pelo vídeo polêmico em que ele aparece usando “a palavra que começa com ‘n'”.
O vídeo ganhou bastante repercussão após ser compartilhado pela artista India.Arie, que recentemente abandonou o Spotify por achar o que podcast de Joe Rogan desrespeitava discussões de raça.
Um estudo recente aponta que cerca de 19% dos assinantes da plataforma decidiram cancelar seus planos — ou farão isso no futuro próximo — por causa das polêmicas envolvendo o serviço, saiba mais aqui.