Feminina e feminista, a banda paulista Crime Caqui escolheu o Mês da Mulher para colocar no mundo o seu álbum de estreia, intitulado Atenta. O trabalho chegou às plataformas digitais no dia 09 de Março.
Composto por sete faixas – sendo uma delas instrumental –, o disco carrega melancolia, frustração pela expectativa não atendida, traumas, vontades e desejos. Atenta fala sobre autoconhecimento e amadurecimento, e é um convite para “olhar mais pra dentro“, analisa a baixista Yolanda Oliva.
No processo de construir o conceito do álbum chegamos à conclusão de que essas músicas eram bastante pessoais e registravam momentos muito sensíveis e significativos das nossas experiências, como por exemplo, se enxergar socialmente como mulher, como artista, como pessoa LGBTQIA+, como uma pessoa que experiencia o amor, o caos emocional, que cultiva a autoestima, que estabelece um canal de expressão pra sua voz.
O título Atenta foi dado ao álbum por se referir a uma atenção maior dada a essas sutilezas e aos processos internos das integrantes. A palavra tem duplo significado, podendo tanto se referir a uma mulher em estado de concentração quanto a um pedido de atenção.
Além de Yolanda Oliva (baixo), a Crime Caqui conta com Fernanda Fontolan (bateria), May Manão (guitarras) e Larissa Lobo (guitarras) e traz uma pegada brasileira dream, indie e post-rock.
O lançamento demarca a evolução dessas mulheres enquanto conjunto ao longo de seus anos de trajetória. A Crime Caqui nasceu em 2017, em Sorocaba, com o intuito de buscar uma expressão genuína e de ocupar e fortalecer a presença feminina na música autoral.
Becca Perret
Mais um lançamento especial chegou no mês de Março! A cantora carioca Becca Perret apresentou o seu novo single: “Leve“. A música, que fala sobre a simplicidade do afeto, nos lembra que o amar não exige esforço.
Por baixo das leis e das políticas que regem um país, está a vida na sua subjetividade. O amor e todas as suas formas de demonstração no dia a dia são o que realmente dá sentido a isso tudo. Em “Leve”, Becca canta sobre uma relação que está nascendo, mas a simplicidade da poesia explode no refrão em outras formas de amar.
Essa amplitude do significado do amor reflete nas cenas do clipe: o amor da avó com a neta, da mãe com o filho, de dois amigos e até entre pets. A produção traz esses takes íntimos mesclados com planos abertos de Becca sob o céu limpo, com a luz do sol dourando a sua pele e a brisa leve batendo em seus cabelos. Segundo a cantora, “a gravação de ‘Leve’ foi completamente leve“.
Todo o processo, desde como o violão foi tocado até a posição da luz no clipe, foi pensado com muito carinho e com essa intenção. Essa música conseguiu atravessar meu coração e me trazer calma. Espero que isso aconteça com as pessoas que me acompanham e que estão comigo nessa caminhada.
Ayleen
“Hey, Polly“, o novo single da cantora catarinense Ayleen, marca a segunda canção autoral de sua carreira. Na música, que chegou às plataformas digitais há poucos dias, a artista aborda questões como o vício em álcool e drogas, e também a solidão e sororidade.
Ainda que trate de uma temática pesada, a leveza da letra se mantém. A cantora busca passar uma mensagem “otimista e com a intenção de dizer: vai ficar tudo bem”. Já o videoclipe caminha para o outro lado, apresentando uma atmosfera soturna com elementos escuros, intensos e sem foco no otimismo.
Apesar dessa dualidade entre música e clipe, um ponto em comum une as produções: toda a equipe envolvida é majoritariamente feminina. Nas palavras de Ayleen, que constantemente apoia e enaltece projetos liderados por mulheres, esse seria “mais um passinho rumo à democratização no mercado fonográfico”.
Fazendo um resgate do pop rock, ritmo que esteve presente na adolescência da artista, “Hey, Polly” teve seu videoclipe gravado no bar e espaço cultural Galeria Lama, no Centro de Florianópolis. Sobre a importância do lançamento para sua trajetória, a cantora, que atualmente mora na França, comenta:
’Hey, Polly’ é um passo importante em minha carreira, pois me ajuda a mostrar para o público quem eu sou enquanto artista, quais são minhas referências, meus valores e quais pautas eu acredito e apoio. Pessoalmente, é uma enorme realização poder me envolver com uma equipe tão talentosa e diversa e apoiar a cena cultural no meu estado.