Fazendo sua estreia em grande estilo, a cantora e compositora trans Eva Treva apresenta ao mundo o seu primeiro álbum de estúdio. Com letras diretas, sensíveis e provocativas, o disco levanta a bandeira da diversidade e brada pela liberdade de ser e amar quem quiser.
Autointitulado Eva Treva, o trabalho passeia por influências brasileiras e estrangeiras e traz um ar tropicalista em sua sonoridade. A guitarra é o ponto de partida do disco, mas a artista não teme em misturar inspirações do rock dos anos 2000 com música nordestina e MPB.
A estreia de Eva Treva
Com participações especiais da cantora Marina Mathey e do cantor e pianista Erik Ekström, o álbum de estreia de Eva Treva reúne 10 canções autorais, incluindo os singles divulgados previamente “Seu Marido“, “Destrua Tudo“, “Ukekeusou” e “Sete Carapaças“.
Por vezes irônico e agressivo, por outras, denso e sensível, o disco é uma obra para quem se incomoda com a ordem atual das coisas e tem coragem de bagunçá-las. As músicas questionam a moral cristã, a cisheteronormatividade, o machismo, a identidade e os amores líquidos dos dias atuais, com letras e melodias que carregam o ponto de vista de alguém que sempre viveu o desencaixe social e identitário.
Eva Treva foi gravado de forma totalmente independente, contando com apoio de muitos artistas parceiros. O trabalho inspira força e amor para aquelas pessoas que — assim como Eva — são diariamente excluídas e subjugadas por terem uma identidade de gênero ou sexualidade dissidente.
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Quem é Eva Treva?
Eva Treva é a expressão do lado mais estranho, potente e bonito de Eva Dantas, artista nascida no sertão da Paraíba que, desde 2006, se radicou no bairro Capão Redondo, em São Paulo.
Suas referências passeiam pelo forró, que permeou sua infância; pelo rock anos 2000, que costurou sua adolescência; e pelos movimentos da MPB, presentes na entrada para a vida adulta. O pop americano da noite LGBTQIA+ e o funk também fazem parte de seu universo musical.
Em sua trajetória, Eva vem criando uma carreira musical que expressa seu desejo de liberdade, respeito, equidade, aceitação, inclusão e afeto. As letras de suas canções buscam ser diretas, mas densas; cruas, mas poéticas; simples, mas não superficiais.
A compositora nordestina, retirante, periférica, de origem pobre, antes bicha e agora no meio de toda a turbulência que é a transição de gênero, tem muito o que dizer e o que contar por meio deste trabalho cheio de trevas e de luz.
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