O documentário Rising Phoenix, em que Evan Rachel Wood detalha o suposto abuso que sofreu de seu ex-namorado Marilyn Manson, estreia nesta terça-feira (15) nos Estados Unidos através da HBO e HBO Max.
Divulgando a produção, a atriz participou do programa The View e aproveitou para comentar sobre o processo que o cantor abriu contra ela no início deste mês.
Como você deve saber, Wood foi a primeira mulher a fazer qualquer tipo de acusação contra Manson, denunciando casos de abuso sexual, agressão e mais. Incomodado, o cantor está acusando Evan de “difamação, danos morais e falsidade ideológica”. Te contamos mais detalhes aqui.
Durante o programa, a atriz revelou que não está com medo do processo, mas lamenta a maneira como vítimas de situações de abuso são tratadas. Além disso, ela reforçou o que a motivou a fazer o documentário:
Obviamente, não posso falar sobre nenhuma das alegações específicas do processo, mas não estou com medo. Estou triste, porque é assim que funciona. Isso é o que praticamente toda sobrevivente que tenta expor alguém em uma posição de poder passa, e isso faz parte da retaliação que mantém as sobreviventes quietas. É por isso que as pessoas não querem denunciar. Isso era esperado.
Estou muito confiante de que tenho a verdade do meu lado e que a verdade será revelada. Isso é claramente cronometrado por conta do documentário… Eu não estou fazendo este [filme] para limpar meu nome. Estou fazendo isso para proteger as pessoas. Estou fazendo isso para soar o alarme de que há uma pessoa perigosa lá fora e não quero que ninguém se aproxime dele. Então as pessoas podem pensar o que quiserem sobre mim. Tenho que deixar o processo legal seguir seu curso e estou firme como uma rocha.
Acusações contra Marilyn Manson
De acordo com o Stereogum, na semana passada a ex-assistente de Brian Warner — nome verdadeiro de Marilyn Manson — alterou seu processo contra o cantor, que tinha sido aberto em Maio de 2021, para afirmar que reprimiu suas lembranças do abuso sexual e da agressão que alegou sofrer durante o período que trabalhava para Manson.
Segundo Ashley Walters, ela só lembrou dos acontecimentos durante as sessões de terapia que realizou em 2020. O processo inicial movido pela ex-assistente acusou Manson de assédio sexual e agressão “perturbadores”, mas os advogados do cantor tentaram anular a ação, citando o estatuto de limitações e o tempo que havia se passado entre os supostos crimes e as acusações.
No processo alterado, os advogados de Ashley disseram:
Embora [Walters] não pudesse se lembrar de muitos dos atos específicos de intimidação, ameaças e coerção até o outono de 2020 ou mais tarde, a compilação de vários eventos ameaçadores e violentos incutiu um estado constante de medo de retribuição e retaliação se a Autora, de alguma forma, confrontasse os réus.
Isso também contribuiu para o fato de que a Autora não conseguiu acessar muitas das memórias de seu abuso até que os efeitos dessas ameaças e coerção diminuíssem devido à exposição pública do abuso de Warner e à perda de seu poder na indústria quando até mesmo as gravadoras e a administração abandonaram sua representação dos réus.
No documentário Rising Phoenix, Evan Rachel Wood aborda a luta para abolir o estatuto de limitações, que impede que vítimas de abuso denunciem crimes depois de um certo tempo transcorrido. Assista ao trailer aqui.
Confira no vídeo abaixo a entrevista completa com Wood.