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TMDQA! Entrevista: Black Pumas promete show com surpresas no Lollapalooza 2022

Após datas desmarcadas, Black Pumas chega ao Brasil pela primeira vez para apresentação em festival. Veja entrevista exclusiva com o TMDQA!

Black Pumas
Foto por Jackie Lee Young

Por Bia Vaccari

Desembarcando no Brasil para apresentação no Lollapalooza, é inevitável dizer que o show do Black Pumas é indispensável para quem atenderá ao festival. Prometendo uma experiência incrível e cheio de expectativas diante do público brasileiro, o duo de soul psicodélico se apresenta no Autódromo de Interlagos no domingo, 27 de março.

Em entrevista ao TMDQA!, Adrian Quesada não contém as emoções para pisar em solo nacional logo. “Tivemos que cancelar uma turnê quando a pandemia começou e pudemos ver todo o amor que os fãs brasileiros têm por nós, online”, relembrou o músico sobre as datas agendadas em abril de 2020.

“Vamos ter aquele sentimento de tocar pela primeira vez para os brasileiros, então vai ser bem emocionante”, complementa.

Quanto às surpresas para os fãs, Adrian pontua que shows em festivais costumam ser menores do que apresentações regulares, mas não esconde que o público poderá conferir novidades: “Tem duas novas músicas nas quais estamos trabalhando, e eu acho que será a primeira vez que tocaremos elas ao vivo.”

Indicação ao Grammy e versões deluxe do primeiro álbum

Tendo a melhor reação de todas diante da indicação ao Grammy em 2020, Adrian não deixou de comentar sobre a postagem no Instagram da banda que acabou viralizando nas redes sociais. Na ocasião, a versão deluxe do álbum homônimo do Black Pumas foi indicada a Disco do Ano, Gravação do Ano e Melhor Performance de Raízes Americanas.

“Nós não estávamos esperando”, relembra Adrian. “Foi uma completa surpresa, e do jeito que as coisas aconteceram, eu tive pouco tempo para processar tudo, mas foi muito emocionante.”

“Sabe, foi um projeto que nós começamos em casa, no meu estúdio e, de repente, estamos ao redor do mundo, sendo indicados ao Grammy e indo tocar no Brasil”, comenta. “É um sonho toda vez que acordamos e ouvimos uma coisa nova.”

Falando sobre o disco, cuja versão deluxe tem bastante material extra, Quesada comenta que havia muitas músicas que o duo não conseguiu incluir na versão inicial do trabalho. “Tínhamos quatro ou cinco músicas que gravamos e nunca ninguém ouviu, então pensamos em dividi-las com o mundo para, você sabe, dar mais música para o público ouvir enquanto estamos trabalhando em coisas novas e fazendo shows”, explica.

Pandemia

“Como músico, eu diria que foi a primeira vez que nós tínhamos turnês agendadas para o ano inteiro, então cancelar todas as datas foi muito triste”, comenta Adrian. “Mas pra ser sincero, foi bom ter uma pausa. Estávamos numa rotina muito corrida de shows e viagens, então foi bom para nós podermos respirar.”

Falando sobre o processo criativo do duo no período de isolamento social, Adrian comenta que se sentiu numa ocasião frutífera no início. “A princípio eu estava escrevendo e gravando bastante, porém mais tarde foi difícil para criar coisas novas”, relembra.

“Eu comecei a perceber que eu poderia aproveitar melhor esse tempo para ficar com a minha família”, complementa. “Foi um ano difícil, mas também conseguimos fazer algumas lives do Black Pumas e tirar algo bom desse período.”

Pensando no período de isolamento social e seus impactos como ser humano, Adrian descreve-o como “um sentimento interessante”:

A cada dois meses eu tinha uma emoção diferente, às vezes era um alívio e às vezes eu tinha medo porque não sabia o que poderia acontecer. E, de repente, eu me sentia bastante criativo.

“O risco é você não dar valor à sua família, sua casa e seus amigos nesse momento”, pontua o músico. “É à música. Música foi uma grande parte desse período, mas não há nada mais difícil do que não ver as pessoas que você ama durante um longo tempo. Isso foi algo que me fez perceber o quão importante é estar conectado como ser humano com outras pessoas.”

Conexão com o México e impacto na música

De família mexicana, Adrian Quesada foi criado entre o México e os Estados Unidos. “Cresci entre dois países e duas culturas totalmente diferentes”, conta o produtor. “Foi muito importante para mim porque onde cresci é um país que é parte dos Estados Unidos onde as pessoas falam dois idiomas em um único dia. Você vai ouvir inglês e espanhol o dia inteiro.”

Adrian ainda relembra que cresceu ouvindo bandas como Nirvana e artistas de hip hop que tocavam na MTV, mas ao seu redor sempre houve a presença de músicas cantadas em espanhol. “Eu não tive fronteiras, pensando dessa forma”, explica. “Ouço coisas em inglês e em espanhol porque era assim que minha vida era todos os dias, então eu vejo mais o que há em comum entre música latina, soul e rock’n’roll do que as diferenças.”

Próximos passos

Para o futuro do Black Pumas, Adrian adianta que os fãs podem esperar músicas novas. “Estamos trabalhando em canções no momento e entramos em estúdio nos próximos dias”, explica. “Haverá também mais turnês, temos bastante datas para serem marcadas esse ano, além dos shows na América do Sul, Estados Unidos e mais datas na Europa.”

Para finalizar, Adrian Quesada completa dizendo que o plano é ter “muito mais shows e esperançosamente músicas novas no fim do ano”.