Spotify investiga se recorde do hit "Envolver", de Anitta, foi manipulado

Spotify analisa se o recorde alcançado pelo hit "Envolver", de Anitta, veio de possível manipulação do algoritmo da plataforma. Saiba mais.

Anitta faz história no Spotify Global e da América Latina com o single “Envolver”
Reprodução / YouTube

Após Anitta alcançar o top global do Spotify com seu hit “Envolver” no dia 25 de Março, a plataforma iniciou uma investigação relacionada aos números da cantora, assim como faz em todos os casos que chegam ao primeiro lugar em seu serviço.

Acredita-se que os fãs de Anitta podem ter utilizado bots e métodos alternativos para conseguir aumentar os números da artista no Brasil e em outras regiões através de VPNs (Virtual Private Network, em inglês, e Rede Virtual Privada, em português), que permitem que as pessoas simulem estar em uma localização diferente da que efetivamente estão.

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Como aponta o Canal Tech, esses recursos para impulsionar o hit da cantora ajudariam na imagem da artista e também em seus ganhos em “royalties” pela música, valor calculado a partir da porcentagem de reproduções em uma determinada região.

Polêmica Anitta x Spotify

A suspeita da possível manipulação foi levantada pelo site Rest of World, que identificou mais de 100 playlists pelo Spotify com nomes relacionados à famosa faixa, como “Stream Envolver”, “Envolver #1” e “Envolver 20x”.

A estratégia de adicionar a música em listas teria como objetivo somar o número de reproduções e aumentar a popularidade de Anitta. Em diversas playlists, “Envolver” aparece repetidas vezes, interrompida por uma ou duas músicas, provavelmente com o intuito de tentar contornar o controle do algoritmo.

Sobre sua investigação, o Spotify disse em um comunicado enviado ao UOL:

Colocamos recursos de engenharia e pesquisas significativos para detectar, mitigar e remover a atividade de streaming artificial no Spotify para que nada atrapalhe nossa missão de dar aos artistas a oportunidade de viver de sua arte e para que os detentores de direitos sejam pagos da maneira mais justa possível para o seu trabalho.

Caso sejam identificadas irregularidades no número de reproduções de Anitta, a plataforma tem o poder de reter os royalties da produção até que a brasileira prove que não teve envolvimento nas ações. A empresa apontou:

Quando identificamos ou somos alertados sobre casos potenciais ou confirmados de manipulação de stream, tomamos medidas que podem incluir a retenção de royalties, a correção de números de streaming e medidas para garantir que a popularidade do artista ou da música seja refletida com precisão em nossos gráficos.

Defesa de Anitta

O assessor-chefe de comunicação da equipe de Anitta, Paulo Pimenta, publicou uma carta aberta relacionada à polêmica defendendo o mérito da cantora de ter conquistado o primeiro lugar do Top 50 global do Spotify.

Depois de afirmar que a música acumulou mais de 42 milhões de reproduções, sendo mais de 38 milhões somente no Brasil e o restante dos nove países que mais ouviram a música, Pimenta destaca que outros fatores também colaboraram com o alcance da música, como a letra em espanhol. Ele encerrou dizendo:

Mas, ainda bem que a matemática não mente e que a grande maioria dos brasileiros ainda tem orgulho dos artistas nacionais e se envolveu com a Anitta ao ponto de quebrarem juntos barreiras nunca antes ultrapassadas.

Em tempo, também existe a chance de números inflados no serviço de streaming terem sido gerados por pessoas mal intencionadas que tem o intuito de prejudicar um artista.

Pode acontecer de pessoas utilizarem bots para impulsionar a popularidade de uma música, chamando a atenção da plataforma e fazendo com que aquele artista seja prejudicado com sua retenção de royalties ou até mesmo sendo suspenso da plataforma.

“Envolver” integra o mais novo disco de Anitta, Versions of Me, que se tornou o álbum de um artista nacional solo mais reproduzido na história do Spotify.

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