O guitarrista do Queen, Brian May, foi uma das últimas pessoas a falar no telefone com Taylor Hawkins. Em uma nova entrevista ao Planet Radio, o músico declarou que o baterista estava animado para colaborar em mais músicas após a parceria na faixa “Cyborg” na releitura do disco Another World.
May e Hawkins já se falavam há tempos — 24 anos para ser exato. A dupla passou a colaborar com Roger Taylor várias vezes, tanto em estúdio quanto no palco, e a amizade rendeu diversos frutos, sobretudo a colaboração na nova versão do trabalho do guitarrista.
No bate-papo, May comentou:
Ele é uma dessas pessoas que manteve um tipo de qualidade infantil. Ele nunca cresceu. Ele nunca se cansou de nada. Eu estava falando com ele uma semana antes desse terrível acidente acontecer e ele estava cheio de alegria, cheio de risadas e cheio de diversão. [Ele dizia] coisas do tipo: ‘quando vamos nos encontrar?! Precisamos fazer mais música!’, todo esse tipo de coisa.
Não gosto de mergulhar na tragédia. Eu não gosto de ficar lá. Mas esta é a vida. A vida é cheia de dor e alegria, e tristeza e luto. Você tem que passar por tudo isso e apenas meio que viver com isso e vivê-lo. E a música é uma ótima maneira de curar, acho que mais do que qualquer outra coisa. Todos nós nos curamos compartilhando coisas através da música e Deus sabe que o rock é a melhor música para isso. É por isso que eu faço isso. Eu não acho que haja outra música que seja alimento para a alma como o rock é.
Falando sobre a colaboração para a releitura do disco Another World, lançada em 2022, o guitarrista não escondeu que essa sempre fora uma vontade muito clara do falecido baterista:
Então, ele estava animado para entrar e tocar [em ‘Cyborg’]. Eu estava animado para tê-lo lá porque… meu Deus, eu realmente não tinha visto ninguém tocar bateria assim. Veja, eu vi muitos dos maiores bateristas do mundo e tive muita sorte de trabalhar com eles. Mas Taylor era como uma espécie de relâmpago. Eu não sei o que ele tinha em seu corpo, mas era extraordinário.
A gente entende, Brian!
Brian May e Taylor Hawkins
Mais cedo, o músico do Queen mencionou o quão fascinante era assistir Hawkins ao vivo:
Sempre que eu via os shows do Foo Fighters, eu acabava assistindo Taylor o tempo todo porque a forma como seu corpo se move e a precisão, a velocidade, a paixão eram extraordinárias. Existem alguns bateristas extraordinários por aí, e eu conheço muitos deles, mas Taylor, acho que todos vão concordar, era um garoto muito, muito especial. Um menino de ouro muito especial.
Taylor Hawkins faleceu no hotel Casa Medina em Bogotá, na Colômbia, há um mês. Faltava pouco para o Foo Fighters realizar seu show no Lollapalooza Brasil 2022 quando os fãs receberam a notícia da morte do baterista, que impactou muitas vidas.
LEIA TAMBÉM: Bonehead, icônico guitarrista do Oasis, é diagnosticado com câncer na amígdala