Homem vandaliza mural LGBT+ e é condenado a escrever 25 páginas sobre massacre em boate gay

Homem que vandalizou um mural LGBT+ enquanto participava de comício pró-Trump é condenado a escrever uma redação sobre massacre em boate gay. Entenda.

Bandeira LGBT
Foto de bandeira LGBT+ via Shutterstock

Um homem condenado por vandalizar um mural de rua LGBTQIA+ na Flórida durante um comício para o ex-presidente Donald Trump no ano passado deve escrever uma redação sobre o massacre da boate Pulse.

De acordo com o BuzzFeed.News, documentos do tribunal criminal do condado de Palm Beach mostram que, durante uma audiência realizada na última quinta-feira (21), o juiz Scott Suskauer determinou que Alexander Jerich, de 20 anos de idade, escrevesse 25 páginas sobre o ataque de 2016 que ocorreu em uma boate gay, em Orlando, que deixou pelo menos 50 pessoas mortas e 53 gravemente feridas.

Jerich foi preso depois de ter usado a caminhonete de seu pai para deixar marcas de pneus queimados sobre o mural de rua de arco-íris que havia sido pintado em um cruzamento em Delray Beach em 14 de junho do ano passado.

A obra de arte havia sido revelada apenas dois dias antes do ocorrido para celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+. Segundo uma queixa criminal, um cidadão preocupado alertou a polícia para um vídeo que mostrava o mural sendo danificado.

Homem vandaliza mural LGBT na Flórida

No dia do crime, Alexander Jerich estava participando de um comício organizado por republicanos locais para celebrar o aniversário do ex-presidente Donald Trump.

Outra pessoas que estava presente na manifestação se apresentou e revelou aos investigadores que ouviu um homem gritar: “Adam, destrua esse cruzamento gay”. A testemunha ainda disse à polícia que se sentiu obrigada “a se apresentar, não apenas como membro da comunidade, mas como homem gay”.

Jerich se declarou culpado em 1º de Março por crime de responsabilidade e condução imprudente. Sua redação sobre o caso da boate Pulse deve ser escrita antes da audiência em que será revelada sua sentença completa, que está marcada para o dia 8 de Junho.

Os promotores do caso solicitam que o homem seja condenado a 30 dias de prisão, além de serviços comunitários e cinco anos de liberdade condicional.

Já o advogado de defesa de Alexander, Robert Pasch, pediu para que ele receba uma sentença de três anos de liberdade condicional com serviço comunitário “criado restaurativamente com a contribuição da comunidade LGBTQ”.

Em uma recomendação de sentença, Pasch argumentou que Jerich “reconhece e lamenta a dor e a raiva sentidas pelos membros da comunidade LGTBQ”.

Porém, o presidente do Conselho de Direitos Humanos do Condado de Palm Beach, Rand Hoch, apontou em uma declaração de impacto da vítima ao tribunal que Alexander Jerich nunca se desculpou com sua organização ou com outros grupos LGBTQIA+ na área.