Música

Arctic Monkeys: um ranking do pior ao melhor disco

Com vários trabalhos icônicos em sua trajetória, a discografia do Arctic Monkeys merece uma análise detalhada. Veja nosso ranking!

Alex Turner, do Arctic Monkeys, em Barcelona 2016
Foto de Alex Turner via Shutterstock

Há quase duas décadas (ai minha coluna!), o Arctic Monkeys vem dando uma nova cara ao Indie a cada disco que lança.

Desde a estreia com Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, o grupo liderado por Alex Turner conquista cada vez mais espaço e não tem medo de ousar — o que, naturalmente, gera erros e acertos em uma discografia recheada de clássicos e hits.

Inspirados nisso e em uma postagem que fizemos no nosso próprio Instagram pedindo para que vocês, nossos leitores, nos contassem quais são seus álbuns preferidos dos Macacos do Ártico, montamos um ranking desse catálogo tão interessante.

Confira a seguir, logo após a publicação que inspirou esta lista — aproveite e compartilhe nas redes sociais qual é o seu preferido!

 

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Suck It and See (2011)

Talvez o trabalho mais diverso do AM, Suck It and See traz um dos usos mais interessantes de técnicas de produção e timbragem da carreira da banda. Isso fica perceptível logo de cara, quando “She’s Thunderstorms” e “Black Treacle” apresentam escolhas estéticas que abraçam o peso mesmo com vibes mais alegres.

Conforme o disco vai se desenvolvendo, faixas como “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” e “Library Pictures” trazem alguns dos momentos mais pesados da discografia de Alex Turner e companhia. Não dá pra esquecer também, é claro, do hit “Suck It and See”, mas a realidade é que outras faixas do trabalho acabam ficando esquecidas em meio a um catálogo tão extenso.

Tranquility Base Hotel & Casino (2018)

Não há disco do Arctic Monkeys que divida mais opiniões do que Tranquility Base Hotel & Casino. Independente do gosto pessoal de uns e outros que podem ser apaixonados pelo trabalho de 2018, o fato é que a obra não agradou consensualmente como boa parte dos álbuns anteriores.

A grande mudança estética e sonora foi um fator importante para isso, e resta saber se TBH&C será um divisor de águas para a banda ou apenas um capítulo experimental no meio do caminho. Ainda assim, faixas como “Star Treatment” e “Four Out of Five” mostram a qualidade do AM em uma sonoridade diferente, e outras como “The Ultracheese” e “Batphone” estão tranquilamente entre as mais subestimadas da banda.

Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)

Objetivamente falando, é bem provável que o disco de estreia do Arctic Monkeys seja o pior dos caras. No entanto, foi o som cru, com timbres que tem um pezinho no amadorismo (da melhor forma possível!) e uma pegada bem jovem que fez o grupo conquistar seu primeiro espaço na cena internacional.

Não à toa, hits como “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, “When the Sun Goes Down” e “A Certain Romance” estão até hoje entre os favoritos dos fãs, evocando sentimentos de nostalgia para os que ouviram no passado e despertando aquela paixão do som de garagem naqueles que só estão conhecendo as músicas agora.

AM (2013)

Se muita gente achou que o auge dos Monkeys foi no final dos anos 2000, AM veio para provar que estavam todos errados. Independente de qual seja sua fase preferida da banda, o fato é que o disco de 2013 elevou os caras a um novo patamar — a banda que era sucesso na cena Indie se tornou uma mega atração mundial, dominando palcos ao redor do planeta com seu som único que quebrou barreiras e chegou às rádios.

Todo o contexto da época, em especial com o público da cena mais alternativa desesperado por novos sons, ajudou muito para que AM chegasse onde chegou. Ainda assim, é impossível tirar o mérito da composição de hits como “Do I Wanna Know?”, “R U Mine?” e “Why’d You Only Call Me When You’re High?”, que se tornaram alguns dos maiores hinos do Rock — alternativo ou não — na última década.

Mais ainda, a qualidade musical está presente com força em AM. Para além dos hits, faixas como “Knee Socks” e “One for the Road” estão entre as preferidas dos fãs e mostram que o grupo se recusava a se conformar (mais uma vez).

Favourite Worst Nightmare (2007)

Para muitos, Favourite Worst Nightmare é o grande auge do AM e essa percepção não se dá à toa: com músicas como “Fluorescent Adolescent” e “505”, a banda soube surfar na onda de sua estreia e desenvolver um som ainda mais comercial, que conectou com os jovens da época.

Ainda assim, começou a trazer seu lado dançante e sombrio — tão único justamente por essa questão quase paradoxal — em faixas como “Brianstorm”, “Teddy Picker” e “Old Yellow Bricks”. Tudo isso, claro, sem deixar pra trás o espírito de garagem que os consagrou de cara.

O resultado é um álbum marcante na história, em grande parte por ter descolado o Arctic Monkeys das outras bandas da época.

Humbug (2009)

Por mais que os legados de AM e Favourite Worst Nightmare sejam inquestionáveis, é impossível não colocar Humbug na primeira posição. Primeiramente, pelo simples fato de que o álbum representou um passo gigantesco na evolução da banda que, ao invés de se conformar com o sucesso na cena Indie, renovou suas influências, suas técnicas e deixou fluir o seu incrível talento e proeza musical para criar um disco coeso e, ao mesmo tempo, cheio de experimentações.

“Crying Lightning” é possivelmente um dos hits mais improváveis dos últimos tempos, com suas melodias lindamente esquisitas e uma estrutura incomum, que culmina em um dos refrães mais interessantes das últimas décadas. Da mesma forma, no entanto, “Cornerstone” traz uma nova perspectiva à sonoridade que havia consagrado os caras nos trabalhos anteriores, mostrando que eles não apenas continuavam dispostos a fazer o que já faziam como também sabiam renovar o material sem perder a essência.

De forma geral, Humbug é uma verdadeira obra-prima. Canções como “My Propeller” e especialmente “Pretty Visitors” mostram como é possível trazer inovações para um microcosmo que estava tão saturado à época, eternizando o álbum como uma pedra fundamental da música dos anos 2000 e 2010.