Música

Há 30 anos, John Frusciante era vencido pelas drogas e deixava o Red Hot Chili Peppers

Em 07 de Maio de 1992, John Frusciante pediu para abandonar o Red Hot Chili Peppers no meio de uma turnê da banda pelo Japão.

Red Hot Chili Peppers com John Frusciante
Red Hot Chili Peppers com John Frusciante

Nas primeiras horas do dia 07 de Maio de 1992, a aclamada banda Red Hot Chili Peppers acordou com um baita baque enquanto estava bem longe de casa.

Na época, o grupo excursionava como forma de divulgar seu excelente quinto disco de estúdio, Blood Sugar Sex Magik (1991) e lotava apresentações no Japão, com shows ainda previstos para a Austrália.

Acontece que nesse dia, o guitarrista John Frusciante ligou para o empresário da banda, Tony Selinger, e disse que iria voltar para Los Angeles imediatamente, exigindo que ele comprasse as passagens e fizesse acontecer.

Primeira Saída de John Frusciante

Foi assim que se iniciou, há exatos 30 anos, a primeira saída de um verdadeiro ícone das guitarras da banda liderada pelo vocalista Anthony Kiedis e pelo baixista Flea.

O grupo, ainda formado por Chad Smith na bateria, conseguiu convencer Frusciante a tocar mais um show, mas teve que cancelar as duas apresentações seguintes que faria em territórios japoneses.

Além disso, quando percebeu que não conseguiria encontrar um substituto à altura e em tempo satisfatório, ainda adiou as performances marcadas para a Austrália e teve que voltar pra casa.

Luta Contra as Drogas

John Frusciante não soube lidar bem com a fama atingida pela banda após o lançamento de Blood Sugar.

Quando começou a “enfrentar” as grandes multidões e a atenção da mídia, passou a se revoltar contra a própria banda, criando tretas com Anthony Kiedis e chegando a sabotar o RHCP ao vivo, em rede nacional, como te contamos por aqui sobre o episódio do Saturday Night Live.

Após a sua saída, ele voltou para a Califórnia e passou a ter uma relação bastante intensa com as drogas, principalmente a heroína. O abuso de drogas servia como uma forma de “tratar” a depressão, e ele chegou a achar que sua vida havia chegado ao final e ele nunca mais poderia tocar guitarra ou se envolver com a música de alguma forma.

Em declarações da época, ele afirmou que “tinha orgulho” de ser um viciado e disse:

Eu estava muito triste, e eu sempre ficava feliz quando usava drogas. Sendo assim, eu tinha que estar drogado o tempo todo. Eu não me sentia culpado – eu sempre tinha orgulho de ser um viciado.

Na época mais turbulenta de sua vida, ele chegou a receber Johnny Depp e Gibby Haynes (Butthole Surfers) em sua casa, para que os dois gravassem um curta-metragem chamado Stuff sobre sua vida e sua casa, ambas verdadeiras bagunças.

Eventualmente, como todos sabemos, o guitarrista se recuperou, colocou a vida em ordem e acabou voltando para o Red Hot Chili Peppers, com quem gravou outro clássico, o sensacional Californication, lançado em 1999.

Nesse Meio Tempo…

Após a primeira partida de John Frusciante, os Peppers recrutaram o guitarrista Arik Marshall, que excursionou com os caras e chegou inclusive a vir ao Brasil com a banda ainda em turnê do Blood Sugar Sex Magik.

A química não evoluiu a ponto dele ser inserido na banda de fato e o grupo recrutou Dave Navarro, que havia deixado o Jane’s Addiction também por conta de problemas com as drogas.

Acontece que ele se recuperou, se integrou bem a banda e juntos os músicos gravaram o disco One Hot Minute, lançado em 1995. O álbum está entre os melhores da discografia da banda e tem clássicos como “Warped”, “Aeroplane” e “My Friends”.

Dave Navarro acabou saindo justamente para dar lugar a Frusciante e o resto, bem, é uma história ainda conturbada, já que John sairia da banda novamente e só voltaria em 2019, às vésperas da pandemia.

Em 2022 o grupo lançou o ótimo Unlimited Love e aparentemente o universo Red Hot Chili Peppers foi completamente restaurado.